Caiçara perde na estreia nos Jogos Escolares - SóEsporte
Basquete

Caiçara perde na estreia nos Jogos Escolares

Realização de um sonho, solidariedade do time adversário, primeira viagem para fora do estado, primeira viagem de avião, primeira vez se hospedam em um hotel, primeira vez que entram num elevador, primeira competição nacional. Enfim, uma aventura sem limites. A saga do time masculino de basquete da Escola Municipal João Alves de Carvalho, de Caiçara (PB), que disputa os Jogos Escolares da Juventude Curitiba 2017 graças a uma vaquinha virtual, começou.

A equipe desembarcou na capital paranaense na madrugada de sexta para sábado, e neste domingo, dia 17, estreou com derrota para o Santa Mônica, do Rio de Janeiro, por 59 x 20, pelo grupo B da primeira divisão dos Jogos Escolares.

Para o técnico da equipe Edynho Nash, o resultado da partida é o menos importante. “Quero ver animação, nenhuma carinha triste. Amanhã tem mais. Perdemos o jogo para um dos favoritos ao título. Era praticamente impossível a gente vir. A gente conseguiu superar muita coisa graças à ajuda de milhares de brasileiros. O nome da cidade está conhecido mundialmente, eu posso dizer. Era um objetivo nosso expandir o nome da cidade através do basquete. Eu não imaginava que iria tão longe”, afirmou o técnico logo após a partida.

O projeto de basquete do colégio do interior paraibano começou em 2005. Nos últimos seis anos, a equipe perdeu a vaga do estado para o Colégio Motiva. Neste ano, os alunos de Caiçara finalmente conquistaram o direito de disputar a etapa nacional dos Jogos Escolares da Juventude. Porém, sem dinheiro para arcar com as passagens até Curitiba – O Comitê Olímpico do Brasil paga estadia, transporte durante a competição e alimentação – a equipe só conseguiu viajar graças a solidariedade do povo brasileiro, principalmente dos pais e do técnico do Motiva.

Um belo exemplo da  aplicação, na prática, dos valores olímpicos. “O esporte não é só um jogo. Não é só questão de disputa de medalha, troféu ou status. Ele pode ir muito mais além com a solidariedade. A gente não tem como retribuir a atitude do Motiva. Eles fizeram questão de levar a gente para o aeroporto. Foi um momento de muita emoção, choro e lágrima. A única forma de recompensar é jogar com garra e vontade”, contou Edynho. “Os meninos estavam eufóricos. Loucos. Ninguém tinha pisado em aeroporto. A emoção que eles transmitiram foi coisa de cinema”.

Eufóricos e com a emoção à flor da pele. O jovem José Leonildo Lima, o Nildo, nunca havia viajado de avião na vida, nunca sequer havia entrado num elevador. Mas ele encarou os dois ‘desafios’ e agora, garante, não tem mais medo nem de avião nem de elevador. “Fiquei com medo após a decolagem, deu aquele friozinho na barriga. E de elevador também, um lugar fechado, fiquei inseguro. Mas agora já me acostumei, até porque ficar subindo de escada é muito cansativo”, disse Nildo, de 14 anos.

Caçula da equipe, Wellyson da Silva, começou a jogar basquete com nove anos e garante que nunca vai esquecer dessa aventura. “Estou muito feliz de estar pela primeira em um campeonato brasileiro, muito emocionante. Claro que sinto falta dos meus pais, afinal eu nunca tinha viajado de avião antes”, disse o jovem de 12 anos. “Ser o caçula do time é bom porque eu presto atenção e aprendo muito com os mais velhos”.

Hyago Luís, de 13 anos, afirmou que eles estavam nervosos durante a estreia nos Jogos Escolares da Juventude, mas nada se compara aos pais e mães dos jovens atletas. “Meu pai e minha mãe estão muito felizes porque a gente conseguiu viajar. Mas ela fica muito nervosa. Me ligou hoje às 6 horas da manhã para perguntar se eu estava bem”, disse o menino, sorrindo.

Capitão do time, Diego Riquelme, parecia triste após a derrota, mas lembrou os conselhos recebidos antes da partida. “O importante é a gente se divertir. É nossa primeira experiência em uma competição nacional, os melhores jogadores do Brasil na nossa idade estão aqui. Então temos que aproveitar o máximo possível”, disse o jovem armador.

Cestinha da equipe na estreia, com dez pontos, Vagner Barbosa agora só pensa no próximo adversário. Nesta segunda-feira, a equipe paraibana enfrenta o Colégio Salesiano, de Recife (PE), às 16h30, no ginásio do Círculo Militar do Paraná. A entrada é franca. “A gente fez o que sabe. Ganhar é bom, mas estamos realizando o nosso sonho e isso é o mais importante. Entramos em quadra um pouco nervosos e melhoramos bastante no início do segundo tempo. Não tenho a menor duvida de que vamos melhorar para o próximo jogo”, garantiu Vagner.

Os Jogos Escolares da Juventude são organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte.

COB

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