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Dinheiro, o maior cabo eleitoral na eleição à presidência da CBF

Dinheiro, o maior cabo eleitoral na eleição à presidência da CBF

Repasse financeiro feito pela entidade às federações estaduais facilita o “convencimento”

 

Almir Leite

09 Março 2018 | 15h15

Não é muito difícil compreender por que os presidentes de federações estaduais aderirem rapidamente à candidatura de Rogério Caboclo para a presidência da CBF, em sucessão ao no momento afastado Marco Polo Del Nero, a “pedido” deste. Basta examinar o quanto a entidade nacional passa, ou melhor, repassa, de dinheiro às estaduais. É grana alta, capaz de convencer qualquer dirigente, sobretudo aqueles que comandam as federações mais pobres.

Os valores podem ser acessados no site da própria CBF. Lá estão os balanços das federações – os últimos referentes ao exercício de 2016 -, que informam o montante destinado a elas em itens como “repasse da CBF”, “doações” e outros.

A Federação Maranhense, por exemplo, a campeã de recebimentos, levou R$ 1,733.905,38 a título de “repasse da CBF”. Mas só conseguiu R$ 50 mil, exatos, em patrocínio. O repasse para Mato Grosso foi de R$ 1.075.837,82. Já em patrocínio, a entidade do centro-oeste obteve bem menos: R$ 444.174,10.

Com tanta generosidade, fica fácil conseguir apoio e voto. Ainda mais se houver a ameaça de “fechamento de torneira”, algo que os opositores do processo eleitoral à la Del Nero garantem ter ocorrido, mas que a CBF nega de pés e mãos juntos.

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A última contagem, da manhã desta sexta-feira, indica que 25 das 27 federações assinaram, ou se comprometeram a assinar, apoio à candidatura de Caboclo (a eleição será em 16 ou 17 de abril). Só São Paulo e Rio não aderiram, mas os cariocas ainda podem rever a posição.

Do jeito que a coisa foi feita, o presidente da Federação Paulista sequer conseguirá registrar sua chapa, pois precisaria da assinatura de pelo menos oito federações. Até poderia obtê-las, para que o pleito tivesse dois postulantes, e depois, na eleição, não contar com os votos de quem “cacifou” o registro da candidatura. Caboclo, assim, venceria de qualquer jeito. Mas Del Nero nem isso permitiu, por querer candidatura única. Talvez seja o medo de traições, vai saber…

Abaixo, o valor repassado pela CBF às federações em 2016, de acordo com o balanço delas próprias:

Maranhão: R$ 1,73 milhão
Paraná: R$ 1,62 milhão
Piauí: R$ 1,49 milhão
Rondônia: R$ 1,43 milhão
Mato Grosso do Sul: R$ 1,38 milhão
Amazonas: R$ 1,26 milhão
Acre: R$ 1,16 milhão
Espirito Santo: R$ 1,12 milhão
Mato Grosso: R$ 1,075 milhão
Amapá: R$ 1,050 milhão
Ceará: R$ 1,050 milhão
Tocantins: R$ 1,007 milhão
Bahia: R$ 975 mil
Minas Gerais: R$ 975 mil
Goiás: R$ 975 mil
Santa Catarina: R$ 972,8 mil
Rio Grande do Norte: R$ 972,7 mil
Rio: R$  890 mil

Nos balanços das federações de Alagoas, Distrito Federal, Pará, Paraíba, Rio Grande do Sul, Roraima, Sergipe e São Paulo não foi possível localizar o valor exato do repasse.

O Estadão

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