Estudantes do Nordeste constroem 13 aviões para SAE BRASIL AeroDesign - SóEsporte
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Estudantes do Nordeste constroem 13 aviões para SAE BRASIL AeroDesign

Competição de aviões radiocontrolados reúne universitários do Brasil, México, Venezuela e Peru, de 24 a 27 de outubro, em São José Campos/SP
Cerca de 190 estudantes de engenharia de 11 instituições de ensino da Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte trabalham na construção de 13 aeronaves, em escala reduzida e radiocontroladas, para participar da 15ª Competição SAE BRASIL AeroDesign, agendada para 24 a 27 de outubro, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, SP.

Este ano, a competição bateu recorde de inscrições, com 105 equipes (98 em 2012), oriundas do Brasil, México, Venezuela e Peru, país que será representado pela primeira vez. Todas as equipes – somam 1.450 participantes entre estudantes, professores orientadores e pilotos – foram desafiadas a projetar e construir aviões radiocontrolados, como projeto extracurricular dentro das instituições de ensino. Do Nordeste, as equipes são de 11 instituições.

MARANHÃO – A equipe Zeus, da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), construiu uma aeronave 80 centímetros menor, 70% mais leve e mais eficiente. O novo avião pesa 2,1 kg e transporta 10,2 kg de placas de madeira MDF. “Com o novo regulamento reduzimos a massa da aeronave e melhorarmos a eficiência e a qualidade construtiva; o projeto ficou muito bom”, diz Thallys Anderson, capitão da equipe, que sonha com o pódio. Em 2012 a equipe ficou em 18ª lugar na Classe Regular. O Estado também será representado pela equipe Guará, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA).

PIAUÍ – O Estado piauiense possui duas equipes inscritas: Delta do Piauí, da Universidade Federal do Piauí; e Sol do Equador, do Instituto Federal do Piauí. Estreante, a equipe Sol do Equador, formada por 14 universitários, trabalha na construção de um avião monoplano de asa retangular. “Optamos em construir uma aeronave simples para ganhar conhecimento em engenharia aeronáutica”, conta Lucas Reis, capitão da equipe e aluno do 7º período de Engenharia Mecânica. O avião pesa 4 kg e transporta 10 kg.

BAHIA – A Bahia será representada por duas equipes: a Axé Fly da Universidade Federal da Bahia; e a F-Carranca, da Universidade Federal do Vale do São Francisco. Formada por 15 estudantes, a F-Carranca, participa pela segunda vez. Em 64º lugar em 2012, a equipe trabalhou na redução do peso com aplicação de materiais mais leves e eficientes, além do uso de rolamentos nas rodas, para aumentar a velocidade durante a decolagem e suportar aumento da carga. Com isso, a aeronave está quase 50% mais leve. Pesa 2,8 kg e consegue transportar cargas de até 8 kg.“Este ano as expectativas são ótimas”, diz Anderson Almeida, capitão da equipe.

A região Nordeste será representada também por equipes da Universidade Federal da Paraíba; e da Universidade Federal de Campina Grande, ambas da Paraíba; da Universidade Federal do Pernambuco; da Universidade Federal Rural do Semi Árido; e Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A competição tem três categorias de aeronaves: Classe Regular (76 equipes inscritas), Classe Advanced (6) e Classe Micro (23). O objetivo é que cada aeronave transporte o maior peso de carga durante o voo, de acordo com a categoria.

Provas – As avaliações e a classificação das equipes serão realizadas em duas etapas: Competição de Projeto e Competição de Voo, conforme o regulamento baseado em desafios reais enfrentados pela indústria aeronáutica e disponível no site da SAE BRASIL – www.saebrasil.org.br.

Ao final do evento, duas equipes da Classe Regular, uma Classe Advanced e uma da Classe Micro, que obtiverem melhores as pontuações ganham o direito de representar o Brasil na SAE Aerodesign East Competition, em 2014, nos EUA, onde equipes brasileiras acumulam histórico expressivo de participações: sete primeiros lugares na Classe Regular, quatro na Classe Advanced e um primeiro lugar Classe Micro. A SAE East Competition é realizada pela SAE International, da qual a SAE BRASIL é afiliada.

Organizado pela Seção Regional São José dos Campos, da SAE BRASIL, o Projeto AeroDesign é um programa de fins educacionais que tem como principal objetivo propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e conhecimentos de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais da engenharia da mobilidade, por meio de aplicações práticas e da competição entre equipes, formadas por estudantes de graduação e pós-graduação (stricto sensu), de Engenharia, Física e Tecnologia relacionada à mobilidade.

“As competições estudantis da SAE BRASIL proporcionam aos futuros engenheiros a oportunidade de por em prática as teorias aprendidas nas salas de aula e, assim, desenvolver capacidades e a paixão necessárias a uma boa formação profissional”, afirma o engenheiro Ricardo Reimer, presidente da SAE BRASIL.

Regulamento – Os aviões da Classe Regular deverão transportar madeira do tipo MDF ou HDF (madeira prensada utilizada na fabricação de móveis). Na Classe Advanced, a carga transportada deverá ser água, depositada em tanques montados na fuselagem. As aeronaves da Classe Micro deverão transportar bolinhas de tênis. Na Classe Advanced, a água transportada pela aeronave deverá ser drenada após cada voo, com o tempo de drenagem cronometrado, e a massa da água transportada determinada para fins de pontuação. As aeronaves da categoria podem usar mais de um motor, porém a soma da cilindrada não pode exceder 0,50in3 (8,2cm3).
Já na Classe Regular os aviões são monomotores, com cilindrada padronizada em 10 cc (10cm3 ou 0,61in3). As aeronaves serão menores em relação a 2011, pois a limitação dimensional máxima reduziu cerca de 70cm, porém compartimentos de carga maiores. Os aviões da categoria deverão decolar em uma distância máxima de 50m.
Na Classe Micro, as bolas de tênis a serem transportadas deverão estar num compartimento fechado e não poderão estar presas entre si. Em 2013 as aeronaves deverão decolar de uma pista de até 50m (mesma pista das demais classes). Os aviões da Classe Micro não têm restrições geométricas nem quanto ao número de motores, todos elétricos, porém a equipe deverá ser capaz de transportar a aeronave numa caixa de 0,175m³.

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