O ex-atacante Silva, paraibano, que atuou em Portugal, Japão, Grécia, Coreia do Sul, Chipre e que mora na cidade de Lagoa Seca, onde tem uma escolinha de futebol, não esconde a sua satisfação em passar sua experiência para quem está começando no esporte.
Não demorou muito para ganhar as primeiras oportunidades no futebol profissional. Depois ele foi transferido para o Atlético Mineiro, sendo vendido em seguida para o futebol da Europa. Seu maior feito foi fazer parte da conquista da Taça Portuguesa com a camisa do Boa Vista, um clube tradicional que há muitos anos não ganhava um título.
No futebol português, ele atuou ainda pelo Braga, Sporting e Vitória. No Japão, ele jogou pelo Kashiwa Reysol. Depois foi para o Derby Country, da Inglaterra. Teve passagem pelo Suwon Samsung, da Coreia do Sul e Alki Larnaca, do Chipre.
Antes de encerrar a carreira recebeu convite para defender o Campinense, mas aconteceu um desentendimento com empresários e resolveu pendurar as chuteiras, com apenas 33 anos. Com isso, Silva não atuou oficialmente por nenhum clube profissional da Paraíba.
Trabalhar com a base agrada
Mesmo tendo conhecimento no futebol não quer ser treinador profissional por discordar do comportamento de muitos dirigentes e empresários. Por isso, resolveu criar uma escolinha na cidade de Lagoa Seca, onde trabalhar com garotos de oito a 16 anos.
“Antes trabalhei com jogadores com idade bem superior. Mas poucos acompanhavam meus treinamentos que são muito fortes. Sou bastante exigente, pois os meninos têm que seguir a disciplina adotada no nosso trabalho”, afirmou Silva destacando que a escolinha oferece bolsa para garotos carentes.
Com o dinheiro de ganhou ao longo dos anos que atuou, principalmente, na Europa, Silva comprou uma granja na cidade de Lagoa Seca, onde construiu uma casa e tem um campo de futebol. Ele prefere morar numa cidade pequena, que tem uma qualidade de vida, pelo clima rural. “Sinto-me bem aqui, e não troco por qualquer cidade grande”.
Clubes da Paraíba são alvos de crítica
Com experiência de ter jogado durante 16 anos, o ex-atacante Silva critica os clubes da Paraíba que não valorizam as categorias de base, montando times sem estrutura. Ele aponta que, o futebol paraibano está muito longe de chegar à estrutura profissional de uma terceira divisão de Portugal.
“Os clubes de segunda divisão e terceira divisão têm três campos para treinar além do estádio para os jogos oficiais. Além disso, eles fazem um trabalho de quatro cinco meses, antes das competições oficiais. Os clubes europeus têm a preparação de base. Os clubes paraibanos estão muito longe desta realidade”, comentou.
Ele citou o Santos, de São Paulo, como exemplo, para mostrar que o caminho certo para organizar o futebol é valorizar as categorias de base, pois o clube pode montar seus times e ainda vender jogadores, lucrando financeiramente. “Falta organização e profissionalismo no nosso futebol e não vejo Treze e Campinense com esta visão”.