Era uma tarde qualquer, faltavam 30 minutos para o início da resenha esportiva, mas ele já estava no estúdio, debruçado sobre os três jornais que lia religiosamente todos os dias – dois de Pernambuco e um da Paraíba. Quem se aproximasse e puxasse uma conversa, logo dedicava atenção – gostava de ouvir e contar histórias.
Fernando Heleno era uma daquelas figuras singular, que cativava pelo seu jeito sereno, pela honestidade das palavras e pela forma irreverente de se posicionar sobre qualquer que fosse o assunto. O futebol era o seu preferido. Não era daqueles analíticos, dotado de eloquência tática – muito embora retratasse como poucos a atmosfera de uma partida empunhando um microfone no rádio.
Em todas emissoras que passou deixou a sua marca – a da autenticidade, por isso recebeu o apelido que carregou até o último dia de vida. O autentico deixa órfãos os ouvintes que gostavam do seu jeito debochado de falar de futebol. A crônica esportiva da Paraíba perde o profissional ético e exemplar. Já o colega que puxava conversa no estúdio, antes do início do programa, perde as boas histórias.
Mas fica viva, pra sempre, a lembrança do mestre!
Por Max Oliveira