PERDER A VISÃO NÃO O IMPEDIU DE SE FORMAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA E NUTRIÇÃO ESPORTIVA PELA USP - SóEsporte
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PERDER A VISÃO NÃO O IMPEDIU DE SE FORMAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA E NUTRIÇÃO ESPORTIVA PELA USP

Após perder a visão aos 18 anos – em caráter irreversível, segundo médicos até mesmo dos Estados Unidos –, Alexandre Dorelli Gonzales superou as dificuldades e, hoje, atua como nutricionista e educador físico.

Alexandre sempre teve miopia e conta que, na adolescência, começou a enfrentar problemas para enxergar. “Quando fui tirar a carteira de habilitação, senti uma piora no quadro. Procurei diversos médicos, porém, não recebi um diagnóstico preciso. Passei por vários especialistas em São Paulo até receber a indicação de um profissional em Boston (EUA)”, explica. “Lá, eu tive o resultado certeiro: tinha uma doença rara, que acomete cerca de 3% da população mundial. Trata-se da retinose pigmentar, uma degeneração da retina.”

Ao voltar ao Brasil, o jovem entrou em depressão e abandonou os estudos. “Não via mais graça em viver. Eu constantemente estava em casa e não queria receber visitas. Contava com o apoio da minha família e amigos, mas aquele era um momento difícil”, relembra.

A volta por cima
Desde adolescente, Alexandre nutria uma paixão pela academia. Foi ela que fez com que, aos poucos, fosse deixando de se isolar e passasse a dedicar horas aos treinos – mais especificamente, de musculação. Como era impossível praticar sozinho, ele recebeu a ajuda de um personal trainer.

A vontade de superar limites o levou a abrir uma loja de suplementos – que, atualmente, funciona como e-commerce. “Minha vida foi mudando e eu encontrei novos motivos para seguir em frente”, ressalta. “O próximo passo foi retomar os estudos. Tive medo de não ser aceito, mas não desisti.”

Depois de concluir o Ensino Médio, Alexandre foi para a universidade. “No curso de educação física, tudo foi adaptado para mim. Depois de concluir os estudos, eu sabia que poderia ir mais longe. Fui em busca do meu sonho: optei por nutrição esportiva na Universidade de São Paulo (USP), considerado o melhor curso do país”, recorda.

A profissão
Após formado, Alexandre iniciou os atendimentos nas suas áreas de especialidade. “Fiquei preocupado com a rejeição. A princípio, eram poucos os pacientes, mas, após algum tempo, já tinha lista de espera”, comemora.

Nas consultas, ele conta com o auxílio de uma assistente formada no curso técnico em nutrição e estudante da área. “Eu converso com os pacientes e ela preenche as fichas de avaliação. Fazemos a bioimpedância e, com base nessas informações, posso elaborar o treino e a dieta adequados para cada pessoa”, enumera.

Em 31 de agosto e 1º de setembro, celebram-se, respectivamente, os dias do Nutricionista e do Educador Físico. Alexandre, aos 41 anos, tem motivos especiais para festejar. “Só tenho motivos para ser feliz. Superei as adversidades da minha vida e sou um profissional gabaritado”, pontua.

Além destas duas profissões, Alexandre também é fisiculturista, vice-campeão de jiu-jitsu, mergulhador e ciclista de tuning (modalidade da mountain bike com dois lugares). “Mantenho meus treinos regulares e tenho uma alimentação balanceada”, conclui.

 

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