– A definição antecipada dos clubes foi possível a partir da resolução da CBF de que os clubes garantiriam vaga para a Série D com base na colocação obtida nos campeonatos estaduais do ano anterior. Desta forma, os clubes conseguem se planejar melhor para a disputa, com garantia de calendário no decorrer do segundo semestre – comenta Manoel Flores, diretor de Competições da CBF.

Até 2016, os classificados eram conhecidos após a conclusão dos campeonatos estaduais disputados na mesma temporada. A partir de agora, os clubes envolvidos com a disputa da Série D passam a contar com calendário de competições para os dois semestres, como já acontece com participantes das séries A, B e C. São nove meses em que as equipes estarão envolvidas em pelo menos dois campeonatos, de acordo com o Calendário do Futebol Brasileiro: Campeonato Estadual, entre os meses de janeiro e maio e o Campeonato Brasileiro Série D, de maio a setembro.

Entre as vantagens da garantia de calendário está a possibilidade de firmar contratos mais longos com os jogadores, na montagem de uma base para todo o ano. O planejamento financeiro também é facilitado, já que as agremiações podem criar projetos mais longos de investimento junto a patrocinadores, visando todas as competições do ano.

O presidente do clube goiano Aparecidense, Wilson Queiroz Filho, ressalta a melhoria de condições para a obtenção de recursos com a novidade.

– A definição da vaga no ano anterior facilitou bastante para o nosso clube para a negociação com patrocinadores. Antes procurávamos apoio para o campeonato estadual e depois voltávamos nas mesmas empresas para a disputa do brasileiro. Agora já apresentamos um plano para todo o ano. A garantia de calendário também facilitou a negociação com a Prefeitura, já que não precisamos trabalhar para a aprovação de dois projetos no mesmo ano – declarou.

Warton Lacerda, presidente do Altos-PI, ressalta que o conhecimento prévio dos adversários garante uma vantagem competitiva, já que os clubes podem “buscar o máximo de informação sobre estrutura, estádio, torcida, para não ser surpreendido”:

– Nós nos preparamos desde a pré-temporada em dezembro para enfrentar todo esse calendário que tem o Campeonato Piauiense, Copa do Brasil, Copa do Nordeste e a Série D. Então, o time já está pronto esperando a tabela sair para que a gente consiga trabalhar em cima dos nossos prováveis adversários e buscar o acesso. É o que nós almejamos – explicou.

João Rêgo, presidente da Portuguesa, do Rio de Janeiro, disse que sua equipe vai se reforçar melhor para tentar fazer uma melhor campanha.

– Vamos nos esforçar para ir um pouco mais longe do que no ano passado. No outro ano disputamos pela primeira vez, mas agora a gente vai entrar um pouco mais vivo. Nós estamos nos planejando e observando os jogadores que estão disputando o Carioca com a gente, para selecionarmos os que vão continuar para a Série D.

Mais clubes, mais emoção

A Série D foi ampliada com a inclusão de mais 28 clubes no ano passado, passando de 40 para 68 participantes.  A CBF apoia todas os clubes, arcando com os custos de taxa de arbitragem, passagem aérea, alimentação e hospedagem das delegações.

– A entidade realiza grande investimento na melhoria de estrutura para os clubes que disputam a quarta divisão do futebol nacional, bem como se empenha para evolução nas questões técnicas da competição. O objetivo da CBF é fomentar o esporte em todo país, contribuindo principalmente com os clubes que possuem menor visibilidade e capacidade financeira, pois os mesmos são potenciais formadores de futuros craques para o futebol brasileiro – afirmou André Pitta, diretor de Desenvolvimento e Projetos da CBF.

Modelo de disputa

A quantidade de vagas por estado foi definida por meio de critérios técnicos, de acordo com o Ranking Nacional de Federações (RNF) 2017: quatro vagas para a federação melhor colocada, três vagas para as federações que ocupam entre a segunda e a nona posição e duas vagas para as demais; completam a lista os quatro clubes rebaixados na Série C em 2016.

O sistema de disputa da Série D consiste em 17 grupos de quatro clubes cadaAvançam para a Segunda Fase os primeiros de cada grupo e os 15 melhores segundos colocados, em soma de 32 clubes. A partir desta etapa, a competição é disputada em sistema de mata-mata, com mais cinco fases até a definição do título.