VOCÊ LEMBRA DE MARCUS AURÉLIO? por Serpa Di Lourenzo; Causos & Lendas do Nosso Futebol - SóEsporte
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VOCÊ LEMBRA DE MARCUS AURÉLIO? por Serpa Di Lourenzo; Causos & Lendas do Nosso Futebol

Em um domingo ensolarado da década de 50, o então garoto Marcus Aurélio Veloso Silva compareceu ao saudoso campo do Cabo Branco, localizado em Jaguaribe e assistiu a sua primeira partida de futebol, precisamente Botafogo e Auto Esporte, clássico que marcou a sua vida e que décadas posteriores ele teve a brilhante idéia de nominá-lo de “Botauto” .

Aquele adolescente ainda participou dos times infantil e  juvenil das categorias de base do Santos de Tereré, porém teve que prematuramente encerrar em decorrência de uma fratura em seu tornozelo direito. Continuou acompanhando o nosso futebol sem esquecer dos estudos e da necessidade de trabalhar.

Por concurso público ingressou e fez exitosa carreira no Banco do Nordeste do Brasil. Também concluiu o curso de Direito em nossa capital. Mas o nosso homenageado da semana ficou conhecido por sua dedicação ao futebol paraibano, quando passou por quase todos os meios de comunicação da capital narrando jogos, contando a sua história ou criando bordões e slogan que se eternizaram em nossas mentes.

Mas a sua brilhante passagem na imprensa esportiva começou no final dos anos cinqüenta na tradicional Rádio Tabajara, quando foi submetido a um teste de datilografia, redação e locução, sendo aprovado e passando a trabalhar com o então chefe de esportes da emissora, Ivan Bezerra.

Também alegrou os torcedores com o microfone das rádios Arapuan, Correio da Paraíba, Sanhauá,  Tambaú – FM e CBN. Nos impressos ele deixou a sua marca registrada nos jornais A União, Correio da Paraíba e  no extinto O Norte. Quando foi no ano de 2000 ele encerrou a sua carreira na imprensa esportiva do estado, deixando uma grande lacuna e muita saudade.

Foi ele, por exemplo, que criou em 1975, a expressão Botauto, que hoje todos os cronistas e torcedores pronunciam com alegria e emoção. Aliás, aquele foi o ano das inaugurações das nossas praças de esportes e esse clássico enchia o estádio José Américo de Almeida com as duas torcidas dividindo as suas dependências. Eram domingos memoráveis.

Já o seu programa “Arquivo de Recordações”, que era apresentado aos domingos a partir das 14 horas, foi ao ar pela primeira vez no dia 24 de maio de 1970 na Rádio Correio da Paraíba enfatizando a vida do ex-atleta Rosivaldo Nunes da Costa, o popular “Marajó”, que por sinal foi ídolo de Marcus Aurélio.

Segundo o nosso amigo Eudes Moacir Toscano, em seu livro, “Tirando de letra”, Marcus Aurélio é o campeão na criação de bordões e slogans no nosso futebol, passando a enumerar e destacar os seguintes: “Olhe para o seu rádio e veja um campo de futebol”. “Apita o árbitro, aberto o livro, lido o prefácio, começou a história de Botafogo x Auto Esporte”.  Ou esse quando o jogo terminava empatado: “Ninguém é melhor do que ninguém”.

Destaco e propositadamente deixei por último o seu bordão que assim nos ensina: “Futebol sem passado é futebol sem futuro, preservemos a memória do nosso futebol”. Dentro das nossas limitações, estamos seguindo esse conselho do grande cronista Marcus Aurélio, quando semanalmente, homenageamos personagens do passado nesta coluna, aos sábados, e aos domingos na Rádio Tabajara.

Para nós, torcedores e cronistas paraibanos, ficou a certeza que Marcus Aurélio Veloso Silva, o popular “ Marcus Aurélio”, escreveu com tintas perpétuas e douradas o seu nome na brilhante história do futebol da Paraíba.
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Por Serpa Di Lourenzo

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