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VOCÊ SE LEMBRA DO CRAQUE ODON?

Ele nasceu na cidade de João Pessoa no dia três de novembro de 1950, ano em que o nosso país deixou de conquistar, em pleno Maracanã, o seu primeiro título de campeão mundial ao perder para o selecionado do Uruguai por dois tentos a um.

Os seus pais resolveram batizá-lo com o nome de Odon Marques da Rocha, mas ele ficou conhecido como o meia-direita “Odon”, jogador diferenciado que conduzia a bola com ambas as pernas; driblava com maestria e objetividade, finalizava com precisão e costumeiramente deixava os seus companheiros na cara do gol.

Ainda muito jovem ele despontou como meio campista nos campos e times amadores da nossa capital, em destaque nas equipes do Bairro da Torre, onde iniciou a sua carreira com a camisa rubro-negra do então temido pássaro preto da torrelândia, o Íbis Futebol Clube.

No final da década de sessenta, Odon foi contratado pelo Botafogo Futebol Clube e com a camisa alvinegra passou quase uma década como titular da equipe, ao ponto da imprensa e torcida se acostumarem com a escalação dele e de mais dez atletas. Era uma época em que as equipes adversárias normalmente designavam um atleta específico para tentar neutralizar as suas inteligentes e bonitas jogadas.

Quando saiu do Botafogo Futebol Clube, em 1975, o nosso homenageado foi reforçar o Campinense Clube na disputa do campeonato brasileiro, e depois foi para a equipe da Sociedade Desportiva Borborema, o Gavião; equipe que surgiu de uma dissidência do Campinense Clube e chegou a ser vice-campeã paraibana, graças ao seu plantel que possuía jogadores como Odon, Tinteiro, Bispo, Mágno, Sílvio e tantos outros.

No início de sua carreira, ele teve uma breve passagem pelo Clube Náutico Capibaribe, não ficando nos Aflitos por questões salariais e o seu apego ao estado de origem. Várias equipes de outros estados tentaram adquirir o seu passe.

Por indicação do ponteiro esquerdo Ferreira, seu ex-companheiro de Botafogo – PB, Odon ainda tentou a sorte no Santos Futebol Clube, time no qual treinou por um tempo e depois foi jogar no estrangeiro, precisamente na equipe do Alianza Fútbol Club da cidade de El Salvador.

Retornando ao Brasil, Odon jogou no Clube Sportivo Paysandu e no Brusque Futebol Clube, equipes do estado de Santa Catarina, e finalmente encerrou, com apenas 31 anos, a sua carreira no Jabaquara Atlético Clube da cidade de Santos – SP.

Ao pendurar as suas famosas chuteiras, Odon passou a gerenciar uma escolinha para crianças carentes e em situação de risco, na cidade portuária de Santos, chegando a revelar vários jogadores para equipes profissionais.

Hoje ele retornou a morar em sua cidade natal, João Pessoa, palco inicial de suas precisas jogadas, sendo constantemente visto nos campos de peladas de veteranos, onde visita os amigos de um passado em que não se ganhava dinheiro jogando futebol, mas se jogava bonito, pra frente e utilizando um raciocínio lógico que não encontramos no futebol de hoje.

Para nós torcedores, cronistas e desportistas, ficou a certeza de que Odon Marques da Rocha, o popular “Odon”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.

Por Serpa Di Lorenzo

Causos & Lendas do Nosso Futebol

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