…Vive dentro de mim
a mulher da vida.
Minha irmãzinha…
tão desprezada,
tão murmurada…
Fingindo alegre seu triste fado.
Todas as vidas dentro de mim:
Na minha vida –
a vida mera das obscuras.
“Cora Coralina – Todas as Vidas”
O Dia Internacional da Mulher transformou-se no símbolo da participação ativa das mulheres na luta pela igualdade entre homens e mulheres e por um mundo onde todas e todos possam viver plenamente e com dignidade. Mais de um século depois de instituído o dia Internacional da Mulher esta data de mobilizações por direitos, a luta segue atual e necessária, pois as mulheres ainda permanecem no mundo do trabalho, e além dele, vitimas de inúmeras discriminações e violências. A tão sonhada sociedade justa e igualitária nunca será alcançada se não lutarmos para eliminar as desigualdades, a violência e a discriminação sofrida pelas mulheres, pelos negros, pelos homossexuais e por todos os oprimidos.
Em 2014, com a realização da copa do mundo no Brasil, a FIFA e seus patrocinadores exigiram do governo Dilma/PT a intervenção nas ruas para conter os protestos contra os gastos de bilhões de reais para a construção de estádio e obras caras, recursos que deveriam ser utilizados para melhorar a saúde e a educação pública. Na tentativa de conter os protestos, estão sendo reeditadas leis absurdas em um estado dito democrático de direito que vigoravam na ditadura militar.
A grande mídia, principalmente a rede globo, estão fazendo campanhas de criminalização dos movimentos populares. Todos os dias são realizadas reportagens onde quem luta contra as mazelas produzidas pelo sistema capitalista é visto como criminoso. A justiça, atuando como apêndice das classes dominantes, julga as greve de acordo com os interesses dos patrões.
Nessa conjuntura de muitas dificuldades para os trabalhadores e para os lutadores e lutadoras, o DIA INTERNACIONAL DA MULHER TRABALHADORA ganha um significado de referencia das lutas das mulheres por igualdade de direitos e oportunidades, contra toda forma de violência, discriminação e opressão machista e de toda a classe trabalhadora, por salário, terra, moradia, transportes, educação, saúde e condições de vida.
Parabéns para as mulheres que lutam pela sobrevivência enfrentando jornadas duplas (no trabalho e no lar) e ainda encontram forças para se organizar no sindicato, no partido e nas diversas frentes nos movimentos sociais.
Somos todas e todos, VADIAS!
Campina Grande, março de 2014.