O sucesso das Seleções de futebol de cegos, goalball e judô paralímpico do Brasil pode ser medido, dentre outras maneiras, pelas suas conquistas na competição mais importante do paradesporto, que são os Jogos Paralímpicos. Foram 33 medalhas na história. Muitas delas passam pelas trajetórias de Antônio Tenório, Alana Maldonado, Ricardinho, Nonato, Jefinho, Leomon Moreno, Romário… Nomes que perduram há anos nas competições, mas que não estarão à disposição do país eternamente.
Pensando nisso, a formação das próximas gerações, um dos focos da CBDV (Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais), ganhou ainda mais força este ano com a criação de comissões técnicas específicas para trabalhar com jovens atletas. A ideia é que elas atuem em conjunto com os profissionais das Seleções adultas para que o processo de transição continue rendendo joias cheias de potencial para os próximos ciclos.
“Essa iniciativa do treinamento de base visa descobrir novos atletas a partir de um trabalho estruturado nos fundamentos principais do esporte com o devido cuidado de não atropelar o desenvolvimento desses jovens talentos”, explica Antônio Bahia, que será o treinador da Seleção de jovens de futcegos e terá a companhia de David Xavier como seu auxiliar. “É muito prazeroso saber que estamos participando da renovação do futebol de cegos”, completa, citando sempre a semente plantada pelo atual treinador da Seleção principal, Fábio Vasconcelos, que há anos vem trabalhando paralelamente o grupo adulto com o juvenil. Desse processo saíram nomes como os de Tiago Paraná, Maicon e Jardiel, por exemplo.
“Será uma Seleção com crianças de nove, dez anos até, no máximo, 18. Vejo alguns atletas que, mesmo ainda sem ter muita qualidade técnica ou tática, poderão ter futuro, são bons fisicamente. Confio muito no trabalho do Bahia nessa parte de iniciação, coordenação motora, noção espacial”, diz Fábio.