A falta de talento de Neymar - SóEsporte
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A falta de talento de Neymar

O que acontece dentro de campo não se costuma levar para fora dele. Esse é um tipo de “código de ética” usado entre jogadores de futebol. Não dá pra tornar público todos os insultos e provocações que até já se tornaram comuns dentro de uma partida.

Mas, muitas vezes, atitudes em campo extrapolam os limites da tolerância.

Na última quarta feira, em partida válida pela primeira fase da Copa do Brasil entre Santos e Flamengo do Piauí, o experiente meia do rubro negro Lúcio acusou o santista Neymar de ofender os jogadores do seu time.

Como Neymar os ofendeu?

Chamado-os de “paraíbas”.

“ O Neymar é grande jogador, mas não pode ficar menosprezando os adversários ou chamando-os de Paraíba. Eu tenho ídolos como Zico e Romário que não se comportavam assim”, disse Lúcio.

O meia do rubro negro piauiense se sentiu ofendido. E com razão. “Paraíba”, expressão usada por Neymar, é carregada de intenções pejorativas e preconceituosas.

Ganhou, como todo paraibano sabe, um sentido que vai além da naturalidade dos nascidos na Paraíba. A ignorância sulista forjou esta nova interpretação, cem por cento depreciativa.

Não estou aqui vestindo a carapuça. O paraibano não tem de que se envergonhar. Somos sobretudo fortes e não apenas sobreviventes das “vidas severinas”. Junto com os demais nordestinos, conduzimos a nova fronteira econômica do País.

Paraibanos, baianos, cearenses, potiguares, piauienses não se encaixam mais no verbete. Não ilustram mais a ofensa.

Não estão mais carregando o piano pesado do desenvolvimento no eixo Sul-Sudeste. Não são mais só braços e pernas fortes e incultos, nos subterrâneos de São Paulo e Rio de Janeiro.

Hoje fazemos nosso próprio jogo, dentro de um Nordeste que indiscutivelmente é a bola da vez.

E Neymar, que tem intimidade com bolas, deveria saber disso.

Mas não sabe.

Neymar não sabe sequer se comportar. Sempre que o estafe que o cerca cochila, ele mostra sua verdadeira face. E é uma fisionomia feia de se ver: preconceituosa, agressiva, desrespeitosa.

Assinando lances como este, Neymar mostra que lhe falta um talento mais importante do que o demonstrado até aqui com a bola. E em uma área muito especial: para ser gente.

Por Max Oliveira

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