Causos & Lendas do Nosso Futebol;
A UNIÃO: DA GRÁFICA PARA O GRAMADO
É do conhecimento de todos, que o centenário jornal A UNIÃO, órgão da imprensa estatal do estado da Paraíba foi fundado no dia 02 de fevereiro do ano de 1893. Ou seja, nesta semana completará 129 anos de exitosa existência, sempre cumprindo a sua missão precípua de noticiar a política, o turismo, o progresso, o esporte, a cultura, a violência urbana, a saúde, a educação e o entretenimento de um modo geral em seus diversos cadernos.
O seu caderno de esportes, que nos atualiza com o que ocorre no mundo esportivo, já foi destaque pela cobertura de jogos olímpicos e copas do mundo. Em termos de Paraíba, ele possui ampla cobertura do nosso campeonato estadual de profissionais, nos inteirando do início ao final da competição, por meio de seus repórteres coordenados pelo competente Geraldo Varella.
Todavia, o que muita gente não sabe, principalmente as novas gerações, é que o jornal já possuiu um time de futebol que disputava várias competições oficiais, principalmente o campeonato de profissionais. Sim, caro leitor, estou falando do extinto Esporte Clube União, equipe rubro-negra que revelou excelentes jogadores para o nosso futebol.
Existem registros de sua atividade nos nossos gramados nos longínquos anos cinquenta, porém foi na década de sessenta que ele conseguiu maior notoriedade e formar equipes mais competitivas que empolgavam o torcedor. Coincidentemente, essa ascensão ocorreu com a posse do Sr. Manoel Fernandes Costeira Neto, o popular seu Costeira, que assumiu a diretoria da gráfica e a presidência do time.
Grandes jogadores vestiram a camisa rubro-negra do União de Costeira, como ficou conhecida a equipe. Aqui podemos citar Delgado, Freire, Mineiro, Paulo Foba, Arnaldo, Zezinho Baliza, Miruca, Jú, Waldecir Pereira, Vicente, Naná Montenegro, Solânea, Valter Moreira, Lando, Biu Ferreti, Chico Matemático, Farias e Ferreira, este último companheiro de Pelé no Santos Futebol Clube.
Outros aspectos interessantes e históricos, foi o time ter sido comandado em campo pelo treinador Ivan Bezerra de Albuquerque, o saudoso comentarista campeão de audiência, e o ingresso de vários jogadores do time no serviço público estadual.
No começo da década de setenta, com as mudanças estruturais no jornal e no futebol paraibano, a aguerrida agremiação deixou de existir, deixando um inestimável legado da época em que se fazia futebol sem dinheiro, utilizando a inteligência, a honestidade e o amor ao mesmo.
Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que a aguerrida equipe do União Esporte Clube, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
Por Serpa Di Lorenzo
Historiador, Membro da ACEP e APBCEfalserpa@oi.com.br