ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS.
Diuturnamente assistimos nas tvs discussões prós e contra ao uso de algemas aos brasileiros que estavam ilegalmente nos Estados Unidos e foram deportados ao nosso país.
Não entraremos no mérito das medidas de segurança adotadas por aquela nação imperialista, todavia, os voos chegaram em nosso território em segurança e sem colocar em risco os deportados e principalmente a tripulação da aeronave. Parodiando o nosso cancioneiro paraibano Flávio José, tudo poderia acontecer no espaço aéreo, inclusive nada.
Também estamos acompanhando nas redes sociais, zelosas autoridades querendo retirar o nome de ruas, praças, bairros, escolas e outros logradouros que foram denominados homenageando os participantes do golpe militar de 64.
Outras vigilantes autoridades lutando com unhas e dentes para retirar o crucifixo e a Bíblia das repartições públicas com base na laicidade do estado brasileiro como previsto na nossa carta magna.
Em silêncio acompanhamos as calorosas discussões sobre a necessidade de um terceiro banheiro para as pessoas que não se identificam como homem nem como mulher. Palestras, seminários, debates, congressos e artigos sobre esses temas. Muitíssima discussão e pouquíssima prioridade.
Muito triste acompanhamos o país precisar de uma lei para proibir o uso de aparelho celular no interior das escolas. Ora, gente, fala sério. O diretor da minha época – posso citar os saudosos e honrados Adailton Coelho Costa e Luís Mendes – determinava que era proibido fumar e ninguém fumava na escola. Ele decidia que só entrava fardado e ninguém ia sem a farda, se fosse não entrava. Se insistisse havia suspensão, expulsão e transferência. Ponto final.
Todavia, não vejo nenhuma ação objetiva e eficaz para se acabar de uma vez por todas com a violência entre as facções criminosas que a imprensa insiste em chamar de torcida organizada.
A barbárie tomou conta das ruas durante os nossos jogos de futebol. Marginais de todas as espécies, fortemente armados brigando entre si e colocando em perigo o verdadeiro amante do futebol.
Portando porretes, canivetes, facas, soqueiras e revólveres eles saem em passeata chutando, pisoteando e matando quem ousar atravessar o seu tenebroso caminho. Semanalmente, em várias unidades da federação, temos cenas de horror e monstruosidade típicas da idade média.
A briosa Polícia Militar, que não pode estar presente em todo lugar, quando consegue enfrentar esses marginais e prender certos integrantes, no outro domingo é obrigada a ficar novamente cara a cara com eles, pois já foram postos em liberdade.
É aquela história de enxugar gelo que todo mundo já sabe. Sigam o exemplo da repressão exercida em cima dos vândalos e desordeiros que agiram em Brasília no dia 08 de janeiro de 2023 que em tempo recorde foram identificados, investigados, processados e condenados.
Faz tempo que o verdadeiro torcedor raiz, amante do futebol, aquele que levava o filho e depois o neto abandonou os nossos estádios. Da Confederação Brasileira de Futebol e suas Federações, nada podemos esperar. Aliás, os nossos cartolas que comandam a CBF não possuem a mínima credibilidade para dirigir o antigo Cabaré de Irene.
Os últimos cinco presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo e Ednaldo Rodrigues foram envolvidos em escândalos, prisão e até deportação.
Faz tempo que não vamos ao estádio de futebol, preferimos ficar em casa assistindo futebol na televisão e pesquisando o futebol do passado. Que saudades do pequeno campinho da Graça de Cruz das Armas, onde um rígido cassetete de um soldado da PM funcionava e era lei.
Serpa Di Lorenzo