O Brasil chega ao Campeonato Mundial de vôlei de praia 2017, que começa na próxima sexta-feira (28.07), em Viena, na Áustria, como atual campeão dos dois naipes. Alison e Bruno Schmidt (ES/DF), e as antigas parceiras Ágatha (PR) e Bárbara Seixas (RJ), foram ao lugar mais alto do pódio na Holanda, em 2015. Dois anos depois, os atletas revelam os novos desafios, o que mudou e quais as principais alterações no cenário internacional.
Bárbara Seixas defenderá o título ao lado de Fernanda Berti, com quem formou equipe em setembro de 2016. A atual parceira curiosamente foi adversária na decisão de 2015, e agora estará do mesmo lado da rede. A defensora carioca, porém, vai para sua terceira disputa de Campeonato Mundial, tendo conquistado também um bronze em 2013, ao lado de Lili. Experiência que a atleta acredita ser importante junto ao processo de preparação.
“Por ser um torneio que acontece de dois em dois anos, com mais times participando, é fundamental a preparação, em todos os aspectos. Físico, técnico, tático, mental, e os aprendizados ao longo desse período. O fato de jogarmos muito contra os times nos permite criar novas alternativas e soluções táticas, e de nos superarmos mentalmente, além de entender a importância do torneio. E o fato de ter jogado outras vezes, e outros torneios, nos torna mais maduros e isso ajuda nesses momentos”, disse a medalhista olímpica.
A paranaense Ágatha, que além de campeã foi eleita melhor jogadora da última edição, também analisa a expectativa para este Campeonato Mundial e as diferenças em relação ao ciclo passado. Agora, ao lado da jovem sergipana Duda, a jogadora de 34 anos também será responsável por transmitir experiência e ‘atalhos’.
“Posso considerar que de 2015 a 2017 foram os anos com os resultados mais importantes da minha carreira. Então a bagagem que eu tenho hoje é diferente da que eu tinha quando 2015 se iniciava. Estes anos vividos me dão uma sensação de “eu sei como é o caminho”. Mas ao mesmo tempo estou me sentindo totalmente aberta, criando uma nova história com a Duda, aprendendo com ela e com toda a minha equipe. O que posso dizer é que o sentimento é muito bom neste momento”, analisou a bloqueadora medalhista olímpica.
O campeão Bruno Schmidt também comentou a expectativa para o Campeonato Mundial e lembrou o alto nível técnico da competição.
“O nível técnico continua extremamente alto, algumas equipes foram criadas, outras continuam já com uma bagagem considerável, como os italianos e letões. Mas sabemos que será uma disputa dificílima, como sempre. O que conquistamos fica fora da quadra, é preciso se superar em cada momento, pensar jogo a jogo”, declarou.
Bárbara Seixas também analisou o alto nível técnico da modalidade. Para a atleta comandada pelo técnico Ricardo de Freitas, outros países desenvolveram polos da modalidade e aumentaram equilíbrio das competições internacionais.
“O vôlei de praia passou por algumas mudanças, hoje em dia você encontra um nível técnico muito maior no feminino, times muito mais fortes, mais equilíbrio. Isso é um ponto muito positivo pra nosso esporte”, analisou Bárbara, que completou.
“Dos últimos dois anos até aqui tive uma caminhada muito engrandecedora. A jornada, desde o Campeonato Mundial de 2015 até os Jogos Olímpicos, e depois com um novo time, só me enriqueceu como atleta. Só tenho a agradecer por todos esses sonhos vividos e espero que esse torneio nos traga muito mais alegrias e aprendizados. Estou muito feliz nessa nova fase com a Fernanda, nos damos muito bem e cada vez mais sinto nossa parceria crescer”.
O Brasil será representado por nove duplas, cinco no naipe feminino e outras quatro no masculino. Entre as mulheres, Ágatha/Duda (PR/SE), Elize Maia/Taiana (ES/CE), Fernanda Berti/Bárbara Seixas (RJ), Larissa/Talita (PA/AL) e Maria Elisa/Carol Solberg (PE/RJ) estarão em ação em Viena. No torneio masculino o país terá Alison/Bruno Schmidt (ES/DF), Álvaro/Saymon (PB/MS), Evandro/André Stein (RJ/ES) e Pedro Solberg/Guto (RJ).
O Campeonato Mundial é o principal torneio da temporada, com uma premiação total de 1 milhão de dólares (500 mil para cada naipe), e 1.600 pontos aos campeões no ranking geral. O Brasil é o maior vencedor da competição bianual, tendo conquistado seis títulos entre os homens e outros cinco entre as mulheres.