Basquete continua sua luta por visibilidade no Brasil - SóEsporte
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Basquete continua sua luta por visibilidade no Brasil

 Para profissionais, o esporte é sinônimo de disciplina e dedicação 

Carolina Guimarães  e Juliana Oswald

Equipe U14 em amistoso contra o time de Angra dos Reis em março de 2013 (Foto: Acervo pessoal)

Um dos esportes mais populares do mundo, o basquete (ou basquetebol) foi criado no inverno de 1891, nos Estados Unidos, pelo professor de Educação Física James Naismith. Cinco anos depois, o esporte chegou ao Brasil com o professor nova-iorquino Augusto Shaw, em São Paulo. Devido à concorrência com o futebol – que fazia a cabeça (e os pés) dos homens da época –, trazido para o país em 1894, o basquete não teve uma adesão imediata. O cenário atual, porém, é diferente. Com equipes masculinas e femininas, jovens e adultos se divertem e colocam em prática o esporte que cada vez mais tenta se mostrar presente.

Em constante ascensão, o basquete possui sua própria liga, a NBB, reconhecida pela Federação Internacional de Basquete (FIBA). Em entrevista à AJEsportes, o treinador e professor de basquete há 22 anos, Alan Glauco, acredita no esporte como ferramenta de inclusão, desenvolvimento e fortificação social. Outras vantagens também foram identificadas pelo treinador, como “a capacidade de trabalhar em grupo, de aceitar uma liderança, de dedicação a um bem maior, pelo mérito do grupo e não do ‘eu’. Além dos benefícios físicos, networking, viagens, temporadas… Qualquer criança que praticar esporte terá sempre um diferencial incrível em sua formação pessoal, profissional e, posteriormente, acadêmica”.

Há dois anos como treinador dos times de basquete do clube Botafogo Futebol e Regatas, Alan agora é responsável por formar garotos entre 13 e 14 anos, montar um plano técnico, tático, pessoal, psicológico e físico. Ele conta que sua equipe atual ainda não conquistou títulos, mas que seu trabalho junto aos meninos é árduo e disciplinado. “Nosso planejamento inclui pré-temporada, temporada, intertemporada, temporada, destreinamento e, novamente, pré-temporada”, explica ele . Os meninos possuem uma rotina diária de treinos, com folgas apenas nas quintas e domingos, sendo essa uma das demonstrações de dedicação que o esporte exige.

Para o treinador, o basquete brasileiro, como qualquer outro esporte no país, é permeado de política. “Minha opinião é compartilhada por um grande grupo de amigos espalhados pelo Brasil. O basquete é permeado por essa política corporativista, em que um grupo de pessoas usa o esporte em prol próprio. Infelizmente temos uma lacuna de gerações, uma lacuna de ídolos onde depois de uma sucessão feliz entre os bi-campeões mundiais, 58 e a geração ouro em Indianápolis 87, se passaram 29 anos. Já temos 27 anos de novo sem referências, sem grandes ídolos para os meninos admirarem, imitarem, se inspirarem”, confessa o professor.

Alan Glauco e sua equipe em viagem (Foto: Acervo pessoal)

O basquete, por ser um esporte que não necessita de muitos artefatos, apenas de uma cesta e uma bola, serve como uma quebra de barreiras sociais e é acessível a todos. Apesar de ainda não ter um número equivalente às equipes masculinas, o basquete feminino também é procurado. “As garotas procuram e tem apoio aqui no Botafogo, o único grande do Rio que disputa em todas as categorias: u12, u13, u14, u15, u17 e u19″, conta Glauco.

E para quem pensa que o esporte é só para as pessoas altas, o técnico avisa: “temos muitos destaques com baixa estatura e muita agilidade, força e potência. A altura pode sim, com muito esforço e dedicação, ser superada”. Alan Glauco, que foi praticante, atleta amador e profissional, se vê como um apaixonado pelo basquete. “Melhor de tudo é hoje poder ver os meninos passando por tudo de bom que eu também vivi”, conclui o professor.

 

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