
A caminhada para chegar ao tão sonhado tetracampeonato começa nesta segunda-feira (17), às 2h, horário de Brasília, contra a Turquia, em partida válida pelo Grupo B, que conta ainda com China e Colômbia. Os jogos da competição serão transmitidos ao vivo pela web site do evento (clique aqui). Além das transmissões em tempo real pelo Twitter da CBDV (@cbdvonline).
A poucas horas da estreia no Mundial, o capitão Ricardinho reconheceu o favoritismo da seleção, mas para o craque, o time brasileiro tem uma virtude que é fundamental para manter a hegemonia na modalidade e continuar conquistando títulos para o Brasil.
– O nosso time é muito humilde. Temos os pés no chão e somos dedicados. Muitos atletas aqui já passaram por dificuldades no início da sua formação como atleta e até na infância, mas estão colhendo os frutos das vitórias. Eles experimentaram o sabor de ser um atleta vencedor e não querem perder isso. É o que eu penso também, então não podemos vacilar – conta o craque.
Desafios não vão faltar. A cada competição internacional de grande porte, pelo menos uma equipe aparece como um adversário a fazer frente para o Brasil. Nos últimos anos, China, Argentina, Espanha e França surgiram como fortes concorrentes, mas a seleção verde-amarela conseguiu se impor e superou cada rival.
Donos da casa largam na frente
Na partida de abertura do Mundial, o Japão, contando com presença maciça da torcida, venceu o Paraguai por 1 a 0, e lidera o Grupo A de forma isolada, graças ao empate sem gols entre França e Marrocos. Na próxima rodada, os japoneses enfrentam os marroquinos, enquanto o Paraguai tenta se recuperar da derrota na estreia contra os franceses.
Campeão Mundial como goleiro, Fábio Vasconcelos busca título como técnico
O paraibano defendeu o gol do Brasil de 2003 a 2012 e, no ano passado, assumiu o cargo de técnico. A Seleção Brasileira estreia na competição nesta segunda-feira (17), contra a Turquia, às 2h da manhã, horário de Brasília

O paraibano Fábio Luiz Ribeiro Vasconcelos, 40 anos, terá no Mundial de Futebol de cegos (futebol de 5), que começa neste domingo, 16, em Tóquio, no Japão, o primeiro grande desafio à frente da Seleção Brasileira da modalidade. Depois de atuar no gol da equipe por quase dez anos (de 2003 a 2012), Fábio aceitou o convite da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) e tornou-se treinador do time em 2013. Agora, na capital japonesa, ele será o comandante do Brasil, que busca o tetracampeonato. O primeiro jogo da equipe verde-amarela na competição será na segunda-feira (17), contra a Turquia, às 2h da manhã, horário de Brasília.
Fábio conheceu o futebol de 5 por meio de um professor de educação física da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba), que o convidou para ver uma partida da modalidade em Campina Grande (PB), em 2003. Desde então, interessou-se pelo esporte e começou a jogar como goleiro na equipe APADEVI. Ainda 2003, apesar do mau desempenho de seu time no Campeonato Brasileiro de futebol de 5, ele chamou a atenção da comissão técnica da Seleção, que logo o convocou para fazer parte do grupo. Nos nove anos em que atuou como arqueiro do time brasileiro, Fábio conquistou três ouros em Jogos Paralímpicos (Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012), um Mundial (2010) e outros torneios menores.
– Depois dos Jogos de Londres, decidi que encerraria minha carreira, pois a idade estava chegando e eu já tinha feito meu nome na modalidade. Mas aí a CBDV me convidou para assumir a equipe e, como eu já sou treinador de futsal há seis anos, decidi aceitar o desafio – conta o paraibano, que, atualmente, é técnico do time de futsal do Treze, da Paraíba.
Fábio sabe que o trabalho na Seleção tem uma pressão natural, já que o time não perde um campeonato desde 2007. Mas ele ressalta que o fato de conhecer bem a maioria dos jogadores o ajuda.
– Tivemos um trabalho muito bem feito nos últimos anos e temos de aproveitar essa vantagem do Brasil e continuar. O nosso grupo é muito unido, conheço muitos jogadores há bastante tempo e isso colabora no trabalho – afirma.
Apesar da superioridade de títulos do Brasil na modalidade, Fábio ressalta que a Seleção nunca teve um jogo fácil em Mundial ou em Jogos Paralímpicos nos últimos 10 anos em que esteve presente.
– Nesse Mundial, não será diferente. Nós, da comissão, e todos os jogadores temos pés no chão. Vamos buscar este tetracampeonato mundial com muita seriedade – comenta.
O Mundial de Futebol de 5 reunirá doze times, divididos em três grupos. No Grupo A estão Japão, França, Paraguai e Marrocos. A Seleção Brasileira é cabeça de chave do Grupo B, que, além da Turquia, conta ainda com Colômbia e China. No Grupo C, Argentina, Espanha, Coreia do Sul e Alemanha jogam entre si por vagas na fase seguinte.
O jogo de abertura do Mundial acontecerá neste domingo (16), com os donos da casa enfrentando o Paraguai. No mesmo dia, a vice-campeã paralímpica França joga contra o Marrocos, estreante em um Mundial. Na primeira fase, o Brasil joga contra Turquia na segunda-feira (17), contra a Colômbia na terça-feira (18), e contra a China na quinta (20). Os dois melhores de cada grupo e os dois melhores terceiros lugares avançam às quartas de final.
O futebol de 5 estreou nos Jogos Paralímpicos em Atenas-2004 e, desde então, o Mundial passou a ser realizado de quatro em quatro anos, em vez de ocorrer em intervalos de dois em dois, como de 1998 a 2002. Além do Brasil, apenas a Argentina já ergueu a taça de campeã mundial de futebol de 5. Os hermanos conquistaram o título em 2002 e em 2006. O Brasil venceu o torneio em 1998, 2000 e 2010.
A modalidade
O futebol de 5 é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. Cada time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Apenas o arqueiro tem visão total e não usa venda. As partidas são em um campo pequeno (40mx20m), com barreiras ao longo das laterais, e possuem dois tempos de 25 minutos, com 10 de intervalo. A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. Os jogos são realizados em locais sem eco e a torcida precisa ficar em total silencio. A comemoração do gol, no entanto, é livre. Três guias direcionam os atletas: o goleiro, o treinador e o chamador, que fica atrás do gol. Eles dizem onde os jogadores devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. Os atletas também podem se comunicar um com o outro em quadra.
Foto: Dudu durante o último treino da Seleção antes da estreia no Mundial (Marcio Rodrigues/MPIX/CPB)
Comunicação CBDV
