CAMPINENSE E BOTAFOGO FIZERAM UMA PARTIDA TÍPICA DE UM JOGO DE XADREZ, BOTA VENCE MAIS QUEM AVANÇA É A RAPOSA - SóEsporte
Colunistas

CAMPINENSE E BOTAFOGO FIZERAM UMA PARTIDA TÍPICA DE UM JOGO DE XADREZ, BOTA VENCE MAIS QUEM AVANÇA É A RAPOSA

Jogo de muita estratégia disputado no estádio Amigão, neste domingo 29 de abril, com vitória do Botafogo em cima do Campinense por 1 X 0. Mesmo com a derrota Campinense vai para a decisão da Segunda Fase e pelas vantagens que tem está muito próximo de ser campeão Paraibano da Temporada de 2012. Um Botafogo ofensivo no ataque, equilibrado no meio campo e seguro na defesa; o Campinense fechado atrás, equilibrado no meio campo e forte no ataque pronto para dar o bote.

Campinense e Botafogo fizeram um jogo cheio de estratégias típico de uma partida de xadrez. Dominar o meio de campo seria fundamental e nesse aspecto houve equilíbrio. Avançar em bloco e de forma organizada seria fundamental para encontrar a brecha na defesa inimiga e aqui o Botafogo achou uma brecha no final do segundo tempo, quando marcou seu gol de falta. Porém um gol só não era suficiente para o Botafogo chegar à final do segundo turno. Outra arma era os contra ataques, mais aqui os sistemas defensivos foram mais eficientes e neutralizaram as investidas do inimigo.

O Campinense ainda contou com uma arma fundamental que não podia fazer gol, mais empurrava seu time com fervor, cantando, vibrando e contagiando os jogadores da raposa no gramado: era sua torcida apaixonada e inflamada que lotou o lado da arquibancada sombra, seu lado em que ficou no estádio. Era muita gente gritando, cantando, levando energia para seu time, era uma festa bonita e os jogadores do Campinense não podiam decepcionar seus torcedores como não decepcionaram.

Foi uma classificação brigada, suada e valorizada no campo de jogo onde a definição da vaga só veio com o apito final do árbitro Adalberto Moésia.

Antes do apito final de Moésia o jogo era dramático, com o Botafogo precisando de dois gols de diferença para chegar à final do Segunda Fase. Muita emoção no campo de jogo, os jogadores do Botafogo lutando aguerridamente diante de sua pequena torcida na arquibancada sol: aproximadamente cem torcedores, que levaram quatro faixas de incentivo ao seu time e acreditaram na classificação até o último minuto.

Para o Campinense os ponteiros do relógio corriam lentamente, enquanto que para o Botafogo o tempo de jogo era agonizante como se dissipasse rapidamente. O drama do Botafogo era maior nessa situação de ter que marcar dois gols e não sofrer nenhum; se tomasse um gol teria que fazer três e aí ficaria mais difícil, é como se numa partida de xadrez se perdesse um bispo ou um cavalo, ou seja, a vitória se tornaria muito difícil.

O lado emocional era fundamental, o poder de concentração teria que ser elevado, um erro seria fatal e nesse aspecto o Campinense jogou com sua torcida e seguiu a risca o plano estratégico traçado por seu comandante o técnico Freitas Nascimento, o estádio estava bonito, a festa era bonita para os donos da casa. Os visitantes também muito concentrados lutavam bravamente para vencer a batalha no campo do inimigo; seu comandante o técnico Neto Maradona arquitetou planos ousados e viu sua equipe com possibilidades de matar o inimigo quando marcou o gol solitário da partida aos 42 minutos do segundo tempo, restava pouco tempo para o golpe de misericórdia que não veio, seria o segundo gol, o gol dos 2 X 0 e da  classificação para enfrentar o Sousa na penúltima batalha da temporada estadual.

Para o glorioso Botafogo da Maravilha do Contorno, de João Pessoa, e seu comandante maior o presidente Nelson Lira a tropa terá que se recompor e começar um planejamento para a temporada de 2013 e temporadas subseqüentes. Não basta pensar apenas no ano que estar para vir e sim pensar a médio e longo prazo. A diretoria começou um trabalho arrojado no início do ano formando um elenco de jogadores oriundos do centro sul do Brasil, que vieram imbuídos do melhor propósito, mais que o pouco tempo tornou o botafogo refém de seu objetivo maior que era a conquista do Campeonato Paraibano de Futebol Profissional de 2012 e o seu crescimento no cenário nacional começando pela Série D.

O Botafogo é uma equipe grande e tem que pensar grande, tem que começar a pensar em formar uma base forte que deve levar de cinco a oito anos, só assim o Botafogo vai se tornar glorioso nos palcos do futebol brasileiro. Se trabalhar com esse pensamento tenho certeza que o Botafogo voltará a ser um time de massa, um time capaz de levar 40 mil torcedores ao  estádio, como levava na era em que venceu o Flamengo em pleno estádio Maracanã por 2 X 1, um Flamengo que era uma máquina de jogar futebol comandado pelo galinho de Quintino e teve que aceitar e reconhecer o show de bola do tricolor da Maravilha do Contorno na ocasião.

Quanto ao Campinense, à gloriosa raposa da Serra da Borborema, está muito próximo de conquistar o Campeonato Paraibano de 2012, um Campeonato que mostrou equilíbrio entre às equipes, porém que a grande vantagem estaria naquela equipe que vencesse a Primeira Fase como escrevi aqui no comentário do dia 17 de abril, que teve como título CAMPEONATO PARAIBANO INDEFINIDO E SEM FAVORITO”. No comentário eu dizia que tinha visto pelo menos um jogo de cada equipe e que o grande favorito para ganhar o Campeonato seria a equipe que conquistasse a primeira fase, pois teria uma série de vantagens até se conhecer o campeão. Uma dessas vantagens seria sempre fazer o jogo da volta em casa e jogar por dois resultados iguais em relação ao saldo de gols.

Sobre essa provável conquista do Campinense, comentei na coluna do dia 24 de abril, que teve como título: “EM JOGO EMOCIONANTE CAMPINENSE VENCE ESPORTE E CONQUISTA A PRIMEIRA FASE”, que outra vantagem do Campinense seria o apoio da sua apaixonada torcida que com toda certeza iria aumentar muito, indo em grande número a todos os jogos da raposa passando energia para os jogadores motivando-os para colocar o coração na ponta da chuteira na briga pelo título que estaria muito próximo de ser conquistado. E isso vem acontecendo, a torcida deu mostras desse apoio no jogo de João Pessoa quando a raposa venceu o Botafogo por 3 X 2. E, agora, no jogo da volta, no Amigão, na derrota para o Botafogo por 1 X 0. A festa foi iniciada, antes do jogo, na entrada do estádio, com muito barulho, cantoria e confiança na classificação.

O que tem se visto também é a presença de muitos jovens, mocinhas e mulheres prestigiando os jogos do Campinense acompanhados de parentes. Isso é muito bonito!

O retrato do jogo Campinense x Botafogo mostrou que assim como o Campinense saiu classificado, a vaga poderia ter sido do Botafogo. O Campinense jogando com três zagueiros que não saiam para o jogo: Breno, Diego Padilha e Benhur; os dois alas muito avançados Madson e Renatinho deixavam espaços para o ataque do Botafogo; no meio campo a armação ficava por conta de Adriano Felício, tendo ainda o volante Charles Wagner que procurava chegar de surpresa no ataque pelo lado direito e ainda  o Anderson Paulista pelo lado esquerdo completando a dupla de volantes; no ataque o Warley ficou isolado na frente pouco sendo acionado, um ataque que ainda tinha Anderson Oliveira pelo lado direito; as ações ofensivas do Campinense tinha o seu poder de fogo com a chegada dos alas Madson e Renatinho que praticamente atuaram como ponta, principalmente o Madson; o Renatinho em várias investidas chegava pelo meio procurando surpreender a defensiva do Belo; Adriano Felício deu muito trabalho ao adversário. O Campinense jogava pelo regulamento e apostava numa defesa fechada com os três zagueiros e mais atrás seu guarda meta Pantera.

O Botafogo iniciava o jogo em alta velocidade com muita movimentação, jogando com dois zagueiros Henrique e Rogério que jogavam com muita raça e uma pegada forte evitando deixar brechas para o ataque do Campinense; o gol do Botafogo era guarnecido pelo Genivaldo; nas alas Diego Pitbull e Adriano apoiavam muito procurando explorar os espaços deixados por Madson e Renatinho, era um jogo com muita marcação sobrando espaço nas laterais do campo; Nino Paraíba era o jogador que procurava articular as jogadas de armação do Botafogo, Leomir se mexia muito pelo lado esquerdo e ainda tinha a chegada do volante Isaias que chegava como elemento surpresa; o volante Diego Fernandes ficava atrás cobrindo as alas; no ataque o Botafogo tinha o Jales constantemente na grande área como homem referência e o Edgar que se movimentava pelo lado direito. Tanto o Botafogo quanto o Campinense tinham propostas de jogo definidas e procuravam atacar evitando erros que comprometessem o sistema defensivo, sendo bem sucedidos nesse aspecto.

A primeira chance de gol foi do Campinense, aos 09’15 minutos, numa jogada pelo lado direito em que Breno lançou Charles Wagner, o volante partiu de trás como elemento surpresa invadiu a área e chutou cruzado uma bomba para uma grande defesa de Genivaldo espalmando para seu lado direito, com a zaga ficando com a sobra no meio da grande área.

Aos 13’30 minutos o Campinense chegou novamente com perigo através do Madson que invadiu a área chegando na linha de fundo com chances de arrematar no gol do Genivaldo, preferiu fazer o lançamento na pequena área só que não tinha nenhum atacante para cabecear a bola para a meta do Botafogo.

Aos 21’50 minutos é a vez do Botafogo chegar com perigo num chute de Isaias da entrada da área após passe de Nino, Isaias arremata forte de perna esquerda para uma boa defesa do goleiro Pantera e o jogo seguia 0 X 0.

O Botafogo tinha um maior domínio das ações no primeiro tempo e quase abre o marcador aos 31’25 numa cabeçada de Jales, na pequena área, a bola sai à esquerda de Pantera que salta com atraso e vê a bola passar muito próximo do seu poste esquerdo rente ao solo. A jogada começou pelo lado esquerdo com o apoio do ala Adriano que acionou Isaias na Linha de fundo que dominou e cruzou na medida para o Jales concluir e por muito pouco não abrir o marcador no Amigão.

Aos 35 minutos o Campinense marca a saída de bola do Botafogo, com pressão total, o Botafogo sai jogando leva vantagem e chega com perigo pelo lado direito com o Jales, na grande área, que numa jogada individual tenta o chute é travado, na continuação do lance a bola é passada para o Nino que chega livre na grande área, de frente para a meta do Pantera, bate de primeira por cima do gol perdendo uma grande chance de abrir o marcador.

Aos 44’40 minutos, o Campinense tem uma falta pelo lado direito, próximo ao escanteio, Renatinho cobra direto no primeiro pau tentando surpreender Genivaldo que tira de soco para escanteio. Na cobrança do escanteio Renatinho bate no primeiro pau a zaga falha, a bola sobra na pequena área muito perto da linha da meta, ninguém do Campinense chega e Genivaldo abraça a pelota e sai para o jogo.

O final do primeiro tempo termina com o Campinense pressionando e a última tentativa de gol acontece através de outro escanteio desta vez pelo lado esquerdo com Renatinho cobrando na frente da pequena área e a zaga do Botafogo aliviando o perigo tirando a bola num chute de voleio; o primeiro tempo é encerrado aos 48 minutos.

No segundo tempo o Campinense procurou se fechar mais deixando pelo menos cinco jogadores no campo de defesa: seu goleiro Pantera, seus três zagueiros Breno, Diego Padilha e Benhur e mais o volante Charles Wagner. Os quatro jogadores de linha da defesa da raposa formavam o desenho de um losango, o Campinense jogava com o regulamento e evitava abrir sua defesa para não ser surpreendido. Tinha momento do jogo quando o Campinense atacava em que se via claramente o atacante Jales cercado pelos três zagueiros do Campinense próximo ao círculo central. O Botafogo aumentava seu poder de fogo iniciando o segundo tempo com mais um atacante, o Cláud io que entrava no lugar do volante Diego Fernandes.

Até os 16 minutos do segundo tempo o jogo seguia truncado sem nenhuma oportunidade clara de gol, a festa era da torcida do Campinense que empurrava seu time para a classificação e cantava um dos hino do Clube: “Sou Campinense com muito orgulho, de coração…”. O primeiro chute perigoso da segunda etapa foi para o Campinense numa jogada de Anderson Oliveira que numa jogada na intermediária de seu ataque, pelo meio, se livrou de um adversário encontrou o espaço e soltou a bomba com a bola passando à direita da meta de Genivaldo levando susto, passou perto a meia altura que chegando em alta velocidade.

Até os 25 minutos da segunda etapa o jogo era truncado com muito contato físico e faltas duras, jogo típico de decisão em que não se pode dar mole para o adversário.

Aos 29 minutos o Botafogo faz outra substituição colocando o atacante Joilson no lugar do atacante Edgar, era outra cartada do Neto Maradona, jogo fechado como numa partida de xadrez, só o detalhe levaria uma das equipes à vitória. Para o Campinense o empate era suficiente para a equipe avançar na competição e amarrar o jogo era fundamental para conquistar seu objetivo. Até aqui nada do Botafogo encontrar as brechas necessárias para conseguir os dois gols tão almejados e o jogo seguia 0 X 0, com muita emoção e aflição por parte da grande massa raposeira e da pequena torcida do Belo da capital paraibana.

Aos 30 minutos do segundo tempo Freitas Nascimento coloca o descansado atacante Marabá no lugar do atacante Anderson Oliveira que fora bem marcado de forma dura e leal pelos defensores do Botafogo. O tabuleiro de xadrez ia mostrando sua cara, com novos lances e o desenho de um vencedor, ou seja, o gramado era palco de uma partida estratégica, com os guerreiros no campo de jogo procurando seguir a orientação de seus comandantes.

Aos 31 minutos o Botafogo chega pelo lado esquerdo com Pitbull que da linha de fundo lança forte na pequena área do Campinense, a defesa leva vantagem e alivia o perigo.

Aos 35 minutos o Campinense tem a chance de matar o jogo num chute do meia Adriano Felício, que da entrada da área arremata por cima da meta de Genivaldo, com a bola passando rente ao travessão, a jogada começou com Marabá do lado direito que passou na medida para o Felício.

Aos 41 minutos quando o jogo caminhava para o empate sem gols o Botafogo de tanto insistir pelo meio tentando furar o bloqueio do Campinense tem uma falta próximo à risca da grande área, falta perigosíssima. O zagueiro Rogério vai para a cobrança com outros dois companheiros de equipe, ele parte para a bola e chuta colocado no ângulo superior esquerdo de Pantera que nada pode fazer, estava aberto o marcador 1 X 0 para o Botafogo, que teria ainda pouco mais de seis minutos para aumentar a vantagem e conseguir sua classificação.

Aos 44 minutos Freitas Nascimento coloca Sidney e Henrique tirando Felício e Warley, mudança estratégica para ganhar tempo e fechar mais o meio com dois jogadores descansados. A essa altura do jogo a torcida do Campinense fica com o coração na mão e corre junto com os ponteiros do relógio, quer o fim do jogo. O Botafogo depois do gol é só ataque, tenta o segundo gol à todo momento que teima em não sair. O Campinense tem dois tiros de meta sai no chutão com seu goleiro Pantera, a bola vai e volta.

A aflição toma conta dos dois times e aos 48’20 minutos o Botafogo quase marca num lance de pura sorte quando o zagueiro Benhur tenta sair no chutão tirando uma bola da pequena área e essa bola bate no atacante Erivelto que está na grande área e volta para a meta do Pantera que acompanha a trajetória da bola assustado, vendo essa bola sair a direita do seu poste. Foi o último susto que a defesa do Campinense e sua torcida tomaram. Depois desse lance não deu tempo para mais nada e o jogo foi encerrado aos 49 minutos, com a vitória do Botafogo por 1 X 0.

Mesmo com a derrota para o Botafogo, os torcedores do Campinense fizeram muita festa no estádio Amigão comemorando a classificação do time para a decisão da Segunda Fase, que deixa o time muito perto de ser campeão.

O próximo jogo do Campinense é contra a boa equipe do Sousa que vem motivado pelas três vitórias consecutivas em cima do Treze (3 X 2, 2 X 0 e 3 X 1), com a terceira vitória na casa do Treze. O jogo acontece nesta quarta-feira no estádio Marizão, na cidade de Sousa.

A vantagem do Campinense é muito grande e não dá para pensar numa outra situação que não seja o título do Campinense.

O Sousa fez uma grande partida em Campina Grande tirando o Treze da briga pelo tricampeonato. O time do Treze era muito bom, porém dava mostras de que o ambiente interno não era dos melhores e isso refletiu negativamente na equipe. Acredito até que se o Treze for disputar a Série D deva haver uma reformulação em seu elenco.

O momento agora é outro e com certeza o Sousa vai enfrentar um adversário mais motivado, mais unido e tão forte quanto o vencido Treze.

A equipe do Sousa vem jogando uma bola redondinha no Campeonato Paraibano de 2012 e assim como o Campinense também vem motivado e numa crescente para essa primeira batalha de 180 minutos.

No entanto apesar das colocações acima, é como disse, acredito muito na conquista do título pelo Campinense devido à grande vantagem que tem no momento, contando ainda com o apoio de sua imensa e apaixonada torcida.

Em relação aos aspectos táticos não é hora de inventar e querer tirar um coelho da cartola para brigar pelo título. É um jogo de ida e outro de volto, não dá para tentar milagres no final do espetáculo, é hora de pôr em prática tudo aquilo que foi trabalhado ao longo da competição procurando minimizar os erros e aumentar os acertos. É isso que marcará o Campeão e que tenhamos dois jogos dignos de decisão, assim como foram os jogos entre Campinense X Botafogo e Sousa X Treze.

Que vença o melhor e o perdedor saiba respeitar as alegrias e as comemorações do grande campeão, havendo respeito de lado a lado!

eugeniopacelli_futebolcampeonatoparaibano2012@hotmail.com

Clique para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.