CAUSOS & LENDAS DO NOSSO FUTEBOL; leia e ouça. POR SERPA DI LORENZO –O ESTÁDIO OLÍMPICO DO BOI SÓ - SóEsporte
Colunistas

CAUSOS & LENDAS DO NOSSO FUTEBOL; leia e ouça. POR SERPA DI LORENZO –O ESTÁDIO OLÍMPICO DO BOI SÓ

serpa 2A capital paraibana havia perdido o seu aconchegante e histórico campinho do Cabo Branco, demolido para a tristeza de muitos no dia 12 de fevereiro de 1957, tendo como último espetáculo o confronto entre Auto Esporte Clube e o Santos de Tereré, partida vencida pelo primeiro por 5 x 1.

 Mas quando foi no dia 14 de abril do mesmo ano, as bilheterias e portões do moderno Estádio Olímpico “Governador José Américo” eram abertas para o público amante do futebol. Uma grande e espetacular obra para a época. O Estádio ficou com todas as suas dependências  literalmente tomadas.

 As bandeiras do Brasil, da FPF, da extinta CBD, da Paraíba, da Acep, do Botafogo e do Auto Esporte foram devidamente hasteadas no pavilhão por autoridades constituídas e ao som da Banda de Música da briosa Polícia Militar o Hino Nacional foi executado. O  ponta pé inaugural foi efetuado pelo Ministro  José Américo de Almeida, que foi ao centro do gramado acompanhado por várias autoridades, civis e militares.

 Após as formalidades inaugurais, houve o primeiro jogo tão esperado pela torcida da capital. Uma seleção de atletas constituída por jogadores do Botafogo, do Auto e do Confiança de Sapé enfrentou a aguerrida equipe do Santa Cruz do Recife.

 O juiz que teve a responsabilidade de comandar aquele jogo foi o senhor Anísio Morgado, e ele teve muito trabalho naquela tarde. A renda somaria a quantia de Cr $ 140, 49. O primeiro gol marcado naquela praça de esportes foi marcado peloatacante “Macáu”.

 Porém aquela festa não chegaria ao término normal, pois o selecionado da capital ao abriu o placar aos seis minutos do segundo tempo, por intermédio do atacante “Macáu”, depois de uma bela jogada de seu companheiro “Delgado”. Daí em diante o esquadrão pernambucano passou a jogar com bastante violência, desferindo pontapés e cotoveladas, resultando no revide por parte dos paraibanos.

 O juiz passou a expulsar os agressores. O jogo foi interrompido por duas vezes. Quando faltavam treze minutos para encerrar a partida, o técnico do Santa Cruz entrou em campo e retirou os seus comandados em definitivo. Os organizadores não conseguiram o retorno da  equipe pernambucana, não havendo outra alternativa ao juiz senão encerrar a peleja.

 O nosso selecionado jogou naquela inauguração com: Mascote (Freire), Nelson (Borracha)  e Kleber, Marajó, (Galego) Luis Carlos e Tita, Pedro Neguinho, Macáu, Delgado, Bola Sete e Élcio, depois Joãozinho.

 Um fato curioso que chamou a atenção dos presentes naquele dia foi a proeza de um torcedor que matou uma cobra coral nas matas que existiam nos arredores do estádio – local onde hoje funciona uma Vila Olímpica no Bairro dos Estados –  e correu com ela percorrendo as dependências da geral e da arquibancada. Como é do conhecimento de todos, o animal abatido é o símbolo do time do Santa Cruz.

 O Estádio Olímpico do Boi Só, como ficou popularmente conhecida aquela praça de esportes também deixou de existir, porém reinou por quase duas décadas no futebol da capital, escrevendo com tintas perpétuas e douradas o seu nome na história do futebol paraibano.

Ouça

Clique para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.