Causos & Lendas do Nosso Futebol: Você se lembra do árbitro Ivan Fernandes? - SóEsporte
Colunistas

Causos & Lendas do Nosso Futebol: Você se lembra do árbitro Ivan Fernandes?

Ele nasceu na próspera e bonita cidade de Campina Grande, precisamente no dia dezenove de outubro do ano de mil novecentos e quarenta e nove. Foi batizado pelos seus pais com o nome de Ivan Fernandes Moreira, mas para o mundo da bola ele ficou conhecido como o árbitro “IVAN FERNANDES, o popular PITOMBÃO”.

Desde cedo Ivan Fernandes mostrou-se apaixonado pelo esporte em geral e em particular o futebol de campo e de salão. Quando já morava na capital das acácias, ingressou nas disputadas categorias de base do Santos Futebol Clube, o alvinegro dos abnegados Walter Tereré Marsicano e Renato Queiroz.Naquela excelente escola e celeiro de bons jogadores, Pitombão permaneceu de 1963 ao ano de 1967.

Ao sentir que a sua carreira de atleta não iria decolar como almejado, o nosso homenageado optou em ingressar nos quadros de arbitragem da FPF – Federação Paraibana de Futebol. O nosso futebol perdia um atleta amador e ganhava um excelente árbitro.

Em 1969, Ivan Fernandes já se orgulhava de pertencer ao quadro de árbitros do nosso estado, sempre recebendo o apoio de Ivan Bezerra de Albuquerque e de Hermes Taurino da Silva, dois cronistas que nos dias de hoje fazem bastante falta aos microfones das nossas rádios.Quando foi no ano de 1970, Ivan Fernandes também ingressou no quadro de arbitragem da FPFS – Federação Paraibana de Futebol de Salão, passando a conciliar os dois esportes em sua vida.

Nas quadras Pitombão apitou partidas envolvendo todas as categorias de futebol de salão existentes em nosso estado, do infantil ao adulto.A sua brilhante carreira começou cedo a se destacar, o que o levou a fazer parte dos quadros da antiga CBD, Confederação Brasileira de Desportos, e depois da atual CBF, Confederação Brasileira de Futebol.Pitombão participou de várias decisões do campeonato de futebol profissional do estado da Paraíba.

Segundo o conceituado cronista Ernani Hardman Norat, o nosso árbitro em comento segurava muito o jogo, terminando-o quase sempre empate, característica que o levava a ser comparado ao inesquecível árbitro da FIFA Romualdo Arppi Filho.Ivan Fernandes também ingressou nos quadros de arbitragem da CBFS – Confederação Brasileira de Futebol de Salão, sendo escolhido para trabalhar na decisão da Taça Brasil de Futsal, em 1992, na cidade de Fortaleza.

Para a sua alegria e enorme recordação, naquele ano ele foi escolhido simultaneamente o melhor árbitro paraibano de futebol e também de futebol de salão.Como árbitro CBF ele foi designado para trabalhar em jogos importantes nas cidades de Fortaleza, Teresina, Maceió, Natal e em Vitória. Sempre retornou dessas capitais com o reconhecimento da crônica especializada local.

A sua carreira de árbitro sempre esteve envolvida em fatos pitorescos que alegravam o folclórico do nosso futebol. Citaremos aqui apenas alguns desses fatos bastante comentados pelo torcedor paraibano.  Quando o atleta cometia uma falta e dizia logo “professor eu entrei na bola”, Pitombão, respondia: “Você não pode, a bola é muito pequena”.

Em outra oportunidade, um atleta querendo encerrar a partida, assim falou “Professor, e o tempo? “Pitombão assim respondeu, “ o tempo está bom, sujeito a nebulosidade”. E quando o grande Dario peito de aço treinava o Vitória de Santo Antão, PE, veio enfrentar o Botafogo Futebol Clube no Almeidão, e assim se dirigiu para o nosso Ivan Fernandes: “professor, a bola foi pênalti”.

“Não, Darío, a bola é Adidas, no próximo ano poderá ser Penalty” respondeu sorridente o nosso árbitro.Ele também recorda – com o semblante seríssimo – quando apitou um jogo importante entre o Nacional Atlético Clube e o Treze Futebol Clube, no estádio José Cavalcanti, em Patos. Foi uma partida bastante tumultuada em que precisou sair camuflado vestido de soldado de polícia no meio do destacamento policial. 

Para nós torcedores, cronistas e desportistas paraibanos, ficou a certeza de que o cidadão Ivan Fernandes Moreira, o popular “PITOMBÃO”, escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.

Serpa Di Lorenzo

Historiador, Membro da ACEP e APBCE

falserpa@oi.com.br

2 Comentários

2 Comentários

    Deixe um Comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.