Causos & Lendas do Nosso Futebol: VOCÊ SE LEMBRA DO GOLEIRO JACKSON DO PANDEIRO? - SóEsporte
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Causos & Lendas do Nosso Futebol: VOCÊ SE LEMBRA DO GOLEIRO JACKSON DO PANDEIRO?

“Esse jogo não é um a um, se o meu time perder tem zum-zum-zum” (Foto: Divulgação)

Ele nasceu na histórica cidade brejeira de Alagoa Grande PB, no dia 31 de agosto do ano de 1919 os seus pais o batizaram com o nome de JOSÉ GOMES FILHO, mas para o mundo artístico ele ficou conhecido como JACKSON DO PANDEIRO.

Aos oito anos de idade a sua mãe lhe presenteou um pandeiro e ele passou a acompanhá-la em apresentações na então pequena Alagoa Grande. Quando ele completou 13 anos, o seu pai faleceu e a família foi morar na cidade de Campina Grande. Em sua adolescência muito humilde, Jackson trabalhou como biscateiro, engraxate e entregador de pão.

Porém ele nunca se afastou da música, chegando a integrar um conjunto musical da Rainha da Borborema. Quando tinha folga corria para os campos para bater peladas.Em Campina Grande, outra paixão nasceu no coração do nosso homenageado: O futebol. Sim, estimado leitor, pouca gente sabe, mas o cantor de sucessos como Sebastiana, Chiclete com Banana,

Quem não Chora não Mama, Xote de Copacabana, O Canto da Ema e outras dezenas de músicas foi um apaixonado pelo futebol. Não só gostava como também jogou, chegando a ser goleiro do Treze Futebol Clube na longínqua década de 40. Ele não possuía a altura ideal para jogar de goleiro, mas os seus esforços e vontade conseguiam suprir essa deficiência.

Sabedor de que o seu destino era o pandeiro e não a bola, a sua carreira dentro dos gramados foi muito rápida e com o caráter exclusivamente amador de então. Porém, a sua experiência e paixão pelo futebol levaram ele a posteriormente compor e a gravar várias músicas falando do assunto, como por exemplo:  Um a Um, Frevo do Bi, Bola de pé em pé, A Taça já era Dela, Rei Pelé e Olé do Flamengo.

Quando deixou a cultural Campina Grande, o Rei do Ritmo morou em João Pessoa, Recife e finalmente no Rio de Janeiro, então capital federal e berço do seu Clube de Regatas Flamengo, o segundo time do coração.

Mesmo viajando e se apresentando por vários estados do país, JACKSON sempre se inteirava das campanhas do Treze Futebol Clube, equipe que conquistou o seu coração ainda na adolescência. Quando foi no dia 10 de julho do ano de 1982, com 62 anos, o nosso homenageado estava realizando uma turnê em Brasília quando teve embolia pulmonar e cerebral indo a óbito deixando um enorme  legado musical para ser pesquisado.

Para nós torcedores, desportistas e cronistas paraibanos ficou a certeza de que o senhor JOSÉ GOMES FILHO, o popular “JACKSON DO PANDEIRO” escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano e na inigualável música popular brasileira.
Por Serpa Di Lorenzo

Historiador, Membro da ACEP e APBCE

falserpa@oi.com.br

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