CLUBE ASTRÉA — Resistência em silêncio
(por Lourival Muribeca)
Poucas horas atrás, noite de sexta-feira, estive nas dependências do 2º clube mais antigo do Brasil: o CLUBE ASTRÉA. Fincado no coração de João Pessoa, sua fundação remonta a 30 de maio de 1886. Um símbolo da vida social paraibana de outrora e que, mesmo fechado há décadas, ainda respira a nostalgia dos antigos carnavais e da memória da capital paraibana.
Entre os aparentes desgastes externos, permanece de pé um ginásio que já vibrou com eventos desportivos, partidas e importantes competições. Um grande parque aquático que, sim, precisa de recuperação. Salões que, no século passado, celebraram os melhores bailes da cidade.
Mas o que restou, de fato?
A resistência silenciosa de poucos senhores — muitos já idosos, filhos e até netos de antigos sócios — assim como meu pai, que, nas últimas décadas, fez parte da Junta Governativa. Travando lutas sem alarde para manter viva a história astreana, livrando o clube das dívidas e de dezenas de leilões (foram 20), conseguindo quitar todas as pendências trabalhistas, fiscais e tributárias, preservando o patrimônio e essa memória coletiva.
Não se trata apenas de um imóvel. É um testemunho vivo de um outro tempo, de um espírito comunitário que seguirá preservado.
Na noite da última sexta-feira (16), às 20h, em segunda chamada, foi aberta a Assembleia, convocada no mês passado através do Jornal A União, que decidiu pela instauração de uma nova Junta Governativa, agora com sete membros atuantes.
As parcerias com o Poder Público haverão de acontecer no momento certo em que tiverem que acontecer. Um mês atrás, o prefeito Cícero Lucena esteve presente no clube com sua assessoria, garantindo isso: sem desapropriação, sem demolição, sem interesses outros — e, principalmente, sem nenhum apagamento dessa história de resistência abnegada.
APESAR DA CHUVA INTENSA, O ASTRÉA MOSTRA QUE CONTINUARÁ VIVO POR VÁRIAS GERAÇÕES.
VIVA O ASTRÉA!
Foto – Portal Correio


















