Como uma final intercolegial quase tirou o camisa 6 da seleção e do Atlético do futebol - SóEsporte
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Como uma final intercolegial quase tirou o camisa 6 da seleção e do Atlético do futebol

Fernando Prass; Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Rodrigo Dourado, Thiago Maia e Felipe Anderson; Gabriel Jesus, Neymar e Gabriel.

Esse foi o primeiro esboço de escalação com que Rogério Micale trabalhou em coletivo em campo reduzido na última quinta-feira, na Granja Comary, em Teresópolis-RJ. Os nomes acima largam na frente por um lugar na seleção olímpica que entrará em campo contra a África do Sul, no próximo dia 4 de agosto, em Brasília.

Talvez poucos com a mesma dose de drama e – por que não? – de sorte que acompanha o novo dono da lateral esquerda do time.

Para o destaque do Atlético-MG, Douglas Santos, ter vencido a disputa com Wendell, do Bayern Leverkusen, não é nada perto do que teve que enfrentar para deixar a sua João Pessoa-PB.

Ele carrega na coxa esquerda, na maior parte do tempo, coberta pelo calção, as marcas de uma cicatriz que explicam a superação de quem aos 15 anos foi aconselhado a abandonar o futebol.

Aos 22, estará brigando pelo inédito ouro olímpico.

“Eu o conheci num jogo no Recife quando ele tinha 14 anos. Alguns amigos meus que jogaram na Alemanha queriam fazer intercâmbio com jogadores do Brasil para serem empresários. Então, meu primo, que era treinador de futsal, organizou para fazer um jogo para ver uns garotos, vieram vários de João Pessoa para eles olharem, entre eles, o Douglas. Eles gostaram muito de Douglas e falaram para ele ir para um time do interior de São Paulo para se adaptar antes de se mudar para a Alemanha”, conta o empresário do atleta, Roberto Dantas, ao ESPN.com.br.

GAZETA PRESS

Douglas Santos em ação pelo Atlético-MG
Douglas Santos em ação pelo Atlético-MG

Havia um obstáculo, no entanto: Douglas Santos era bolsista de um colégio particular em João Pessoa e teve de voltar à sua cidade para disputar a final do Paraibano de futsal intercolégios.

Uma decisão que quase sepultou as suas chances no futebol.

“Ele se machucou com 10 minutos ao tomar uma entrada dura e fraturou a perna. O colégio não deu assistência nenhuma para ele. Foi um um desespero grande. Deram R$ 50 para ir de táxi ao hospital público e o médico queria operar o joelho. O pai dele me ligou desesperado” prossegue Dantas.

“Um grande amigo do meu pai era ortopedista e o trouxemos para Recife. Ele fez os exames e a fratura foi bem próxima do joelho, mas no fêmur. Ele colocou pinos e fez a cirurgia. Ficou um ano com o pé para cima sem tocar na bola. Depois voltou a jogar na várzea da Paraíba e o pai me falou de clubes como o Guarani-SP e outro do Uruguai”, completa.

Nenhum dos dois acabou sendo o seu destino, contudo.

O pai de Douglas pediu orientação a Roberto Dantas, que, naquela época, era apenas sócio de uma academia e não trabalhava como agente. Ainda assim, através de um conhecido, conseguiu um teste para o lateral no Náutico.

Marcus Alves, de Teresópolis (RJ), e Vladimir Bianchini para o ESPN.com.br
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