Condições dos estádios preocupam os desportistas da Paraíba

O promotor e curador do cidadão, Valberto Lira (E). Fotos - www.soesporte.com.br

O futebol paraibano entra na 91ª edição com um antigo problema que deixa torcedores, dirigentes de clubes, diretoria da federação preocupados: as condições dos estádios. O jornal correio da paraíba público uma matério faltando uma semana para começar a competição estadual que fala muito bem desta problematica.

Franco Ferreira

Os problemas dos principais estádios de futebol da Paraíba se repetem de um ano para outro. Na última década, porém, o assunto sempre vem à tona quando está perto de começarem as competições oficiais.

Faltando uma semana para começar o Campeonato Paraibano, os estádios Almeidão, em João Pessoa, e Amigão, em Campina Grande, continuam vetados pelo Ministério Público.

As duas principais praças de esportes do Estado têm apresentado maiores preocupações, com a comissão de vistoria apontando uma série de irregularidades no gramado, na estrutura das arquibancadas – com rachaduras -, corrosão nas marquises, além de problemas no sistema elétrico.

Conforme constatação do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura da Paraíba (Crea-PB), com base nos laudos técnicos, esses problemas colocam os torcedores em risco. Por isso, as duas praças de esportes não estão liberadas para eventos que tenham público.

Com base nos pontos críticos constatados e relatados nos laudos técnicos, o Ministério Público foi obrigado a proibir a realização de competições com presença de público nos estádios. Além deles, o MP também vetou  a Graça, que tem administração do município de João Pessoa.

Promotor quer contagem de público

A parte da arquibancada coberta do Almeidão é a que preocupa mais, por isso, pode não ser liberada para os jogos oficiais – Campeonato Paraibano e Copa do Brasil. A garantia foi dada pelo promotor e curador do cidadão, representante do Ministério Público, Valberto Lira. “Seria uma irresponsabilidade liberar os estádios para as competições, sem atender o que determina o Estatuto do Torcedor”, disse.

Segundo ele, com base no laudo técnico, o MP não pode liberar os estádios para competição, sem que haja a certeza que os serviços serão executados.

Ao admitir que o estádio Almeidão poderá ser liberado com a capacidade reduzida de torcedores, o representante do Ministério Público, destacou que, neste caso, os responsáveis pelo estádio terão que colocar catracas eletrônicas para registrar o número exato de público em cada partida.

Secretário garante entregar estádios antes do Certame começar

O secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) Fábio Maia, garante que o Governo do Estado está realizando as obras exigidas pela comissão de vistoria, para que os estádios Amigão e Almeidão sejam liberados. Os trabalhos, segundo ele, estão bem adiantados e na próxima semana haverá uma nova vistoria.

“Tenho certeza que a Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Crea-PB e Ministério Público irão aprovar, inicialmente, o estádio Amigão” disse o secretário, acrescentando que as exigências são poucas.

Maia admitiu que sua maior preocupação diz respeito ao estádio Almeidão, que só deverá ser liberado para a rodada do próximo dia 12, quando o Botafogo vai enfrentar o Campinense. A expectativa, porém, fica por conta das partidas entre Auto Esporte e Bahia e Treze x Botafogo-RJ, validadas pela Copa do Brasil, que serão disputados no mês de março.

O secretário reconhece ser necessário fazer uma recuperação geral no estádio Almeidão, sobretudo, no tocante às partes elétricas, hidráulicas, banheiros e a construção de uma delegacia, como determina o Estatuto do Torcedor.

Os melhoramentos, que inclui ainda a recuperação do gramado, devem acontecer nos próximos meses, atendendo um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que será firmado entre a secretaria da fazendo, Suplan, Sejel e Ministério Público.

Almeidão preocupa o Crea-PB

O estádio Almeidão tem uma série de pontos críticos, mas, de acordo com o superintendente do Crea-PB, Cojesu Paiva dos Santos, a sub-estação elétrica (abrigada) chama mais a atenção, pois no período de chuva alguém pode levar um choque e ser fatal.

Por isso, ele não abre mão das determinações da portaria 124 do Ministério do Esporte, que exige as condições mínimas para os torcedores, imprensa e árbitros. Cojesu Paiva acrescenta que, o importante é a segurança do ser humano. “Uma partida de futebol é um espetáculo e o espectador não pode está no estádio preocupado. Nosso objetivo de fazer estas exigências é para prevenir e evitar qualquer problema”.

De acordo com a portaria 124, “os requisitos mínimos do laudo de estabilidade estrutural, previsto são os ensaios tecnológicos preditivos de termográfica, vibrações mecânicas e outros exames que se façam necessários. O laudo de estabilidade estrutural será obrigatório para os estádios que apresentarem antecedentes de problemas estruturais ou constatação de anomalias com comprometimento estrutural, detectada pelo profissional qualificado por ocasião da confecção do laudo de vistoria de engenharia e terá validade de cinco anos”.

O superintendente fala ainda em outros problemas, como infiltração e rachaduras nas placas de concretos. Ele, poréem, ressalva que tudo precisa ser revisto pela comissão de vistoria, para saber se já houve melhoramentos nos últimos anos que possam oferecer condições de ser utilizado.

Cinco estádios estão liberados

Mais dois estádios estão liberados para as disputas do Campeonato Paraibano de 2012. Além do Marizão (Sousa) e José Cavalcanti (Patos), o Ministério Público também concorda que os jogos oficiais sejam realizados no estádio Perpétuo Correia Lima (Perpetão), em Cajazeiras, e Presidente Vargas, em Campina Grande. Agora são quatro estádios com condições de serem utilizados, faltando Amigão, Almeidão e Graça.

A confirmação veio depois que a comissão responsável pela análise, composta por representantes do Corpo de Bombeiros, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-PB), Vigilância Sanitária e o promotor de Justiça dos Direitos do Cidadão, Valberto Lira, analisou os laudos de vistoria dos estádios.

De acordo com o secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Fábio Maia, o Governo do Estado está concentrando esforços para que os estádios vetadps possam receber as partidas. “Os torcedores devem ficar tranquilos, pois algumas melhorias já foram feitas e outras estão por vir. O que importa é que a comissão avaliou os laudos e viu que o Perpetão tem condição de ser sede das partidas. O campeonato não será prejudicado”, disse Fábio.

Quanto aos outros estádios pertencentes ao Estado da Paraíba (Amigão,em Campina Grande, e Almeidão,em João Pessoa), Fábio Maia acredita que também não haverá problemas. O secretário lembrou que, em sua gestão, foi feita a reforma da subestação de energia para o jogo da Copa do Brasil de 2011.

Construção dos estádios Almeidão e Amigão

Construído dentro dos padrões, o estádio José de Américo de Almeida Filho, em João Pessoa, com gramado (110×75) e com a capacidade 40.000 pessoas, foi inaugurado no dia 9 de março de 1975, com recorde de público 42 mil torcedores.  No jogo inaugural, o Botafogo de João Pessoa enfrentou o Botafogo carioca e perdeu por 2 a 0. Os gols foram marcados Tiquinho (Botafogo-RJ), sendo o primeiro aconteceu aos 15 minutos. O segundo surgiu na etapa final.

O Estádio Ernani Sátyro, em Campina Grande, foi inaugurado no dia 8 de março de 1975, com o jogo Campinense 0x0 Botafogo Carioca. Com isso, o primeiro gol aconteceu no clássico Campinense e Treze, que terminou com o placar de 1 a 1, em 16 de março de 1975.  O atacante Pedrinho Cangula, pai do meia Marcelo Paraíba, abriu o placar em favor do Campinense, enquanto Fernando Canguru empatou para o Galo.