Os atletas do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA que conquistaram medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, encerrados no domingo (26/7/2015), já estão de volta ao Brasil. Alguns deles, como a campeã Juliana Paula Gomes dos Santos, iniciaram um breve período de descanso antes de começar a pensar da temporada de 2016. Outros mal chegaram ao país e já voltaram aos treinos, por causa do Mundial de Pequim, na China, que será disputado de 22 a 30 de agosto.
Juliana chegou de Toronto na segunda-feira e já no aeroporto reencontrou o marido, Marílson Gomes dos Santos, e o filho Miguel, de 4 anos. Agora, recebeu do técnico Adauto Domingues alguns dias de férias. “Fico pelo menos uma semaninha parada”, contou a campeã, que passou por uma maratona de entrevistas ao lado do marido e de Miguel. Ainda sem calendário definido para o restante da temporada, Juliana quer agora conquistar o índice olímpico para suas provas. “São índices fortes, mas vou com tudo para conseguir. É um sonho estar na Olimpíada disputada na minha casa.”
A fundista também disputou os 3 mil metros com obstáculos no Pan, prova que, assim como no 5 mil, também é uma experiência nova. Por isso, ainda não decidiu qual será seu foco principal. “Ainda não decidi em qual vou investir, qual vou pegar com mais força pelo índice olímpico”. Juliana diz que não abandonou suas provas anteriores. “Só não entrei na prova dos 1.500 metros no Pan porque o programa-horário não permitia”, afirmou, sobre a prova em que foi campeã pan-americana na edição do Rio, em 2007.
Assim como Juliana, Ronald Julião também já está de olho nas marcas da próxima temporada. Medalha de prata no lançamento do disco, com 64,65 m, Ronald ficou muito perto do índice para o Mundial de Pequim. Agora, buscará melhorar suas marcas para conseguir a classificação olímpica, cujo índice é 66 metros. Ronald fez uma prova de superação em Toronto, após ter passado dois anos lutando contra lesões.
Foco em Pequim
Os medalhistas do Pan que estão convocados para o Mundial de Atletismo de Pequim (CHN) não têm descanso – Keila Costa, do salto em distância, Luiz Alberto Cardoso de Araújo, do decatlo, Jucilene Sales de Lima e Júlio César Miranda de Oliveira, ambos do lançamento do dardo. Todos já retomaram os treinos.
Keila Costa disse que estava preparada para fazer índice para o Mundial também no salto triplo no Pan de Toronto. Keila fez 14,50 m, mas com vento acima do permitido (2,9 m/s). “Nossa, o vento me perseguiu essa temporada”, disse, referindo-se também à marca de 14,21 m obtida na etapa de Eugene da Diamond League. “Bom, agora eu vou treinar só salto em distância. Até o Pan eu estava mais focada no triplo… O salto é igual, mas tenho de automatizar a perna de apoio do salto em distância, a esquerda. É treinar corrida, entrada e a perna de apoio. No Mundial, eu vou pensar em estar numa final e depois em melhorar e brigar por pódio. O salto em distância é uma prova em que às vezes fica todo mundo embolado, como foi em 2010, no Mundial indoor (em Doha foi bronze no distância).” Disse que está com saúde, sem dor, sem lesão. “Estou treinando bem e chego motivada para competir.”
Para Luiz Alberto o objetivo é melhorar a pontuação no decatlo. Levou o bronze no Pan com 8.179 pontos, que também é índice olímpico. Sua melhor marca é 8.276, de 2012. “Vou pensar mais em fazer o meu melhor resultado pessoal. Deus tem ajudado, estou sem lesão. E quero melhorar no salto com vara, no lançamento do dardo e acertar a prova de barreira. Fazer tudo isso bem dentro do decatlo como se estivesse fazendo provas separadas”, diz Luiz Alberto, de 28 anos, pai de Samuel, de 2 anos.
Júlio César Miranda de Oliveira e Jucilene Sales de Lima, que ganharam bronze no Pan vencendo adversários fortes e mostrando que o lançamento do dardo está em ascensão, também vão ao Mundial de Pequim e já retomaram os treinos com o técnico João Paulo Alves da Cunha. “O Pan era o foco principal da temporada. Consegui ir bem, mas como já cheguei lá com o índice para o Mundial passei a pensar em avançar até a final. Esse ano melhorei duas vezes o recorde brasileiro, tem sido uma excelente temporada e posso pensar em fazer um bom lançamento no Mundial”, disse Júlio. “Meu objetivo maior é estar entre as 12 finalistas e, para isso, acho que preciso lançar acima de 62 m. Em 2013, a última classificada para a final lançou 60 m. Eu quero lançar bem ir a final e daí ir o mais longe que puder. Tenho mais um mês para treinar. O Pan foi forte e o Mundial vai ser mais ainda”, afirmou Jucilene.
Recém-chegado ao Clube BM&FBOVESPA, o velocista Gustavo Machado dos Santos, de 24 anos, foi o homem que abriu o revezamento 4 x 100 metros que conquistou a medalha de prata em Toronto. Gustavo também participou da prova no Mundial de Revezamento nas Bahamas, em 2015, e espera a lista de convocados para o torneio na China.
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