Equipe de refugiados ganha primeira medalha da história ao assegurar bronze no boxe
A Equipe de Refugiados dos Jogos Olímpicos conseguiu a primeira medalha da história neste domingo. A pugilista Cindy Winner Djankeu Ngamba, de Camarões, venceu a francesa Davina Michel pelas quartas de final do boxe na categoria até 75 kg e assegurou pelo menos o bronze nas Olimpíadas de Paris.
É a primeira vez que o time de refugiados alcança um lugar no pódio desde a criação para a Rio-2016. A boxeadora ainda disputa a semifinal no próximo dia 8, às 17h15 (de Brasília), contra Atheyna Bibeichi Bylon, do Panamá, com a possibilidade de brigar pelo ouro.
No boxe, os atletas que alcançam as semifinais asseguram pelo menos a medalha de bronze. Assim, caso seja derrotada no próximo combate, a camaronesa conquista pelo menos uma honraria em Paris.
Ngamba treina na Inglaterra e compete pela Equipe de Refugiados por não poder retornar a Camarões. A pugilista é homossexual, orientação criminalizada no país africano.
Aos 20 anos, ela quase foi deportada para o país africano por ainda não possuir o passaporte britânico, condição que ainda busca. Caso retornasse, poderia ser agredida ou até ser presa.
Longe do país natal, ela foi convidada a competir pelo time de refugiados em Paris, que reuniu o maior número de atletas para a atual edição dos Jogos.
São 36 atletas classificados como refugiados pela ONU (Organização das Nações Unidas) competindo sob a bandeira do COI (Comitê Olímpico Internacional).
Há oito anos no Rio de Janeiro, por exemplo, foram 10 atletas. Em Tóquio, o número subiu para 29.
Mas é em Paris, enfim, que o grupo de refugiados consegue subir ao pódio e nas mãos de Ngamba, que tem pelo menos o bronze assegurado no boxe.