Iniciativa promove a conservação da natureza alinhada ao esporte como uma forma de desenvolvimento socioambiental
Poucas coisas podem marcar tanto a vida de um atleta quanto competir em uma edição de Jogos Olímpicos, mas os cinco canoístas que representaram a Canoagem Slalom do Brasil no Rio 2016 tiveram, nesta semana, um dia que ficará gravado para sempre. Ana Sátila, Pedro Gonçalves, Felipe Borges, Charles Corrêa e Anderson Oliveira puderam remar e treinar um pouco das suas técnicas nas corredeiras das Cataratas do Iguaçu.
Pedro Gonçalves, do K1 Masculino, comentou essa oportunidade. “Estar em um Parque Nacional, com toda essa biodiversidade e poder remar junto com a natureza, com este cenário das Cataratas… é de arrepiar”. Já Felipe Borges, nascido em Foz do Iguaçu, ficou impressionado com rara possibilidade. “Poder ver essas maravilhas de outro ângulo é uma oportunidade única. Muito obrigado ao Parque Nacional do Iguaçu e as pessoas que aqui trabalham por cuidar de tudo isso para nós”, agradece o atleta.
Charles Corrêa aproveitou cada minuto na água. “Não tenho palavras para descrever minha felicidade, foi incrível poder estar em um Patrimônio Natural da Humanidade e remar aos pés de uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo”. Ana Sátila sempre quis remar aqui “adoro esse local, essa energia da natureza”, pensamento compartilhado por Anderson Oliveira, “esse momento ficará na minha memória para sempre”.
O Parque Nacional do Iguaçu, criado em 1939, abriga o maior remanescente de floresta Atlântica da região sul do Brasil. Protege riquíssima biodiversidade de espécies da fauna e flora brasileiras, das quais algumas ameaçadas de extinção, como onça-pintada, puma, jacaré-de-papo-amarelo, papagaio-de-peito-roxo, gavião-real, peroba-rosa, araucária, além de muitas outras espécies de relevante valor histórico, cultural e de interesse cientifico. Essa expressiva variedade biológica, somada à beleza singular das Cataratas fizeram do Parque Nacional do Iguaçu a primeira Unidade de Conservação do Brasil a ser instituída como Sítio do Patrimônio Mundial Natural pela UNESCO, no ano de 1986.
Atividade de Canoagem
Em virtude do Parque Nacional do Iguaçu ser uma unidade de proteção integral da natureza e ainda fazer parte do Sistema de 326 Unidades de Conservação Federais geridas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a atividade só pode ser realizada por meio de um planejamento que considerasse toda logística e segurança dos atletas, assim como da biodiversidade local.
“Quando recebemos a proposta da Confederação Brasileira de Canoagem percebemos uma oportunidade de promover a conservação da natureza alinhada ao esporte como uma forma de desenvolvimento socioambiental, de chamar a atenção para esta integração”, comenta Rafael Rodrigues Machado, servidor do ICMBio/ParNa Iguaçu, coordenador geral da atividade.
“No atendimento aos visitantes do Parque Nacional, assim como nas produções especiais, primamos pela conservação da biodiversidade e contamos sempre com o apoio dos concessionários. Para esta atividade o suporte e segurança da equipe do Macuco Safari foram essenciais”, continua. “Gostaria de agradecer e parabenizar aos atletas olímpicos pela compreensão da importância de um Parque Nacional, e pela dedicação e esforço em representar o Brasil”, finaliza Machado.
Durante a atividade os canoístas olímpicos foram fotografados por Alexandre Marchetti, da Itaipu Binacional, fotógrafo profissional que conhece muito bem o Parque Nacional do Iguaçu e os diversos cenários propícios à captação de belas imagens. Mas neste desafio, pode também sentir um significado diferente, “algumas vezes imagens se constroem pelo conteúdo, foi muito bacana encaixar os atletas nesta cena, todos estavam radiantes com esta rara oportunidade, fotografá-los aos pés das imponentes Cataratas do Iguaçu foi como pintar nossos heróis brasileiros num cenário de gigantes da natureza”.