NA BOCA DO GOL
“Esta meu filho …foi pro beleléu!”
Seu nome se confunde com a radiofonia esportiva paraibana. Já a sua voz é reconhecida e inconfundível aos ouvidos dos apaixonados pelo futebol independente de clube – seja time da capital ou do interior -, pois o seu profissionalismo sempre foi pautado com a marca da imparcialidade e competência.
O que as gerações novas não sabem é que esse craque do microfone já esteve dentro das quatro linhas e por pouco não abraçou a carreira de jogador profissional, iniciada em 1958, no esquadrão do Vitória da cidade de Cabedelo, posteriormente se transferindo para o CTP – Esporte Clube da cidade de Santa Rita, time que pertencia a então Companhia de Tecidos Paraíba e que empregava os seus bons jogadores.
Torcida paraibana, estamos falando de Eudes Moacir Toscano.
Ele trabalhou, jogou e foi capitão da equipe da Companhia de Tecidos por dez anos, criando um salutar vínculo entre o futebol e a profissão que só deixou no ano de 1970, como Chefe de Vendas.
Em 1962 por pouco esse destino não foi interrompido e não seguiu outro percurso, o jovem Eudes Toscano foi fazer um curso no Senai de Campina Grande e lá foi convidado para realizar um teste no Treze Futebol Clube, equipe que integrou por cerca de sete meses e na hora de assinar o contrato profissional a sua mãe não permitiu, pois futebol naquela época não possuía o status nem o reconhecimento financeiro da atualidade.
Para deleite dos amantes do futebol paraibano o destino de Eudes Toscano era a imprensa esportiva, iniciado na Rádio Difusora de Santa Rita, passando pela Rádio Sociedade e em 1964 chegando á Rádio Arapuan. Nesta última emissora o seu talento foi descoberto e reconhecido por Otinaldo Lourenço. Ainda na década de 60 ele trabalhou na Rádio Caturité e quando foi em 1968 ingressou na potente Rádio Tabajara. Hoje ele integra o Esquadrão de Aço da Rádio Sanhauá.
O seu extenso e rico curriculum inclui passagens na imprensa escrita, por várias vezes, quando assinou a coluna na “Boca do gol” nas páginas esportivas do tradicional jornal A União. Aliás, essa coluna foi transformada em prazeroso livro com o mesmo nome.
Em seus mais de 50 anos de radiofonia esportiva, o nosso homenageado transmitiu as eliminatórias das copas de 1970, 1978 e 1994. A Copa Independência de 1972. A copa do mundo de 1990 e várias copas América.
Esteve presente e repassou aos paraibanos às emoções indescritíveis da histórica decisão do campeonato paraibano de 1968, quando dentro do lotado estádio Presidente Vargas, o Botafogo foi campeão vencendo o Treze F.C por dois tentos a um, com um gol de cabeça do zagueiro Lando, nos minutos finais. De repente apagaram os refletores, o árbitro encerrou a peleja e o pau comeu. Foi preciso, a delegação do time da capital ter que pular o muro, e se esconder no quartel da Polícia Militar ali vizinho e, segundo os exagerados, até hoje tem gente correndo.
Também nos emocionou quando narrou em 1980 das cabines do maior estádio do mundo a sensacional vitória do Botafogo, do craque Zé Eduardo em cima do Flamengo de Zico e companhia. Naquela noite o Belo calou o Maracanã e o grito de gol de Eudes Toscano embriagou a Paraíba.
Junto com os grandes companheiros Geraldo Cavalcanti, Vandal Dionísio e Ivan Bezerra, Eudes viu vários jogadores surgirem no estado, vencerem ou não passarem de simples promessas. Porém nunca esqueceu do mago “Delgado”, um craque que classifica como quase perfeito.
Bem, se você quer saber mais sobre o nosso homenageado, em breve ele lançará em nossa capital o seu segundo livro denominado de “Tirando de Letra”, Histórias e Estórias no Esporte e no Rádio, com o selo da Gráfica e Editora A União.
Para nós, torcedores e amantes do nosso futebol ficou a certeza que o jornalista “Eudes Moacir Toscano” escreveu o seu nome com tintas douradas e perpétuas na brilhante história do futebol paraibano.
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