Ex-jogador de futebol sofre após descobrir fraude em diversos clubes com o seu nome
Iranaldo do Nascimento Silva, ex-jogador de futebol e atual servidor público de Mataraca (PB), fez uma surpreendente descoberta: seu nome foi utilizado de forma fraudulenta para criar vínculos empregatícios com diversos clubes de futebol. Ao tentar sacar o abono do PIS/PASEP, o ex-atleta se deparou com registros em seu cadastro do INSS que apontavam empregos inexistentes. Em dificuldades financeiras atualmente, agora ele não pode sacar o benefício.
Segundo a representação criminal apresentada na 4ª Vara Regional das Garantias, situada na Comarca de Mamanguape, Paraíba, Iranaldo verificou que seu nome estava sendo associado às seguintes entidades:
• Sociedade Esportiva Ypiranga Futebol Clube (CNPJ nº 08.862.336/0001-75);
• Associação Atlética Coruripe (CNPJ nº 05.663.891/0001-80);
• Sociedade Esportiva de Picos (CNPJ nº 06.685.226/0001-50);
• Retrô Futebol Clube Brasil (CNPJ nº 27.171.523/0001-57);
• Lagarto Futebol Clube (CNPJ nº 10.951.627/0001-81).
Em sua denúncia, Iranaldo relata que nunca manteve qualquer vínculo empregatício com os clubes mencionados. O uso indevido de seus dados pessoais, em conluio com representantes dessas instituições, resultou em diversos prejuízos:
• Prejuízo financeiro: Ao ser impedido de sacar o benefício do abono do PIS/PASEP, ao qual tinha direito, Iranaldo sofreu uma perda econômica direta, agravada pelas dificuldades financeiras que vem enfrentando.
• Danos psicológicos: A descoberta do uso fraudulento de sua identidade gerou um impacto emocional profundo, acompanhado de estresse e angústia, diante da violação de sua integridade pessoal.
• Deterioração da reputação: O fato de seu nome ter sido indevidamente vinculado a diversos clubes por todo o país compromete sua credibilidade pessoal e profissional, criando um cenário de desconfiança em sua imagem pública.
Um ponto que aumenta o mistério do caso é a identidade do indivíduo que, supostamente, atuou em diversos clubes utilizando o nome de Iranaldo. Enquanto o verdadeiro responsável por esses registros fraudulentos permanece desconhecido, cabe, portanto, aos clubes de futebol prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. Já a polícia ainda não localizou o jogador que atuou nos clubes por meio de nome falso. Iranaldo registrou um boletim de ocorrência em 3 de abril de 2024, formalizando a denúncia junto às autoridades competentes.
E agora?
O caso, conduzido pelo advogado Antonio Carlos Dantas do Rego Filho (OAB/PB nº 31.586), requer a abertura de inquérito policial, a oitiva dos representantes dos clubes e de testemunhas indicadas, além da intervenção do Ministério Público para que sejam adotadas as medidas cabíveis.
O ex-jogador lamenta a história que tem passado. ” A gente fica sem entender, é como se tivessem me roubado a vida. Roubaram minha carreira. “Nunca vi a cara dele (do fraudador), nem pessoalmente, nem por foto. Você (o impostor) usou meu nome com muita má-fé. Suei para chegar onde cheguei. Você não suou nada. Eu jamais faria isso com você”, desabafa.
Para o advogado responsável pelo caso, é evidente que há uma fraude configurada em todo o ocorrido. “Agora o foco é identificar a autoria. Iranaldo está tendo seus dados utilizados há mais de dez anos. Qualquer colaborador da trama precisa ser responsabilizado”, afirma Dantas Filho com relação à possibilidade de ação cível por danos morais e materiais.


















