Você, torcedor, sabia que desde 1 de janeiro deste ano está em vigor a nova regra da Fifa que permite a escalação de até 12 jogadores no banco de reservas em competições oficias? Não? Mas você não é o único desinformado. A maioria dos clubes do Brasil também desconhece a emenda.

Em junho do ano passado, a CBF recebeu da entidade máxima do futebol um documento explicando que, a partir de 2013, o número de suplentes passaria de sete para 12.

Apesar da emenda em mãos, as federações de São Paulo e do Rio de Janeiro não comunicaram aos clubes a grande novidade para a temporada. Na Europa, por exemplo, os técnicos já estão escalando mais de sete atletas entre os reservas.

Apuramos que a Federação Paulista de Futebol havia se esquecido da mudança na regra. A reportagem foi atrás, então, dos responsáveis pelo Departamento de Competições, mas esbarrou na assessoria de imprensa, que impediu o contato. Horas depois da procura, a FPF se pronunciou sobre o assunto via e-mail:

“De acordo com o Departamento de Competições, nas novas regras da Fifa há a possibilidade de utilização de até 12 suplentes no banco. A Federação Paulista não adotou nos seus campeonatos a ampliação do número de suplentes por partida, mantendo 7 suplentes por partida”.

Jornalistas falam da nova regra para formação de banco de reserva

Diferentemente da FPF, a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) estava ciente da mudança. A entidade carioca, no entanto, informou que não incorporou a emenda para não mudar o regulamento no meio do Estadual.

– Adaptar (aumentar) os bancos de reservas agora seria uma mudança estrutural muito problemática – explicou Jorge Rabelo, presidente da comissão de arbitragem da Ferj.

Anunciada ou não pelas federações, a emenda da Fifa é oficial e está valendo. Sendo assim, os times têm todo o direito de escalar até 12 jogadores no banco de reservas.

Virgílio Elísio: A regra está colocada pela Fifa no mundo inteiro. Ela já está vigorando, é automática. Os clubes vão poder colocar cadeiras ao lado dos bancos, como no passado. Não será preciso obra. Para facilitar o entendimento de clubes e federações, nós vamos publicar um comunicado explicando a mudança antes do começo da Copa do Brasil lembrando que os clubes podem usar 12 reservas.

RÁDIO CIDADE ESPERANÇA: Mas se a regra já está vigorando, por que os times ainda não estão usando 12 atletas no banco?
VE: Não vou comentar.

RÁDIO CIDADE ESPERANÇA: Hoje, se Corinthians ou Flamengo, por exemplo, quiserem colocar 12 jogadores no banco… Estão liberados? Sem problema?
VE: Peço desculpa, mas não vou comentar esse assunto.

“Isso é sério? Que ótimo! Aqui no Corinthians, por exemplo, isso vai aumentar ainda mais a disputa por uma vaga no banco” (Tite, técnico do Corinthians)

“O Audax já estava ciente disso. Aliás, nós fizemos um planejamento financeiro em cima desta mudança” (Thiago Scuro, gerente-executivo do Audax-SP)

“No Palmeiras, a gente já sabia da mudança, sim. Mas não temos elenco para colocar 12 no banco de reservas” (Gilson Kleina, técnico do Palmeiras)

“Acho uma boa iniciativa. Mas, com isso, acho que também deveriam aumentar o número de substituições” (José Carlos Brunoro, diretor-executivo do Palmeiras)

“Não estou sabendo disso, mas deve ser bom para o treinador ter mais opções durante a partida” (Cleber Santana, meia do Flamengo)

Em 28 de junho de 2012, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) recebeu um comunicado da Fifa com as novas emendas para as regras do futebol mundial e, entre elas, constava o aumento do número de jogadores suplentes de sete para 12. Na ocasião, a entidade publicou o documento completo em seu site oficial e avisou que a medida começaria a valer a partir de 1 de janeiro de 2013.

Com o aumento de atletas reservas, outra recomendação lógica veio acoplada, que avisava sobre a disponibilização de mais bancos nas áreas destinadas aos suplentes. Apesar da alteração na regra, o mesmo documento reforçava que o número máximo de substituições continuava sendo de apenas três.

Além da mudança no número de jogadores no banco, as emendas da Fifa, definidas durante um Congresso realizado em Budapeste, tratavam de leis para publicidades nos gramados, determinações para casos de bola ao chão e recomendações para árbitros no caso de um jogador substituto entrar em campo antes do titular.

Onivaldo Elias (BOB ESPONJA), Rádio Cidade Esperança (Campina Grande/PB),