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Força ela tem para representar o Brasil em Londres

Andressa Oliveira está pronta para representrar o Brasil. Foto - R7

Andressa Oliveira exibe medalha conquistada nos Jogos Escolares Brasileiros, em Brasília. Foto - www.soesporte.com.br Força ela tem. Vontade de vencer na vida já mostrou que não falta. Renuncia é uma palavra que a acompanha a atleta ao longo da carreira de dez anos. Essas são algumas das qualidades da atleta negra, nordestina, paraibana que saiu das pistas do Dede, em João Pessoa, para garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Londres, Inglaterra, chegando a um lugar cobiçado por milhares de atletas brasileiros.

Estamos falando de Andressa Oliveira de Morais, atletas campeã no  lançamento do disco, que precisou deixar a Paraíba, repetindo o caminho de tantos outros esportistas nordestinos.

Andressa Oliveira comemora mais uma conqtista - foto divulgação Para quem conhece a campeã sul-americana Andressa Oliveira de Morais, 21 anos, de perto, não foi surpresa a notícia da sua vitória na prova do lançamento do disco, com a marca de 62,36 m. O resultado se tornou o novo recorde sul-americano da especialidade, e carimbou o passaporte de Jailma para as Olimpíadas de Londres.

De acordo com a Confederação Brasileira de Atletismo, o recorde sul-americano anterior era de Elisangela Maria Adriano, com 62,00 m, marca estabelecida no dia 23 de julho de 2011, em São Caetano do Sul.
“Fazia tempo que eu estava buscando a marca, mas não estava encaixando. Isso encerra um ciclo que começou em 2009, quando passei a treinar com o cubano Julian Mejias. Minha melhor marca era 59,70 m. Agora vou para o Ibero-Americano e tenho mais um mês de treinamento para chegar bem em Londres”, comentou Andressa, atleta do Pinheiros, que se prepara no Centro Nacional de Treinamento Caixa/Sesi, da CBAt, na cidade de Uberlândia.
Antes de se transferir para São Paulo, quando estava com 17 anos, Andressa Oliveira de Morais, ralou literalmente, treinando de maneira precária, na pista de barro do Dede (hoje chamada de Vila Olímpica Ronaldo Marinho). Ela foi descoberta pela professora Irenilta Pereira dos Santos Nunes, uma especialista em revelar caras novas para o atletismo de rendimento.

A escolha pelo caminho do esporte não foi por acaso. Andressa Oliveira de Morais seguiu os passos da mãe, Djanete Oliveira de Morais, que também foi uma atleta das pistas.

O olho clínico da professora Irenilta Pereira dos Santos Nunes que não demorou muito a perceber o potencial de Andressa Oliveira.

“Todo técnico que descobre um atleta e depois assiste seu crescimento fica feliz. Não pode ser diferente no caso de Andressa. Trabalhei com ela durante quatro anos e focamos muitas conquistas”, revela a professora Irenilta Pereira dos Santos Nunes.

Andressa Oliveira com amigos do atletismo, em Brasília. Foto - www.soesporte.com.brDesde o dia que pisou os pés numa pista de atletismo, Andressa Oliveira venceu todos os campeonatos paraibanos, nordestinos, brasileiros e ganhou duas medalhas de ouro nas Olimpíadas Escolares Brasileiras, em Brasília e João Pessoa. (Detalhar esses títulos. Ex: Campeã Paraibana de Atletismo 2009…)

Não foi fácil Andressa Oliveira deixar a Paraíba. Mesmo diante de uma boa proposta na época da Rede Atletismo de Bragança, de São Paulo. (quando foi isso, que ano¿) Apesar da oportunidade, a decisão de Jailma tomada junto com os pais, Antonio Vieira Morais e Djanete Oliveira Morais, não foi fácil. A principal pergunta era: como uma menina de 16 anos iria morar tão longe da família?.

Mas depois do receio, chegou o dia da viagem de Andressa para São Paulo.  Ela foi acompanhada da mãe que deve a acompanhou durante algumas semanas, em São Paulo, para organizar detalhes como a escola e providenciando, outros detalhes relacionados com o local onde Andressa iria morar.

Andressa Oliveira está pronta para representrar o Brasil. Foto - R7A preocupação de Dona Djanete, que também brilhou nos Jogos Escolares Brasileiros, sendo campeão brasileira, em 1984 e que continua disputando competições para adultos, era com relação aos estudos da filha. Andressa estava concluindo o 2º Ano do 2º Grau, no Colégio Bradesco, no Valentina Figueiredo, em João Pessoa onde morava com os pais e o irmão, Anderson que também é atleta, especialista nas provas do 100, 200 e 400 metros.

Anos depois (passados quantos anos¿), toda família foi morar em São Paulo, onde continua, seguindo a professora Irenilta Pereira. “Lamentamos que nossos atletas tenham que sair da Paraíba, para só então brilhar”.

O professor Pedrinho Almeida, diretor técnico da Federação Paraibana de Atletismo, lembra que, “como diz o ditado popular, que filho de peixe, peixinho é”. Assim aconteceu com Andressa. Sua mãe, ex-atleta de arremesso de peso e de lançamento do disco, treinava com a professora Irenilta Pereira dos Santos Nunes, no antigo DEDE, hoje, Vila Olímpica Ronaldo Marinho. Como a mãe não tinha com quem deixá-la, leva Andressa para a pista de atletismo”.

Francisco de Assis Clemente Ferreira para o www.soesporte.com.br

“A medida que Andressa crescia, aumentava o seu envolvimento com o atletismo. Com potencial para esta modalidade, muito habilidosa e inteligente, foi se destacando e assumindo cada vez mais as melhores posições na prova” destaca Pedrinho.

O professor se orgulha como paraibano de ter Andressa, hoje como uma detentora do recorde brasileiro adulto, na prova do lançamento do disco. Com a marca obtida, está se projetando para voos ainda mais altos.

“Em 2016 terá 26 anos, idade ótima para obtenção das melhores marcas nesta prova. Com o aprimoramento e experiência acumulada, se constituirá em uma das grandes esperanças do Brasil para 2016″ acredita Pedrinho.

Andressa Oliveira de Morais, nasceu no dia 21 de dezembro de 1990, em João Pessoa, Paraíba, e hoje reside em São Paulo e vai disputar a prova lançamento do disco nos Jogos Olímpicos de Londres, sendo mais uma atleta negra que supera barreiras todos os dias para representar o Brasil.

O feito de Andressa Oliveira Morais demonstrou a comunidade esportiva do seu Estado, especialmente, seus familiares, amigos e treinadores que as barreiras são muitas, mas podem ser ultrapassadas, até mesmo com uma política precária na preparação de atletas para o esporte nordestino de rendimento.

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