Fórmula do Paraibano divide opiniões entre clubes - SóEsporte
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Fórmula do Paraibano divide opiniões entre clubes

Fórmula do Paraibano divide opiniões entre clubes

Franco ferreira

Um octogonal, um hexagonal e mais dois cruzamentos olímpicos e a realização de 98 jogos em menos de cinco meses. O complexo regulamento do Campeonato Paraibano da Primeira Divisão de 2013, aprovado pela maioria dos clubes, ainda pode ser modificado. A FPF marcou nova reunião para o próximo dia 26. Os clubes do Sertão votaram contra e temem prejuízos financeiros. Para especialista falta estrutura administrativa em algumas agremiações, para suportar os gastos da competição.

O presidente do Paraíba de Cajazeiras, Francisco Nascimento, o Tico Miudezas, acusa a falta de união entre os clubes pequenos na hora da votação. Ele defender a regionalização da competição, com os oito clubes que vão disputar a primeira fase ficam em grupos: Nacional, Atlético, Cruzeiro e Paraíba jogando em si, se classificando os dos primeiros para se juntarem aos dois melhor do grupo que teriam Treze, Botafogo, Auto Esporte e CSP.

“Os quatro times de melhor índice técnico na primeira se juntariam com Campinense e Sousa, que não participam da primeira fase do estadual, devido a participação no Campeonato do Nordeste. Esta foi nossa proposta. Mas, acabamos sendo derrotas, por diferença de um voto. Se o Atlético tivesse votado, conosco teríamos chance de aprovar nossa idéia”, disse o dirigente do Paraíba.

Cada viagem de um clube do Sertão para um jogo em João Pessoa deve custar, sendo Tico, cerca de R$ 6 mil. “Caso, o Paraíba ou qualquer outro clube sertanejo se classifique na quatro fases do Campeonato Paraibano terá uma despesas de mais R$ 70 mil”, disse o dirigente, que tem o aval conta com o apoio do Cruzeiro de Itaporanga e Nacional de Patos.

Federação deixa os clubes decidirem regulamento

A presidente da FPF, Rosilene Gomes, assegurou que a forma de disputa aprovada no último Conselho Arbitral pelos clubes ocorreu de forma democrática como sempre acontece nestas reuniões, deixando claro que o papel da Entidade é apenas arbitrar o debate e homologar a decisão emanada dos clubes. Mesmo assim, a dirigente explicou que a Federação apresentou uma opção aos disputantes, porém não teve aprovação em todo o seu conteúdo.

“Os clubes discutiram exaustivamente a forma de disputa e chegaram a esta conclusão. Coube a Federação apenas homologar o desejo dos dirigentes. No entanto, nós vamos reunir os clubes novamente no próximo dia 26 para discutir a parte financeira e ajustes poderão ser feitos, se houver entendimento. Sei que há dirigentes interessados em ajustar melhor a forma de disputa e se houver consenso não vejo problema. Todos estão imbuídos do mesmo propósito, que é alavancar ainda mais o futebol paraibano em 2013”, disse.

A dirigente ressaltou, ainda, a importância do patrocínio com a Chevrolet do Brasil nos próximos dois anos, fruto de muito trabalho nos últimos meses, com o objetivo de apimentar a disputa, distribuindo prêmios com os melhores do Campeonato Paraibano e direcionando também a premiação para os torcedores, os maiores responsáveis pelo sucesso da competição.

“Conseguir um patrocínio desta envergadura não é fácil e não se consegue da noite para o dia. Felizmente a Chevrolet acreditou no nosso campeonato e tenho certeza que vamos fazer um dos melhores dos últimos tempos”, revelou.

Com os R$ 200 mil que serão repassados à Federação em 2013, a presidente anunciou a compra de quatro automóveis que serão destinados da seguinte forma: um para o campeão estadual, outro para o vice campeão, e mais dois que serão sorteados, sendo um para os torcedores do litoral/brejo e outro para os torcedores do sertão.

CSP também não concorda com a fórmula

Ao longo dos anos, a maioria dos clubes paraibanos forma times temporários, assinando contrato de três meses ou no máximo seis, ficando em atividade no máximo durante a competição estadual. A exceção fica por conta dos clubes que disputam o Campeonato Brasileiro no segundo semestre. A Paraíba tem apenas uma vaga certa: a quarta divisão. Este ano, o Estado contou com Sousa e Campinense, na Série D e Treze na Série C. Mas, Sousa e Campinense não se classificaram.

“O calendário do futebol brasileiro em uma realidade para os grandes centros e os clubes paraibanos vivem outra realidade. Não podemos fazer contratações para um ano inteiro. Não tem patrocinadores suficientes para sustentar um elenco de jogadores profissionais, com altos salários”, disse o presidente do CSP, Josivaldo Alves.

Segundo ele, outras praças os clubes têm competições o ano inteiro, com Certame Estadual, Campeonato Crasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana. “Na Paraíba isso é diferente. Não podemos planejar a formação de um elenco para o ano todo, sem a certeza de participar de outras competições, além do Paraibano”.

Além garante que mesmo sendo contra a forma defendido pelos clubes do Sertão, também aceita tantas fases, como a maioria aprovou. “Minha preocupação era apenas na primeira fase. Pela idéia dos dirigentes sertanejos um clube podia ser rebaixado depois de seis jogos. Mas, não teve como evitar a proposta dos grandes clubes”, disse Josivaldo Alves.

Preparador físico orienta a preparação

Um dois oitos times que vão disputar a primeira fase do Campeonato Paraibano de 2013, para ser campeão terá que disputar 30 jogos, o que implica no desgaste físico dos jogadores, haja vista que, a competição terá uma duração de menos cde cinco meses. Pela forma de disputa, os jogos terão que ser disputado nas quartas e domingos. Existe ainda uma possibilidade de ter partidas nas segundas, quintas e sábados.

Para o fisicultor do Treze, Alexandre Duarte, uma competição, com tantos jogos, num período curto não deixar de ser preocupante para os preparadores físicos. Mas, ele ressalta que, existe os métodos para preparar os atletas, dando as condições para que eles possam suportar dos desgastes.

“Temos de planejar uma preparação, observando a questão das viagens, dos jogos. Será necessário uma boa alimentação, com suplementos. Hipercalóricos, carboidratos, muitas proteínas para construir e aumentar a massa muscular”, disse Alexandre Duarte.

Ele alerta ainda para o cuidado com o repouso, muito descanso de um jogo para outro, nos intervalos dos treinos, com uma preparação na pré-temporada. “Isso será importante para que o atleta aguente a competição. Temos de trabalhar a parte física, na força geral, na academia. Na força  especial, com saltos, subidas e rampas. Tem a inda resistência geral que são as corridas e resistência especial, que é o trabalho com bola”.

Mas, Alexandre Duarte, destaca que, será importante observar a idade do jogador. “O trabalho com um atleta jovem deve ser totalmente diferenciado com ma carga de preparação de um atleta com idade mais elevada”, disse Alexandre Duarte.

Pequenos não suportam gastos

Os clubes, considerados pequenos e intermediários não estão preparados administrativamente para suportar os gastos financeiros que o Campeonato Paraibano de 2013 estabelece. Um clube do Sertão, principalmente de Cajazeiras e Itaporanga poderão ter que viajar até 12 vezes para João Pessoa, dependendo da classificação nas quatro fases da competição.

A observação é do ex-diretor técnico da Federação Paraibana de Futebol, Antonio Carlos Basa, experiente em forma de competições e tabelas. Ele trabalhou quase duas décadas na FPF. Com fase na aprovação dos clubes, na reunião do Conselho Arbitral, que determinação um campeonato com dez clubes tem de se deslocar numa série de viagens atravessando o Estado.

“Regionalizando a competição para evitar grandes despesas. Sabemos que, os clubes considerados grandes (Botafogo, Treze e Campinense) têm condições de pagar a competição, pois conseguem patrocinados, além de terem boas rendas contando com o apoio da torcida. Mas, menores não têm estruturas administrativas para bancarem todos estes gastos pré-anunciados, de acordo com a forma de disputa”, disse Antonio Carlos Basa.

Pela forma definida por Antonio Carlos Basa, os oito clubes seriam divididos em três chaves Brejo, Sertão e Litoral, jogando dentro de cada clube, evitando as viagens longas e automaticamente tendo menos despesas com deslocamento. “Seriam estabelecidos os critérios de classificação, dos primeiros colocados para integrarem a segunda fase, já com a inclusão de Campinense e Sousa, que não disputam a fase de grupos”.

Falta estrutura

Mais por que os clubes pequenos e intermediários não montam uma estrutura administrativa? O próprio Basa tem a resposta. Segundo ele, o motivo principal é a falta do trabalho de base. Os dirigentes não se organizam, não planejam para formação de jogadores.

“Esta desorganização começam quando os clubes estão na Segunda Divisão, que normalmente são competições curtas e com poucos clubes. Os dirigentes contratam jogadores de Primeira Divisão ganham a vaga e depois ficam endividados, sem condições de administrar os problemas financeiros. Os fatos vêm se repetindo do ano para ano. Por isso, que,  o futebol paraibano não avança”, disse Basa.

Alerta Basa que, “um clube para se instrutor precisa fase um trabalho de, pelo menos, três anos, formando jogadores e preparando uma base. A partir desta formação, o dirigente terá condição oferecer uma equipe para a comissão técnica e até vender atletas para outras praças”.

Clubes não valorizam ‘prata da casa’

Muitos grandes jogadores do futebol mundial nascidos na Paraíba, não foram aproveitados pelos clubes profissionais do Estado. Dois grandes exemplos são o volante Mazinho que saiu garoto de Santa Rita direto para o Vasco da Gama, sendo um dos ídolos do clube cruzmaltino, campeão Mundial pela Seleção Brasileira e destaque em grandes clubes da Europa.

Outro é o atacante Hulk que deixou Campina Grande ainda menino, passando pelo Vitória da Bahia, futebol japonês, jogando em Portugal e agora está na Rússia, sendo o jogador mais caro do Mundo, atualmente.

Mas, segundo o jornalista Ivan Bezerra de Albuquerque, com quase 60 anos de profissão, poderemos citar outros paraibanos não foram aproveitados pelos nossos clubes, como o atacante Ailton Mogeiro, atuou durante muito tempo no futebol alemão. O zagueiro Bilica que passou pelo Vitória e está no futebol turco. O volante  Almir que deixou João Pessoa diretoria para o Botafogo-RJ e atua na Coréia do Sul.  O atacante Ricardinho que passou por São Paulo, palmeira, Grêmio e está no Japão e o atacante Paulo Henrique foi para o Atlético-MG com 15 anos e agora atua na Bélgica. Além do meia Zinho deixou Picuí, para atuar  pelo ABC-RN, Portuguesa-SP e Grêmio-RS.

Outros Campeonatos

Quando se trata de complicação na forma de disputa não é só o Campeonato Paraibano que é complicado. O Certame Carioca que sempre foi apontado como bom modelo, este ano, tem uma modificação radical, passando de dois turnos para três. Além da Taça Guanabara e Taça Rio ainda tem um turno extra contando com quatro times, que jogarão um cruzamento olímpico para se conhecer o campeão estadual.

O primeiro turno ou Taça Guanabara, será realizado em três fases: classificatória, semifinal e final. O segundo turno ou Taça Rio, será realizado em três fases: classificatória, semifinal e final e as associações iniciam este turno com zero ponto.

Excluídas as campeãs da Taça Guanabara e da Taça Rio, o terceiro turno, ou Turno Extra, será disputado pelas quatro associações melhores classificadas em pontos corridos (soma dos pontos ganhos nas 8 rodadas da Taça Guanabara e nas 7 rodadas da Taça Rio), em partida única dentro do respectivo grupo, cruzamento olímpico.

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