FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - A TÁTICA EM PÍLULAS I - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – A TÁTICA EM PÍLULAS I

FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA

A TÁTICA EM PÍLULAS I

Por causa da insuficiência técnica de alguns integrantes da equipe, torna-se problemática a aplicação de qualquer esquema tático. Portanto, é necessário superar, custe o que custar pelo menos às deficiências e as imperfeições adiante relacionadas.

A rotina – a atuação dos jogadores e a execução das seguintes jogadas sempre do mesmo jeito:

1)      a movimentação insuficientemente veloz no disputar a bola, no buscá-la e no escapar com ela;

2)      a saída para o mesmo lado, na aplicação do drible ou nas arrancadas;

3)      o ataque pelo mesmo setor (o melhor defendido) e pelos mesmos atacantes (quer sejam ou não os melhores);

4)      a atuação de um ou mais jogadores só na faixa de sua posição na equipe;

5)      a indicação do lance a ser efetuado, inclusive do rumo que vai ser dado à bola;

6)      a demora do guarda-vala em mandá-la para a frente;

7)      sua displicência ao dirigi-la a qualquer setor do gramado, mesmo estando congestionado, ou para fora das quatro linhas;

8)      a insistência de fechar a meta;

9)      o arremesso meramente pelos zagueiros laterais.

A excessiva conexão com a bola – ao manter a esfera demasiadamente sob seu controle, para fazer tudo sozinho, abusando do drible e deixando de aproveitar a boa colocação dos companheiros para fazer o passe o “solista” acaba por irritar a equipe, desinteressando-a do êxito.

A aversão à bola – observa-se pela excessiva pressa do jogador em desembaraçar-se dela sendo essencial nas “tabelinhas” e nas “triangulações” essa ação apressada é contraproducente quando o atleta tímido, para não entrar em aperto, desfaz-se dela, mantendo-a até a um companheiro marcado.

Por conseguinte, o temeroso disputante tem de capacitar-se a:

1)      mantê-la sob seu controle até atrair, pelo menos, um contrário, a fim de um ou mais companheiros ficarem desmarcados;

2)      simular outro ou vários lances, para demonstrar os antagonistas e a jogada sair a contento;

3)      realizar outra manobra qualquer dos inúmeros do repertório dos craque, sem se afobar;

4)      apoiar eficientemente o companheiro colocado em apuro com a entrega do couro.

Os lances imperfeitos – A improvidência no domínio da bola; a insegurança na corrida com ela, no jogo de corpo e na aplicação do drible; a imprecisão no curso e na força dos lances; a inoportunidade e a displicência na sua execução resultam em desperdício de tempo e até em perda do couro.

A espera pela bola – Alguns jogadores principalmente os do ataque, em vez de se anteciparem, preferem esperar que a bola caia em seu poder pelo erro do adversário. Esse comportamento próprio de disputantes de pouca categoria, é realmente intolerável.

Os atletas inteligentes e ambiciosos ficam muito atentos ao curso do couro, para agir com súbita ação reflexa e com máxima presteza nas antecipações a fim de levar a melhor nas jogadas.

O desinteresse pela recuperação da bola – certos atacantes, depois de terem sido desarmados, não dão combate ao novo dono do couro, que se arranca para o contra-ataque. Outros, instruídos para recuar em auxílio aos defensores, pouco realiza porque ficam, apenas, a zanzar em torno do contrário, deixando-o levar a bola sem qualquer problema.

Já é tempo de ser banido o conceito de que desarmar o adversário é serviço só dos homens da defesa. Por isso os atacantes têm de ser autorizados e muito bem exercitados no sentido de recuperarem ou ajudarem a recuperar ou ajudar a recuperar, custe o que custar, a bola que lhes foi tirada.

Para finalizar – As insuficiências têm de ser dissipadas através de trabalho racional e muito mais intensivo com a bola, todos os dias, individualmente e em pequenos grupos, em dois turnos que somem 3 a 5 horas de atividades.

Nesse desempenho o êxito há de ser maior, se os atletas:

1)      combaterem energicamente a displicência agindo sempre com presteza e com garra;

2)      olharem para a bola no momento preciso dos contatos com ela;

3)      fizerem a autocrítica, depois das jogadas com máxima severidade.

Dicionário do Futebol Brasileiro

Chuteira – Tipo de botina de cano curto presa ao pé por cadarços e com travas na sola, usada para a prática de futebol.

Chute sem ângulo – Diz-se do chute a gol cuja trajetória é quase paralela à linha de fundo.

Chuveirinho – Passe alto dado sobre a área adversária.

Chuveiro – 1) chuveirinho; 2) usada na expressão ir para o chuveiro mais cedo: ser expulso.

Cidadela – Gol, arco.

Eduardo Pimentel

Técnico de futebol

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