FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - A TÁTICA EM PÍLULAS II - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – A TÁTICA EM PÍLULAS II

FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA

A TÁTICA EM PÍLULAS II

Juntamente com o aperfeiçoamento da técnica, eles precisam assimilar, pelo menos, os seguintes conhecimentos de tática:

A Imposição do Ritmo de Movimentação

A maior rapidez em todas as jogadas, nos 90 minutos da luta, assegura a uma equipe a possibilidade de sobrepujar a outra. Por essa razão, comportamentos como “ganhar tempo, poupar-se, acalmar e, até, matar o jogo” tem de ser banidos da estratégia, uma vez que reduzem a capacidade de luta e o interesse pelo andamento da partida, beneficiando o bando contrário, principalmente.

A velocidade é a alma do jogo, a grade aliada, se não a garantia do êxito. Logo, todos os jogadores, em especial o goleiro, têm de impelir a bola para a frente, com muita pressa, com a devida força e com a máxima precisão, aos companheiros bem colocados, para o contínuo ataque rápido à cidadela contrária.

O Deslocamento para outras posições e a volta à primitiva

Já não há mais setores delimitados para a atuação de cada jogador. O arqueiro sai da grande área para repelir a bola com a cabeça ou com os pés. Os zagueiros avançam para marcar tentos, confiantes nos companheiros que tomam seu lugar. As atuações dos laterais, como ponteiros, são aplaudidas calorosamente, o recuo dos ponteiros, a fim de reforçar a meia cancha e até a zaga, é estratégia eficaz para a anulação do ataque contrário.

Já é dever dos homens da vanguarda empregar o máximo esforço para recuperação da bola, pela perseguição e pelo persistente combate ao adversário que com ela fica.

É claro que esses homens não podem aguentar o constante vai e vem resultante da alteração dos ataques com os acossamentos até perto da zaga caseira. Por isso os integrantes da retaguarda, depois de terem sido ajudados a desarmar o adversário na sua faixa, têm de transformar-se em atacantes, deixando os vanguardeiros em seu lugar para descansar, até que, na sua vez de retornar, dando combate a quem lhes arrebatou a bola, reassumam seus postos.

É conveniente, portanto, todos jogarem muito bem em qualquer posição, sendo, porém, bem aproveitados no lugar mais certo, de acordo com suas características de jogo mais acentuadas.

Para a utilização da tática dos deslocamentos é absolutamente necessário o perfeito entendimento da equipe. Quando um jogador se desloca, outro precisa, no devido momento, ocupar o lugar que vagou, devendo o posto deste ser guarnecido imediatamente por um terceiro, e assim por diante.

O bom jogo sem a bola

Observa-se seguidamente a insistência de uma equipe inteira efetuar suas jogadas ao mesmo atleta para que ele, o mais hábil, conquiste a vitória. Mesmo vendo um ou mais adversários nele “colocados”, vigiá-lo ao máximo, reduzindo ao mínimo suas ações, todos levam o jogo a ele.

Em face de cerrada marcação, esse precioso craque precisa deslocar-se incessantemente para trás a fim de buscar o jogo, para frente, para a direita, para a esquerda, como também pelo “miolo”, sempre à procura de espaço onde possa receber a bola desembaraçadamente, livre dos marcadores.

Sua condição de homem mais assediado tem de ser bem aproveitada pelos companheiros que, simulando o envio do couro a ele, devem destiná-los com precisão, aos desembaraçados.

Nas ocasiões em que os pacientes marcadores se descuidam, esse jogador tem de receber a bola por meio de lances milimetricamente certos, para o arremate correto.

Uma vez que ele poucas vezes entra em contato com a pelota, inclusive nos treinos coletivos, deve trabalhar muito com o complicadíssimo instrumento da sua arte, em treinamentos especiais, para sua categoria não sofrer o mínimo decréscimo.


A utilização da surpresa

1. Na saída de jogo do centro do campo. Em continuação ao pontapé inicial, os atacantes têm possibilidade de levar a bola à meta contrária, inclusive com a marcação de tento, em apenas alguns segundos, através de deslocamentos desnorteantes e de combinação rápida e precisa, sem sofrer qualquer resistência, se causarem a perplexidade e o aturdimento dos adversários.

É enorme o valor dessas arremetidas surpreendentes, bem como é enorme o das precauções necessárias à retaguarda contra ataques dessa natureza.

2. No tiro de meta – distantes ou próximos, bem colocados, e com grande espírito de luta para se apossarem do couro e para o levarem adiante, todos os integrantes da equipe precisam empregar sua inteligência, sua habilidade técnica e muita agilidade nos deslocamentos e nas escapadas a fim de se avantajarem da seguinte maneira:

Antes de os atacantes contrários se afastarem da zaga assediada, o goleiro tem de atirar a bola com rapidez e com precisão a um zagueiro apto para jogá-la a um meia cancha. Do mesmo jeito este tem de passá-la ou lançá-la a um atacante pronto para entregá-la a outro já em situação de executar o lanche ao gol.

Evidentemente, para levar o ardil a cabo com a execução de apenas quatro a seis lances corretíssimos, todos precisam ter perfeito entendimento entre si e estar atentos, em atitudes de absoluta prontidão.

Eduardo Pimentel

Técnico de Futebol

Dicionário de Futebol

Círculo central – círculo situado no centro do campo, medindo 9,15m de raio e que delimita a colocação dos jogadores no inicio da partida e do segundo tempo, bem como do reinício do jogo após a marcação de um gol.

Ciscador – jogador que cisca.

Ciscar– movimentar-se muito em pequeno espaço, com dribles curtos mas de pouco resultado.

Eduardo Pimentel

Técnico de futebol

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