FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - AS SUBSTITUIÇÕES - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – AS SUBSTITUIÇÕES

São os procedimentos táticos mais caprichosos e importantes num jogo de futebol. Por isso, merecerá destaque maior neste momento. Por causa dele, ganham-se e perdem-se jogos e muitos perdem o emprego. Vários estudos no futebol apontam o maios número de gols no segundo tempo dos jogos. As substituições, em quase sua totalidade, são feitas no segundo tempo. O técnico que tem bons “argumentos” no banco de reservas pode combater o natural desgaste físico, técnico-tático e mental dos jogadores para transformar positivamente sua equipe quando substitui.

A substituição é o componente técnico-tático e psicológico que, tratado com critérios, proporciona ótimos resultados. Existem dois momentos básicos para o técnico mexer na estrutura tática da sua equipe: durante as semanas e nos jogos.

Na semana – nestas circunstâncias, qualquer dos vários motivos que levam o treinador a fazer alterações, tem o tempo necessário às reflexões e observações para que se erre o mínimo nas opções. Os treinamentos e o tempo são aliados importantes do técnico na difícil tarefa de substituir. Não é recomendável promover grandes alterações no curto intervalo de um jogo para outro.

Durante os jogos – tem uma máxima do futebol que diz: treinador que mexe bem no time durante os jogos, escala mal na semana!

Quando substituir aos 5 minutos do segundo tempo, se a equipe não vai bem, cria-se a expectativa de mudança. Os torcedores são os primeiros a se manifestar pedindo alterações. Este já seria um bom sinal para o treinador mexer, mas é preciso ter atenção. Às vezes não substituir pode ser a melhor solução.

Por isso, para alterar a equipe é necessário analisar algumas circunstâncias antes de fazê-lo. Geralmente as causas que levam um técnico a substituir são:

As contusões: a) no futebol as lesões são frequentes, em decorrência da característica do jogo – muito contato físico entre os atletas; b) existem, ainda que raros, os casos de jogadores que por mal súbito qualquer não podem permanecer em campo e pedem para ser substituídos. São situações previsíveis, mas que, mesmo assim, afeta muito o rendimento da equipe, dependendo das peças que baixam. Resultados de jogos importantes e até campeonatos inteiros vão por terra por causa das contusões.

Circunstâncias técnicas – o treinador mesmo satisfeito com a disposição tática da sua equipe pode detectar entre os seus jogadores aqueles que não estão bem tecnicamente no jogo, ou numa sequência de jogos, e por isso devem ser substituídos. Esse é um dos motivos mais frequentes para as mexidas. No caso dos jogadores que têm o poder de decidir jogos individualmente, a análise técnica deve ser menos rigorosa; ou seja, os craques devem permanecer em campo em algumas circunstâncias, mesmo em dias que não estejam bem tecnicamente.

Circunstâncias físicas – assim como no caso anterior, o componente físico é um importante elemento a ser analisado quando substituir. A queda de rendimento físico das peças que compõem o sistema tático é fator preocupante e que deve ser atacado de forma imediata quando detectado.

Circunstâncias táticas – a) é, talvez, a mexida que gera mais polêmica no futebol e, também, a que oferece o maior número de opções ao treinador, estando, mais que os outros, ligado ao treinador (a partir das pretensões da equipe, o técnico pode variar ou não a disposição tática do seu onze em busca de mudar o rumo da partida); b) a indisciplina tática do jogador é um elemento dos mais comprometedores à eficiência do time. Mesmo que o atleta seja um bom executante em campo, mas que não esteja ocupando o seu espaço tático de maneira útil ao sistema, deverá ser orientado ou substituído para o bem da equipe. Um jogador não é substituído apenas por estar mal tecnicamente em campo. O treinador deve priorizar o conjunto na maioria das vezes em que pretende fazer uma substituição. Esta é a mexida que tem mais a ver com a inteligência do técnico na leitura tática do jogo.

No caso das expulsões – é uma situação que foge ao controle do técnico por mais que haja um trabalho sistemático, orientando os atletas para a boa conduta em campo. O jogo de futebol é cada vez mais dinâmico e o que torna os lances ríspidos muito frequentes. As expulsões vêm como consequência, e o técnico se vê obrigado a fazer os “malabarismos” necessários para preencher os espaços criados com a saída de uma ou mais peças, é, talvez, a mexida que gera mais polêmica no futebol e, também, a que oferece o maior número de opções ao treinador, estando mais que os outros, ligado diretamente ao resultado do jogo e a ideia do treinador (a partir das pretensões da equipe, o técnico pode variar ou não a disposição tática do seu onze em busca de mudar o rumo da partida. A indisciplina tática do jogador é um elemento dos mais comprometedores à eficiência do time. Mesmo que o atleta seja um bom executante em campo, mas que não esteja ocupado o seu espaço tático de maneira útil ao sistema, deverá ser orientado ou substituído para o bem da equipe. Um jogador não é substituído apenas por estar mal tecnicamente em campo. O treinador deve priorizar o conjunto na maioria das vezes em que pretende fazer uma substituição. Esta é a mexida que tem mais a ver com a inteligência do técnico no sistema tático do jogo.

Dependendo do número e da posição dos atletas expulsos, torna-se impossível reequilibrar taticamente a equipe para a sequência do jogo. É importante que os técnicos treinem durante a semana algumas situações com a equipe titular em inferioridade numérica para que se adapte mais facilmente aos caprichos das expulsões nos jogos.

Circunstâncias intuitivas e psicológicas – às vezes a equipe se torna apática em campo, e o resultado desfavorável faz o técnico se valer da intuição para alterar o estado psicológico dos seus jogadores e, consequentemente, o panorama da partida. É como se a equipe passasse por um momento de inércia tática, em que os jogadores perdem a inspiração e nada de produtivo acontece. Neste caso é preciso alterar alguma coisa. Pode acontecer também de uma peça estar fora do sistema e necessitar ser removida do desenho. Um ou mais jogadores podem sentir emocionalmente a importância do jogo e perder muito de seu potencial. Nas duas situações, uma mexida pode dar vida ao time. E, se já é conhecida e comprovadamente eficaz, poderá ser usada mais vezes com este fim.

Dicionário do Futebol Brasileiro

Academia– designação popular do Palmeiras, surgida em 1965, quando a equipe atravessava ótima fase e jogava com apurada técnica.

Acariciar– movimentar a bola com intimidade, de modo delicado.

Acertar – a) chutar com acerto ou precisão; b) atingir um adversário com deliberação e violência.

Acesso – forma pela qual um clube passa da divisão a que pertencia para outra divisão imediatamente superior (antônimo: descenso).

Açougueiro– jogador violento.

Acreditar – correr para uma bola dividida ou supostamente perdida e conseguir alcançá-la.

Advertência – ato de o árbitro advertir com ameaça de expulsão o jogador que cometeu uma transgressão grave, exibindo-lhe o cartão amarelo.

Eduardo Pimentel

Técnico de Futebol

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