FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – O CAPITÃO DA EQUIPE DE FUTEBOL

Eduardo Pimentel

FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA

O CAPITÃO DA EQUIPE DE FUTEBOL
A missão do capitão é de notável influência durante a partida, está totalmente obscura, nas equipes espaholas, pelo menos é uma simples figura decorativa. Sua presença chama a atenção do público unicamente quando do início da partida, o árbitro as convidam para o sorteio da bola e do campo, quando eles se cumprimentam na presença do árbitro.
Os gritos vindos dos treinadores, desde o lado de fora, poderiam ser evitados se o capitão investido de prudente autoridade e contando com o respeito de seus companheiros, interpretaria o momento decisivo das orientações recebidas dos treinadores.
O técnico pode fazer muito pouco no andamento da partida por causa do barulho das torcidas.
Certa vez eu estava jogando em Campina Grade e fui a margem do campo dá instruções aos jogadores do Nacional de Cabedelo, entretanto a torcida impediu de orientar meus jogadores com gritos, toda vez que eu ia à margem do campo.
O técnico faz uma eleição para escolher três jogadores para serem o capitão titular e outros dois substitutos.
Na Espanha existe o costume de o capitão ser escolhido, o jogador mais antigo da equipe. Será capitão no possível, o defesa central, porque é o que pode ter melhor visão de toda a jogada, tem a chave da defesa e seus movimentos são geralmente, pelo centro do terreno e pode ser ouvido por todos seus companheiros. Se não for o zagueiro central é preferível que seja capitão, um médio volante ou um meia, nunca um goleiro ou um extrema.
O caráter compreensivo do capitão há de mostrar em todas as ocasiões, sobretudo quando seus companheiros cometem algum erro em campo, sendo disciplinar ou técnico. A classe do jogador que pode ser capitão  será valorizada, pois sempre depois das qualidades morais e sociais desejamos que ele saiba representar o clube em campo e fora dele.
Ao começar a partida podem o tempo e as circunstâncias atmosféricas proporcionar alguma vantagem; o capitão de equipe que tenha tido resultado favorecido pelo sorteio, deve inclinar-se pela situação de campo que mais lhe convenha.
Se um vento moderado favorece; um vento forte impede de um chute certeiro ao gol. O sol e o declive do terreno, ou se o terreno estiver muito encharcado, o capitão deve orientar seus companheiros.
O estado do terreno influi no progresso da bola; estando seco, desliza muito, será mais fácil e poderá jogar-se rápido, precisa passes certos. Se está chovendo e o terreno pesado, a bola deve ser elevada, e a bola deve ser para frente e para o alto. Deve evitar bola lateralmente, neste caso as bolas batem no terreno e saem pela lateral do campo.
Sendo o capitão, geralmente uma pessoa de bom comportamento respeitado pelos seus companheiros e boa educação e de confiança do técnico, deve ser muito valorizado. Muitas vezes é convidado para representar o clube em solenidades desportivas e deve-se apresentar como um exemplo de atletas. Entretanto, este prestígio não deve subir à cabeça e reclamar de seus companheiros de uma maneira grosseira e, também, quando se dirigir aos árbitros, ter respeito e boas maneiras.
Deve respeitar os craques de extrema categoria, os solistas de piano, e da mesma forma, respeitar os humildes carregadores de piano. Deve animar seus companheiros, a lutarem pelo resultado positivo, até o árbitro terminar o jogo.
Os capitães devem se aproximar dos chefes de torcida com a finalidade de pedir apoio nos jogos e passar para os torcedores, que eles vão lutar muito pelo Clube.
O técnico deve estar sempre reunido com os capitães, particularmente para orientar com relação à tática de jogo, bem como com relação à arbitragem. Os capitães devem ficar atentos para que seus companheiros não levem cartões, os capitães devem ter comportamentos exemplares com relação a todos que fazem o clube. Diretores, funcionários, técnico, preparador físico, médicos, enfermeiros, mordomo e muitos outros.
No Rio de Janeiro, na frente do estádio Mario Filho, “Maracanã”, existe uma estátua do capitão Beline, campeão mundial pela Seleção Brasileira de Futebol em 1958, na Suécia.

Bibliografia
Manual del preparador, Real Federacion Espanola del Futbol.