FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - O CHUTE DA PENALIDADE MÁXIMA - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – O CHUTE DA PENALIDADE MÁXIMA

FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA

O CHUTE DA PENALIDADE MÁXIMA

O chute de penalidade máxima tem de ser executado de maneira a ser, de fato, consignado o tento. Para isso, é evidente, o executor precisa efetuar penal certíssimo.

Mantendo o domínio completo dos músculos e o controle total dos nervos, nesse momento de enorme responsabilidade, o autor do chute, sem dirigir o olhar para o setor do gol e ser atingido, tendo-o gravado na mente com antecedência, precisa colocar o olho na bola no instante do ponta pé. Afora isso ele deve possuir habilidade de encenação a fim de não deixar o arqueiro perceber para onde irá impelir a esfera, ou para dar a ele a impressão de impulsioná-la a um dos cantos, lançando-a, entretanto, ao outro. E, por fim, precisa atordoá-lo fazendo-a seguir rente ao chão, como um ricochete pelo menos.

Essas qualidades o jogador não consegue tirar do bolso, mas tem de adquiri-las, isso sim, com perseverante exercitação.

Quem rejeitou esta recomendação corre o risco de errar o gol ou de chutar na direção do goleiro e, consequentemente, de sujeitar-se aos apupos da torcida e a advertência ou a punição da direção técnica.

Só tem uma oportunidade em que o executor da pena máxima pode ser perdoado, se não converter o lance em tento: é quando o goleiro se atira, por acaso, justamente no lugar onde a bola irá passar.

Por ocasião dos treinamentos do chute da penalidade máxima, um executor tem de colocar-se atrás e outro na frente do gol, móvel ou mesmo fixo, sem rede, ficando o arqueiro no seu posto. Outros jogadores nas proximidades, à espera da sua vez para se exercitarem, devem colocar com os praticantes, enviando-lhes, por meio de lançamentos ou de passes esmerados, sem perda de tempo, as bolas a eles desviadas, denominando-as primeiro, se necessário, com o devido cuidado. Notem-se os vários lances treinados aí, com racional aproveitamento do tempo.

O guarda vala, tendo o mais completo preparo físico, mantendo-se de músculos retesados, em prontidão absoluta, para soltar a qualquer setor do arco, de olho na bola, mas também atento para as encenações e para os pés do executor cria considerável possibilidade para evitar o tento.

Por sua participação perseverante e escrupulosa no supramencionado treinamento, para aprimorar, incluído o aprimoramento da ação reflexa, ele pode desenvolver extraordinária capacidade de percepção – quase um sexto sentido – para verificar, com grande possibilidade de êxito, nas atitudes e nos menores gestos do executor da penalidade, como e para qual setor do arco impulsionará a bola.

Nem todas as ocupações com a bola proporcionam satisfação aos atletas e nem todas as práticas de lances lhes despertam o interesse no sentido de se aperfeiçoarem na sua execução. Mas eles têm de exercitar tudo que é do futebol.

Por isso os colaboradores nos treinamentos do chute da pena máxima têm de trabalhar com o capricho imprescindível a cada uma de suas intervenções: domínio de bola, passes, lançamentos etc.

E os executores do pênalti precisam praticá-lo diariamente, muitas vezes, com a mesma dedicação necessária a quaisquer chutes e tiros.

Não é demais insistir: como é muito privilegiada sua situação diante do arco, eles têm de chegar a executar a pena capital, com absoluta precisão, a qualquer setor escolhido.

E mais uma vez vai, aqui, a advertência: quem treinar com displicência e não fizer a autocrítica, desperdiçará tempo, atrasando o alcance do objetivo idealizado.

O técnico seguidamente deve realizar sabatinas, se possível na presença dos altos dirigentes, para verificar a habilidade dos cobradores da pena máxima na marcação de tentos e a dos arqueiros na defesa do gol.

Dentro do espírito de grande desafio entre os examinados, convém que seja controlado o número dos chutes convertidos em tentos, inclusive o dos defendidos parcialmente. Também o número dos chutes desviados do arco e o dos incidentes contra os paus, bem como o dos interceptados pelo arqueiro e o dos defendidos parcialmente, devem ser ponderados.


DICIONÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO

Cera técnica– A que é feita apenas com recursos lícitos, sem paralisar a partida, e que consiste em reter a bola ou trocar passes sem objetivos, objetividade.

Cerca – Vedação que separava o campo da torcida, antes do surgimento do alambrado e do fosso; Reserva. Estar na cerca: estar na reserva; não atuar no time principal.

Cercar – Impedir que o atacante adversário progrida, marcando-o a distância; Atacar em massa, sem deixar espaço por onde a defesa adversária possa escapar.

Cercar frango Sofrer (o goleiro) um gol fácil de ser defendido; pegar frango.

Cessão – Ato de ceder (um clube) o atestado liberatório de um jogador a outro clube.

Chaleira – Corruptela e charles.

Chamar – Atrair o adversário para seu campo de defesa com vistas ao contra-ataque.

Chambão – Modo violento de deslocar o adversário usando principalmente o tronco ou só os ombros.

Chanca – Chuteira; sola da chuteira por extensão, o próprio pé.

Chapéu – Tipo de jogada na qual a bola é chutada por cima do adversário e recuperada logo adiante, às suas costas; lençol, balãozinho.

Charanga – Grupo de torcedores mais ou menos organizados, munidos de instrumentos musicais, bandeiras, faixas etc., que incentiva seu clube durante os jogos.

Chargear – (do inglês To charge) Deslocar o adversário, na corrida, com uma pancada de ombro contra costas.

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