OS COMANDANTES
“O comandante deve tentar, acima de tudo, estabelecer um contato pessoal e de camaradagem com seus homens. Porém, não cedendo uma única polegada de sua autoridade.”
ROMMEL, A RAPOSA DO DESERTO
A difícil arte de comandar no futebol requer competência profissional, capacidade de decisão, inteligência social e liderança. A prática da liderança consiste em influenciar pessoas, de tal modo que possamos conquistar sua confiança, respeito e lealdade. Além disso, valores como caráter, seriedade, ponderação, coragem, moral e autocrítica devem ser sempre cultuados. Também é verdade que um líder nasce e cresce com o grupo, fazendo parte dele. Segundo o general americano Alfredo Gray: “A confiança é uma característica essencial nos líderes. A confiança é o produto do respeito e do conhecimento mútuo”.
OS COMANDANTES
O respeito resulta da competência profissional mútuo. O respeito resulta da competência profissional demonstrada. O conhecimento mútuo resulta da experiência vivida em comum e da mesma filosofia compartilhada.
No futebol, estabelecer uma cadeia de comando com responsabilidades definidas é fundamental, pois nem sempre a hierarquia é respeitada.
Bom seria se os atributos, valores e conceitos citados fossem respeitados e suficientes para garantir a sustentação dos treinadores à frente de seus cargos. No futebol moderno, basta uma sequência de derrotas e a pressão da torcida, para que os treinadores sejam dispensados. Quanto à alta rotatividade destes profissionais no mercado, um grande erro estratégico cometido pelos executivos da bola é substituir prematuramente um treinador, sem que haja tempo suficiente para implantar e desenvolver um trabalho.
Outro aspecto a ser abordado é a importância dos treinadores, já que estão constantemente sob o facho da imprensa esportiva e dos próprios jogadores. No exercício do comando, ou seja, a beira do campo, cada profissional possui um estilo próprio. Porém, é de senso comum, que ter o controle da equipe e a capacidade de motivar seus atletas são características indispensáveis a um bom treinador.
No relacionamento com jogadores intracampo, é que começam os grandes desafios, pois, em sua quase totalidade, são jovens oriundos dos mais diversos rincões do país, ou, às vezes, formam uma legião de estrangeiros, onde as diferenças se tornam ainda maiores. Além disso, eles podem se tornar reféns da chamada tríade do estrelado (dinheiro, egocentrismo e fama) que, se não for bem administrado levará ao fracasso do jogador e trará problemas para o técnico.
No relacionamento com a imprensa o quarto poder, dizem os profissionais do jornalismo esportivo, que o técnico deverá evitar os chamados “sete pecados capitais”: brigar com a mídia, esconder a escalação do time, diferenciar os órgãos de comunicação, pensar que o jornalista é um leigo em futebol, falar de cabeça quente e depois desmentir a reportagem, duvidar da veracidade das notícias, quando é anunciada a sua possível queda e dá o primeiro passo para o conflito.
DICIONÁRIO DO FUTEBOL BRASILEIRO
Coletivo – Tipo de treinamento no qual são formados dois times que desfrutam uma partida dentro das regras habituais, mas com interrupções do técnico para substituições, troca de posições, ensaio de jogadas etc.
Colher – Usada na expressão dar de colher: passe curto, pelo alto, em que um jogador serve outro usando o peito do pé e tocando suavemente na bola.
Co-líder – Time que num campeonato ou torneio está colocado em primeiro lugar, juntamente com outro.
Colocada – Chute em que o autor tem a intenção de colocar a bola; chute a gol sem muita força, porém preciso.
Colocar-se – 1) situar-se em campo em posição vantajosa (para defesa ou ataque; 2) classificar-se bem (um time).
Colorado – 1) designação do time e do torcedor do Internacional, de Porto Alegre; 2) clube de Curitiba.
Comandante- Centroavante.
Comando – Direção técnica de um time ou seleção.
Eduardo Pimentel
Técnico de Futebol