FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - PRINCÍPIOS DA GUERRA APLICADOS AO FUTEBOL - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – PRINCÍPIOS DA GUERRA APLICADOS AO FUTEBOL

FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA

PRINCÍPIOS DA GUERRA APLICADOS AO FUTEBOL

“As máximas ou axiomas a que chamamos Princípio da Guerra, são simples proposições do bom senso, a maioria dos quais se aplica, além da guerra, a toda ordem de atividades” (Bernard Brodil, estrategista americano).

Os Princípios Universais da Guerra, que orientam a estratégia e também pertencem ao domínio da tática, é um conjunto de máximas que se complementam, objetivando melhor empregar os combatentes nas situações de confronto.

A fim de contribuir para o preparo de uma equipe de futebol, os seguintes “Princípios da Guerra” estabelecidos ao longo da história militar, são conceitos aplicáveis ao esporte: ofensiva, surpresa, exploração, concentração, objetivo, moral, segurança, economia de forças e mobilidade.

PRINCÍPIOS DA OFENSIVA

“Penso como Frederico, o Grande: deve-se ser sempre o primeiro a atacar” (Napoleão Bonaparte).

Tomar a iniciativa das ações é fundamental, já que a vitória não pode ser alcançada por meio de um constante posicionamento defensivo.

Todavia, a intensidade, a eficiência e a duração dos ataques dependerão dos seguintes fatores:

Capacidade física dos atletas;

Qualidades técnicas dos jogadores; e

Resultado aceitável do placar em função do regulamento da competição.

São vantagens do princípio da ofensiva:

Motivar os jogadores;

Provocar o aumento do número de erros do adversário; e

Imprimir ao oponente uma postura defensiva.

O general prussiano Frederico, o Grande (1712 – 1786) entendia que a ofensiva era sempre a melhor linha de ação a adotar. Porém, não atacava as posições inimigas às escuras, pois estudava o adversário, era um mestre na arte de manobrar tropas e na aplicação do princípio da surpresa.

Na história das copas, quiseram os “deuses do futebol” que a Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 1982, injustiçada, diga-se de passagem, pelo futebol vistoso que apresentou, fosse duramente penalizada. Ao longo da competição, a equipe tomou a iniciativa das ações, atacou muitas vezes com seis ou sete jogadores e imprimiu uma postura defensiva aos adversários. A seleção marcou quinze gols e sofreu seis, em cinco jogos disputados.

Telê Santana, que na época comandava a seleção, abriu mão do sistema 4-3-3 ao armar o meio-campo do Brasil na Espanha. Buscando aproveitar a extraordinária técnica dos quatro fantásticos – Falcão, Cerezo, Sócrates e Zico, que apoiados por Leandro e Junior, produziram um futebol de rara beleza – não se utilizou de um ponta direita especialista como titular.

Esta armação permitia aos quatro jogadores do meio-campo fazerem incursões pelo setor direito do ataque, o que confundia a defesa adversária e aumentava a capacidade ofensiva da equipe.

No fatídico jogo contra a Itália, no qual dependíamos apenas do empate, a seleção teve o resultado favorável a sua classificação, para a fase seguinte da competição, em três oportunidades ao longo da partida. Contudo, a “esquadra azurra”, contando com alguns jogadores que disputaram a Copa do Mundo na Argentina, em 1978, exercendo marcação especial sobre Zico, jogador Paolo Rossi inspirado, venceu a partida (Itália 3 x 2 Brasil).

Desta forma, a ofensiva não deve ser incondicional, mas sim, balanceada de acordo com as circunstâncias de cada partida, principalmente em um torneio como a Copa do Mundo, onde cada competidor disputa, quando muito, sete jogos.

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