FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA - TÁTICAS EM PÍLULAS IV - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA – TÁTICAS EM PÍLULAS IV

FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA

TÁTICAS EM PÍLULAS  IV

A Aclimação

A aclimação não é uma tática de jogo, mas ajuda muito. Por conseguinte, o comparecimento do plantel à localidade do embate, com a antecedência de 72 horas, pelo menos, é realmente necessário, apesar de importar em maiores despesas.

O organismo humano não fica incólume ao ser submetido aos rigores dos meios de transporte, como:

1)     as trepidações do veículo;

2)     as explosões dos motores;

3)     a permanência na mesma posição;

4)     a preocupação com os riscos da viagem.

Afora isso a diferença de altitude muito interfere na natureza de qualquer criatura.

As excursões de última hora impedem a recuperação do ânimo dos atletas e sua adaptação à nova ambiência. Além de causar eventual impontualidade na alimentação, resulta na impraticabilidade do reconhecimento do gramado, o que é deveras desastroso.

A sanfona

Quando acontecem os ataques ou os contra-ataques, os defensores acometidos recuam, geralmente, até as cercanias da grande área, a fim de somente ali darem o combate de fato.

Enquanto retrocedem, a espera de socorro dos meia-canchas e de outros companheiros, sem perder de vista os pormenores da movimentação dos adversários que avançam com a bola, eles vão impedindo a criação de espaços e de corredores, até o momento de desfecharem o assalto anulatório.

Eles recuam, também, por causa da confiança nas pequenas dimensões do arco e nas aptidões do goleiro, mas principalmente, para ficarem na expectativa dos erros que os agressores vão cometer.

De qualquer maneira, o resfriamento da intervenção dos zagueiros deve ser contornado pelo auxílio dos atacantes, desde o instante em que os contrários adonam-se da bola, e contra-atacar com sabedoria e com perfeito entendimento; por meio de marcação de homem para homem, sob pressão, por setores; por meio de perseguição implacável e de combate sem trégua é que os ataques têm de ser sustados antes de levarem ameaça à meta.

Em compensação, os integrantes da defesa têm de lançar-se ao ataque quando a bola está em poder da equipe, sem descuidar, evidentemente, de suas funções específicas.

A hora de levantar a bola e a vez de fazê-la rolar

Nos lances de comunicação é preciso levantar a bola, para os destinatários não serem atrapalhados pelos ricochetes, pelos cocurutos, por poças ou outras irregularidades do campo.

Com direção precisa, com máxima rapidez e com correta dosagem de força, no momento certo, a bola tem de ser movimentada, por cima do gramado entre os integrantes da equipe.

No entanto, na vez do chute, da cabeçada ou de outro toque qualquer, para a colocação da bola dentro do gol, ela tem de ser impelida para baixo, para que rolando sobre o chão, ocorram, de propósito, os inconvenientes acima mencionados, inclusive a mudança na sua direção através de ricochetes nos defensores e, acima de tudo, para ela nunca ser desperdiçada por cima do travessão.

A cruzada feita da linha de fundo

A corrida veloz e imprudente, para levar à bola a linha de fundo, aproximadamente ao ponto onde sobre ela converge a da grande área, a fim de ser executado dali o cruzamento, é ótima estratégia.

O atacante que deixa de fazer essa centrada porque prefere tentar a marcação de gol, presenteia o couro ao arqueiro ou não acerta o arco, por ser o ângulo demasiadamente pequeno.

Portanto, a bola tem de ser atrasada, certeiramente, ao lugar onde vá encontrar alguém em condições de chutar, de cabecear, enfim, de mandá-la para dentro da meta.

Para impedir o adversário acossador de interceptar o lance, a solução é simular a cruzada, efetuando, no entanto, uma brusca virada, para empregar o outro pé na sua execução ou para iniciar outra jogada qualquer.

O cuidado com o impedimento

Evitar o impedimento, a fim de manter a continuidade do ataque, é estratégia de inestimável valor, como é, também, demonstração de requinte e de inteligência no desempenho das jogadas para a boa conclusão.

A decretação de posição ilegal implica a irremediável interrupção da investida e a reversão do jogo em benefício da equipe contrária. Portanto, os atacantes precisam capacitar-se a observar a progressão dos companheiros e o deslocamento dos antagonistas a fim de movimentar a bola sem alguém ser pilhado em mau posicionamento.

Por outro lado, é reprovável a perigosa tática com a qual os zagueiros audaciosamente, criam a situação do impedimento, pondo em risco a segurança do seu reduto. É ela realmente muito atrevida, pois a fim de superá-la basta os dianteiros contrários pararem de repente, dando passagem aos seus apoiadores para finalizarem desembaraçadamente.

O cuidado fundamentalmente necessário é a realização dos coletivos, bem como dos treinos a frente de um só gol, como a participação de juízes de linha.

Dicionário do Futebol Brasileiro

Clássico dos milhões – as partidas entre o Vasco da Gama e Flamengo.

Clássico vovô – os jogos entre o Fluminense e Botafogo, os dois primeiros grandes clubes do futebol carioca.

Cobertura – a) ato de cobrir ou proteger o espaço defendido por um companheiro quando este sofre o risco de ser subjugado pelo adversário; b) designação do chute ou do passe pelo alto, que cobre um ou mais adversário: chute por cobertura.

Cobra – jogador famoso e de grande nível técnico.

Cobra coral – designação do Santa Cruz, – PE.

Cobrador – jogador que habitualmente cobra faltas por seu time.

Eduardo Pimentel

Técnico de futebol

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