FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA -TREINADOR E TREINAMENTO PAPEL HISTÓRICO - SóEsporte
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FUTEBOL: ARTE E CIÊNCIA -TREINADOR E TREINAMENTO PAPEL HISTÓRICO

O treinador tornou-se uma das personalidades mais importantes do futebol.

Já antes da guerra o papel do técnico encarregado de preparar a equipe começava a aparecer. O exemplo foi dado, naturalmente, pela Inglaterra, onde as equipes foram confiadas, desde cedo, à dupla responsabilidade do manager (treinador do todo, de plenos poderes) e do Trainer (maios exatamente, preparador físico).

O mais célebre dos Trainers foi Terbert Chapman, que impôs o WM ao Arsenal, e depois a todo o mundo.

Em todo o resto do mundo, antigos jogadores se tornavam treinadores, chegando mesmo a oferecer os seus serviços ao estrangeiro. Os técnicos britânicos eram especialmente solicitados, mas já existiam excelentes treinadores austríacos, húngaros, alemães.

Desde o fim da guerra, o mister de treinador organizou-se.

Em todos os países, cursos de treinadores, estágios de aperfeiçoamento e exames foram criados. Hoje, não mais se compreende uma equipe de futebol sem o seu treinador, encarregado da preparação, mas também, muitas vezes, das tarefas mais variadas. O intercâmbio entre países é frequente.

Os técnicos, muitas vezes, fazem cursos em outros países, que não os seus para aperfeiçoar-se. A UEFA (União Europeia de Futebol Association) criou, em 1961, um estágio internacional de treinadores destinado a reunir os profissionais mais competentes da Europa, para a troca de ideias e o progresso comum.

Foi realizado um Congresso Mundial em Santiago, 1962, por ocasião do Campeonato Mundial.

O técnico considerado como a pedra angular da equipe, e geralmente bem pago e goza das mesmas vantagens que os mais célebres dos seus jogadores. A instabilidade, no entanto, é um defeito irremediável dessa profissão apaixonante.

Qualificações O treinador não é apenas um técnico encarregado de preparar da melhor maneira possível a equipe sob sua responsabilidade. Ele intervém quase sempre na vida do seu clube, quer no referente ao recrutamento, as excussões, à escolha das partidas, do material e a conservação do terreno. Seu papel será diferente ao se ocupar de uma equipe profissional ou de um clube de amadores. Mas, em todos os casos, ele não pode desinteressar-se de problema alguma, e o segredo do seu sucesso é, quase sempre, a extensão e a sinceridade da colaboração com os seus dirigentes.

Suas qualificações têm de ser múltiplas, já que a função a desempenhar não é simples.

Competência – O treinador é, na maior parte dos casos, um antigo jogador de valor. Ele deve poder mostrar no próprio gramado o movimento a realizar. É essencial um conhecimento aprofundado dos problemas técnicos e táticos e das regras do jogo, mas também uma cultura geral razoável e noções de medicina, matemática, educação física, línguas estrangeiras etc.

Qualidades morais – Consciência profissional, autoridade, coragem, sangue frio, caráter, paciência.

Qualidades intelectuais – Tato, inteligência, presença de espírito, senso pedagógico.

Qualidades físicas – Saúde, amor do esforço.

O TREINAMENTO

A higiene e cuidados – É necessário que o jogador de futebol esteja em perfeita forma física e, portanto, em excelente saúde, dando a crescente importância do médico nos clubes.

Mas o treinador deve trabalhar em estreita colaboração com ele, e deve portanto, possuir noções de medicina e fazer com que seus jogadores respeitem precauções higiênicas, controlar-lhes o peso, e mesmo, em caso de necessidade, ministrar-lhes primeiros socorros.

Higiene corporal – Cuidador a dar a pele (suar), aos dentes, aos cabelos (penteados mais cômodos possíveis), às mãos e, sobretudo, aos pés (unhas curtas e cuidadas).

Hidroterapia – Ducha curta e quente depois do esforço. Uso dos banhos (sauna), que limpam e emagrecem, mas debilitam.

Oxigenação – Muito usada em certos países (sobretudo nos intervalos). Sua utilidade ainda não está demonstrada.

Curas especiais Temporada nas montanhas e ao ar livre são por vezes benéficas (antes do início dos campeonatos, ou, durante estes, para “amainar” o esforço). O ar marinho é menos recomendável principalmente em períodos de competições.

ALIMENTAÇÃO

Não se deve estabelecer dieta-tipo, pois é necessário adaptar o regime alimentar as condições fisiológicas individuais, donde exame médico previsto. A nutrição equilibrada deve conter de 15% a 20% de protídeos (substâncias azotadas) que se obtém da carne, peixe, ovos, leite etc. 30% de lipídeos (gorduras) que vem da manteiga, azeite, ovos, queijo. 50% de glicídios (hidratos de carbônio) que se encontram no açúcar, nas substâncias feculentas, farinhas, frutas etc.

Vitaminas – Devem ser absorvidas sem excesso, para remediar certas carências.

Higiene alimentar – Nada de excesso de alimentos. Comer na hora certa, mastigar bem, não beber durante as refeições.

Higiene de vida – Perigos a evitar fora das horas de treinamento: vida noturna, álcool, fumo, preocupações. É bom que o treinador supervisione todo o emprego de tempo de seus jogadores.

O sono é o melhor reparador, donde a necessidade de dormir bastante e regularmente (nove horas) em média. O sono antes da partida pode igualmente revelar-se um meio de combater a tensão nervosa.

A forma – Estado transitório, complexo, onde entram elementos fisiológicos, intelectuais e morais. É difícil de manter durante todo um campeonato. Tem sido estudado cientificamente, cada vez mais, e analisado por meio de aparelhos aperfeiçoados. O treinador deve estudar separadamente o estado físico de cada jogador, e notar os sinais da falta de forma (ou do que se chama geralmente de exaustão por excesso de treinamento: fadiga, câimbras, insônia, emagrecimento, inapetência).

Continua

Eduardo Pimentel

Técnico de Futebol

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