O sexto dia de competição nos Jogos Paralímpicos de Tóquio começou de maneira perfeita para as modalidades da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). No goalball feminino, a Seleção venceu o duelo direto com as egípcias pela última vaga do grupo e se classificou para as quartas de final: 11 a 1. Já no futebol de 5, o Brasil confirmou o favoritismo, derrotou os donos da casa por 4 a 0 e reservou antecipadamente seu lugar na semifinal.
As meninas do goalball ainda não haviam ganhado em três duelos na competição. As derrotas para EUA e Turquia e o empate contra as japonesas obrigavam o Brasil a, no mínimo, empatar com as egípcias, zeradas em pontos, para ficar com a quarta colocação – os quatro primeiros de cada grupo passam para os playoffs. Sem sustos, o time aproveitou a fragilidade defensiva das adversárias para construir rapidamente vantagem no placar até fechar o jogo no segundo tempo em “game”.
“A primeira fase não reflete o que é o nosso jogo. As meninas costumam errar muito pouco nas long balls e high balls e, pelo que a primeira fase mostrou, é evidente que esse fator precisa de ajustes. Já a defesa funcionou bem. Dos gols sofridos, seis foram de penalidade, o que indica que continuamos fortes defensivamente”, analisou o técnico Dailton Nascimento.
O treinador levou para quadra uma formação diferente da utilizada nos duelos anteriores, com Gaby substituindo Moniza como pivô e Carol Duarte e Jéssica, que entrou na vaga de Victoria Amorim, nas alas. Foi justamente o estilo de arremesso de Jéssica, mais forte e rente ao chão, que aniquilou a defesa egípcia. A jogadora marcou oito gols. Kátia, que fez sua estreia em Paralimpíadas, anotou outros dois, e Carol Duarte fez um.
“Como era uma equipe que havia perdido vários jogos, sabíamos que poderia ser um jogo mais tranquilo, mas, mesmo assim, tínhamos a responsabilidade de vencer. Entrei para, primeiro, ajudar a Carol defensivamente, que é nosso forte. Depois, o jogo ofensivo fluiu”, disse Jéssica.
A definição da adversária nas quartas de final, que serão disputadas no dia 1º, depende do encerramento da rodada. No grupo brasileiro, classificaram-se Turquia, EUA, Japão e Brasil. A outra chave, ainda embolada, traz China, Israel, Comitê Russo e Austrália classificadas no momento, mas o Canadá ainda tem chance.
Brasil passeia em quadra no fut5
A partida entre Brasil e Japão, pela segunda rodada do futebol de 5 nos Jogos de Tóquio, terminou com 21 chutes a gol dos brasileiros contra apenas um dos anfitriões. Por esta estatística, fica fácil entender por que o placar de 4 a 0 não foi nenhuma surpresa. Ricardinho marcou duas vezes, além de Nonato e Tiago Paraná, que fizeram um gol cada.
As duas vitórias na competição – na estreia, os tetracampeões paralímpicos haviam derrotado a China – já garantem matematicamente a equipe na semifinal, que terá transmissão ao vivo da TV Globo, na quinta-feira (2).
O técnico Fábio Vasconcelos aproveitou a tranquilidade construída pelo volume de jogo superior de seus comandados para rodar o elenco – faz muito calor em Tóquio, e as partidas têm sido disputadas às 11h30 no horário local. Ele utilizou os dez convocados, incluindo o goleiro reserva Matheus, um dos estreantes da delegação em Jogos Paralímpicos.
“Foi uma sensação emocionante demais estrear numa Paralimpíada, ainda mais com vitória. Temos mais uma batalha amanhã contra a França, e é muito importante essa rodagem de Fábio, até para manter todo mundo inteiro para a sequência de um campeonato muito curto, com três jogos seguidos no mesmo horário. É focar agora na França e, depois, esperar pelo adversário da semifinal”, disse o paraibano de 26 anos.