Gil Bala: a trajetória do xodó da torcida do Belo - SóEsporte
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Gil Bala: a trajetória do xodó da torcida do Belo

Ele nem é titular. Mesmo assim, acabou se tornando uma espécie de xodó da torcida do Botafogo devido ao empenho, dedicação e a garra demonstrada sempre que entra em campo para defender as cores do tricolor do contorno.

De origem pobre e família humilde, Josemar Santos Silva, mais conhecido como Gil Bala, cresceu no bairro do Rangel, em João Pessoa, e sempre carregou consigo o sonho de ser um jogador de futebol profissional.

Os primeiros passos no futebol foram dados nas categorias de base do CSP da Capital. Não demorou muito e logo o seu talento foi despertando o interesse de clubes de outros estados. Mas a oportunidade que Gil Bala sempre esperava veio acompanhada de um grande dilema: para realizar o sonho de ser um jogador profissional seria preciso ficar distante da família.

Naquele momento, Gil sabia que tinha diante de si a possibilidade da realização de um sonho e também uma grande chance de vencer na vida. Ele não hesitou ao decidir se aventurar pelos caminhos da bola. E o futuro provaria alguns anos depois que ele estava mais do que certo.

O primeiro destino foi o Paraná. Em 1998 Gil passou a integrar a equipe do Matsubara. Mas como tudo na vida do Bala sempre foi rápido como o seu futebol, Gil foi para o Fluminense no ano seguinte para, enfim, se tornar profissional.

No tricolor carioca ele teve o privilegio de poder contar com a experiência de uma das maiores referências no futebol brasileiro, o consagrado técnico Carlos Alberto Parreira, pessoa que, segundo o atleta, foi muito importante para sua carreira.

“ O Parreira foi uma pessoa que me deu muitos conselhos, não só para se tornar um jogador, mas para ser um cidadão. Eu acatei tudo que ele disse e isso serviu muito na minha carreira”.

Depois de dois anos no Fluminense Gil novamente teve que encarar mais um desafio: jogar fora do País. Adaptação ao frio, língua, cultura – tudo isso não desanimou Gil Bala, que tratou de arrumar as malas com destino ao velho continente.

“Minha primeira experiência fora do Brasil foi na Suíça. O clube permitiu que eu levasse minha família o que acabou contribuindo para uma rápida adaptação”.

Ainda no velho continente Gil Bala jogou na Bélgica e Ucrânia. “Na Bélgica eu já falava um pouco do francês e também já tinha levado minha mulher e meu filho, que nasceu na Suíça. Na Ucrânia, apesar de ser ainda mais frio, foi algo muito positivo pra mim, tanto profissional quanto pessoal”.

Do frio europeu para o calor do Oriente, mais precisamente Dubai, nos Emirados Árabes. Em 2010, Gil Bala encerrou seu ciclo no futebol da Europa e foi jogar no Bubai Club.

Novamente adaptação a clima, língua, cultura etc.

De volta ao Brasil, em 2012, Gil Bala defendeu a camisa do Mogi Mirim de SP antes de se transferir para o clube do seu coração e que ajudou a conquistar o título de campeão paraibano, o Botafogo, em 2013.

“Hoje eu me sinto feliz por estar aqui no Botafogo, principalmente depois de ter sido campeão paraibano. Se faltava alguma coisa na minha carreira, não falta mais porque estou defendendo o clube do meu coração e estou totalmente realizado”.

A história de Gil Bala se confunde com a de muitos jogadores chamados ‘andarilhos do futebol’ – o próprio jogador se considera mais um. Hoje, Gil Bala vive uma realidade diferente daquele garoto pobre que ainda muito cedo teve que deixar a família para buscar o seu sonho longe de João Pessoa.

Os sacrifícios feitos ao longo da sua carreira estão sendo bem recompensados na vida de Gil Bala. Morador de condomínio de luxo, carrão na garagem e reconhecimento profissional fazem parte da nova realidade do garoto humilde do Rangel, mas que conserva as mesmas origens do passado.

Próximo da aposentadoria, e com a estabilidade conquistada, Gil Bala resume com segurança:

“Faria tudo outra vez”.

Por Maxwell Oliveira

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