A declaração do técnico Tite comunicando o encerramento do seu ciclo à frente da seleção brasileira após a Copa do Mundo mexeu com os bastidores da CBF e vem provocando uma forte expectativa nos torcedores, que debatem sobre qual nome é mais apropriado para ocupar a vaga. Diante de todo o sucesso dos treinadores “gringos” em solo nacional, não é descartada a possibilidade de um tabu ser quebrado.
Entre os nomes citados e aclamados está o de Pep Guardiola, comandante do Manchester City. Contudo, as chances do treinador assumir o time do Brasil são remotas, ao menos é o que garante o jornalista Rafael Reis, do UOL Esporte. Segundo ele, as possibilidades da CBF se deparar com uma “educada porta na cara” são grandes, principalmente por conta de dois fatores: o financeiro e a prioridade na carreira.
No quesito cifras, Guardiola surge como o segundo técnico mais bem pago do futebol mundial, recebendo dos Citizens algo na casa de 22,8 milhões de euros (R$ 122 milhões) por temporada. Estes valores estão fora da realidade da seleção brasileira e de qualquer outro escrete nacional.
No mercado de treinadores de seleções, Didier Deschamps, último campeão da Copa do Mundo, fatura anualmente 4,4 milhões de euros (R$ 23,5 milhões). Ou seja, os vencimentos do francês representam 20% do que Guardiola recebe. No comando da seleção brasileira desde 2016, Tite ganha 3,9 milhões de euros ($ 20,9 milhões) por ano. Neste cenário, a CBF gastaria com Guardiola em apenas um mês o que desembolsa para o atual treinador do Brasil em seis meses.
Outro fator que pesa contra a uma possível chegada de Guardiola à seleção é o “plano carreira”. No cenário do mercado envolvendo treinadores europeus, os profissionais quando estão em alta costumam dar prioridade aos clubes e somente depois assumir um cargo nos escretes nacionais, quando já estão cansados da rotina intensa dos clubes, com calendário apertado. Os ex-jogadores que também estão iniciando na carreira como treinador também costumam fazer o caminho de assumir uma seleção primeiro.