Os noticiários desta sexta-feira (5 de agosto agosto de 2022) relacionados com a morte de Jô Soares remetem o gosto dele pelo futebol. Isso fez o soesporte mergulhar no baú para relatar que o futebol na Paraíba surgiu no início do século passado através de um parente de Jô Soares.
Conta a história que, o futebol foi iniciado de maneira oficial na Paraíba por um grupo de acadêmicos que estavam de férias de seus estudos no ano de 1908.
O acadêmico José Eugênio Soares, tio avô de Jô, trouxe a primeira bola do Rio de Janeiro em 10 de janeiro de 1908. Um mês depois, junto a outros colegas, fundou o “Club de Foot Ball Parahyba” que realizou a primeira exibição pública de futebol, quando dividiu o time recém-fundado em duas equipes: Norte e Sul. Esta exibição se deu no dia 15 de janeiro de 1908, no local denominado “Sítio do Coronel Manoel Deodato” nas imediações onde hoje é a Praça da Independência.
Entre os paraibanos entrevistados por Jô, esteve o jornalista, escrito e comentarista de futebol Bento Soares, autor do livro Ouvindo o Jogo pelo Rádio.
Nascido em 1938, no Rio de Janeiro, Jô Soares fazia piada que queria ser jogador de hóquei no gelo, mas sempre foi apaixonado por futebol. Sobrinho de Kanela, um dos maiores técnico de basquete da história do Brasil, sua vida sempre caminhou ao lado do esporte.
Aos 12 anos, foi um dos 199.854 torcedores presentes ao Maracanazzo, a grande final da Copa do Mundo de 1950, como relatou em seu livro A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar, de 1994, sobre a primeira edição do Mundial no Brasil.
Ainda em 1982, quando a seleção brasileira comandada por Telê Santana encantava o país, Jô Soares deu voz ao clamor popular com o personagem Zé da Galera, no programa Viva o Gordo, da TV Globo. Na atração, Zé da Galera pegava o orelhão e ligava a Telê para falar “Bota ponta, Telê!”.
A seleção não jogava com pontas – atuava no esquema 4-4-2 que começou a ser usado naquele período. No 4-4-2, o meio-campo tinha dois volantes e dois meias – Cerezo, Falcão, Socrates e Zico e dois atacantes – Éder Aleixo e Serginho Chulapa, que não precisavam descer pelo fundo, já que os laterais ocupavam o espaço – Leandro na direita e Júnior na esquerda.
Só que antes, interpretando o mordomo Gordon, no programa Família Trapo, na TV Record. Ao lado de Ronald Golias, eles tentaram ensinar Pelé a jogar futebol, especialmente a bater um pênalti. Na atração, Jô Soares “brincou” de ser goleiro.
Nos anos 80, Jô Soares lançou um personagem que satirizava os erros de arbitragem. Ele era um “bandeirinha” e discutia com o árbitro de campo dentro dos vestiários sobre lances polêmicos de campo.
Em 2010, Jô entrevistou o então jovem Neymar, que surgia na Vila Belmiro. Vários jogadores do Santos participaram da entrevista. Uma das entrevistas mais lembradas pelos “mais jovens” por reunir tanta gente no estúdio. O treinador Dorival Junior, hoje no Flamengo, também participou. Nos seus programas sempre recebia comentaristas esportivos, jogadores e treinadores de futebol. Personalidades de outras modalidades também tinha espaço no Programa do Jô na Globo e Jô Onze e Meia no SBT.
Em 2018 comentou a Copa do Mundo, já um pouco debilitado, para a Fox Sports, em um programa com treinadores. Ele participava da atração da sua residência. E depois do Mundial antecipou o que viraria prática nos clubes brasileiros: a contratação de técnicos estrangeiros.
“Nunca houve um ciclo tão longo de predomínio do futebol europeu nas Copas. Como não há nada a aprender com isso? Precisamos dos técnicos deles. Eu aprendo todo dia. Saio na rua e sempre trago uma lição nova para casa. Descubro alguma coisa nova com pessoas na rua”, opinou.
Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira no hospital Sírio-Libanês em São Paulo, segundo informações o apresentador estava internado desde 28 de julho, a causa da morte não foi divulgada. O anúncio do falecimento foi feito por Flávia Pedra, ex mulher do apresentador, e confirmada pela assessoria de imprensa. O velório e o enterro serão reservados apenas a familiares.