A lançadora do dardo Jucilene Sales de Lima se apega a São Jorge. “Não largo dele por nada. Está sempre comigo.” E foi com a fé e o trabalho desenvolvido na temporada, no Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, que a paraibana Jucilene quebrou o recorde sul-americano do lançamento do dardo e ficou com o ouro e o tricampeonato no Troféu Brasil de Atletismo, neste sábado (11/10), na pista do Estádio Ícaro de Castro Melo, Ibirapuera, em São Paulo. A paraibana Jucilene lançou o dardo a 62,89 m quebrando a marca continental que já durava 12 anos – era da colombiana Sabina Moya, com 62,62 m, feito em 2002, na Guatemala. O Clube de Atletismo BM&FBOVESPA lidera, com 339 pontos (181, no masculino e 158, no feminino).
A prata ficou com Laila Domingos, com 60,83 m. E Jucilene também dividiu o pódio com sua companheira do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA Lilian Meurer Seibert, que fez 55,45 m, sua melhor marca pessoal, para ganhar o bronze. “Estou muito emocionada, muito, muito feliz por ter melhorado a minha marca.”
Jucilene também comemorou. “Esta marca estava na cara do gol, para sair. Estou tão feliz que nem sei o que falar. A ficha não caiu ainda… Acreditei até o último lançamento. Procurei ficar calma até o fim”, explicou Jucilene que fez os dois primeiros lançamentos – 59,31 m e 60,35 m -, queimou os três seguintes, e cravou o recorde na sexta e última tentativa.”Eu vim disposta a quebrar o recorde, brasileiro, sul-americano…” No Troféu Brasil de 2013, Jucilene conquistou o título com 61,98 m, igualando o recorde brasileiro de Sueli Pereira dos Santos, que vinha desde 2000. Este ano, no GP Brasil, em Belém, no Pará, foi ouro e quebrou o recorde brasileiro com 61,99 m.
Para o técnico João Paulo Alves da Cunha, Jucilene estava pronta para conseguir um bom desempenho. “Ela ganhou o GP Brasil, o Ibero-Americano, foi prata nos Jogos Sul-Americanos de Santiago, bateu o recorde brasileiro…”
A lançadora disse que não gosta de pensar em temporadas ou em competições que estão muito na frente. “Eu não quero fixar uma meta, mas evoluir sempre, uma coisa de cada vez. Queria ganhar o Troféu, bater o recorde, descansar, fazer uma reciclagem no Exército, no Rio, tirar férias com o namorado, ver mãe, pai, irmãs e, depois que voltar, pensar no ano que vem.” Sobre se vai priorizar o Pan-Americano de Toronto ou o Mundial de Pequim, ambos em 2015, disse “o que vier para mim eu vou fazer”.
Ronald Julião ganha 10º título consecutivo no disco
Ronald Julião é decampeão do Troféu Brasil no lançamento do disco. Apesar de ter enfrentado um ano difícil, com marcas prejudicadas por lesão, Ronald Julião ganhou a prova com 58,98 m, no último lançamento, no penúltimo dia de competições do Troféu Brasil. Mario Luis David Junior ficou com a prata (57,73 m) e Felipe Lorenzon com o bronze (57,41 m).
“A marca não foi das melhores, mas é o meu décimo título consecutivo em um ano difícil – perdi muitos treinos por causa de lesão. Foi um Troféu de superação e eu queria acertar, ganhar. Estou feliz porque foi uma prova competitiva”, disse Ronald, que tem o desejo de fazer uma boa temporada em 2015, sem lesões.
Mais medalhas
O Clube de Atletismo BM&FBOVESPA ainda ganhou a medalha de prata no decatlo com Anderson Venâncio (7.397 pontos). O ouro ficou com Felipe dos Santos (7.952) e o bronze com Pedro de Lima (7.370). “Foi sofrido demais. Voltar de cirurgia (no tornozelo esquerdo) não é fácil. Senti muita cãibra nos 400 m também, mas acho que não atrapalhou tanto quanto no distância. Me surpreendi com os 100 com barreiras porque fazia tempo que eu não baixava de 14s70 e hoje igualei o meu melhor (14s64). No salto com vara eu consegui um 4,80 m que poderia ter sido 5 m, eu estava muito alto. No geral foi ótimo. Ano que vem eu quero voltar mais focado”, disse Anderson.
No salto em altura masculino veio mais uma prata para o Clube BM&FBOVESPA, com Josué Lima da Costa, com 2,19 m – Fernando Carvalho levou o ouro (2,21 m) e Tales Silva o bronze (2,19 m). “Sabia sabia que o nível estaria altíssimo e esse ano eu tive uma preparação bem diferenciada, fui acompanhado de perto pelo treinador e a comissão médica. Na prova, a ansiedade me atrapalhou, mas estou feliz com o resultado.”
Entre as mulheres, Valdileia Martins conquistou o bronze (1,79 m) – o ouro foi ganho por Mônica Araújo de Freitas (1,86 m) e a prata por Tamara Alexandrino de Sousa (1,81 m). “Eu esperava chegar na casa de 1,83 m até 1,86 m, mas infelizmente não deu. Eu fiz uma cirurgia no joelho que também atrapalhou um pouco o treinamento.”
