A primeira medalha de ouro do Brasil no atletismo é do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA e saiu com Juliana Gomes dos Santos, nos 5.000 m, com 15min45s97, nesta terça-feira (21/7/2015), na pista da York University. A medalha de prata ficou com a mexicana Brenda Flores (15min47s19) e a de bronze com a norte-americana Kellyn Taylor (15min52s78).
No pódio, Juliana sorriu e chorou ao mesmo tempo, ao ouvir o Hino Nacional e ver a bandeira levantar. “É muita emoção e não dá nem para acreditar que foi possível.” Juliana ainda disse que a medalha motiva para lutar para correr nos Jogos Rio 2016. “A gente gosta de correr em casa, com a arquibancada cheia de brasileiros.”
Juliana ficou em quarto nas voltas iniciais, apenas monitorando as adversárias e dosando a prova. Assumiu o terceiro posto, o segundo, e deixou para alcançar a liderança e vencer nos metros finais. “Foi a segunda vez que eu corri a prova (na temporada). Fiz uma antes, para conseguir o índice. Corri 16min07s e agora para 15 minutos.”
Foi o segundo ouro de Juliana nos Jogos Pan-Americanos – no Rio, em 2007, ficou com o título nos 1.500 m. Mulher do maratonista Marílson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York, e mãe de Miguel, de 4 anos, treinada por Adauto Domingues, disse que sonhava com uma medalha no Canadá. “Mas depois de oito anos, numa prova totalmente oposta à minha? Tenho certeza de que muitos no Brasil estavam falando ‘segura Ju’, deixa para o final'”, comentou, sobre a excelente prova técnica que fez. “O Adauto me ajudou muito, o Marílson sempre falava que dava para voltar depois de uma gestação.”
A segunda medalha do dia, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA e do Brasil, veio com Jucilene Sales de Lima, no lançamento do dardo, de bronze (60,42 m). Jucilene dividiu o pódio com Elizabeth Gleadle, do Canadá (62,83 m), ouro, e Kara Winger, dos Estados Unidos (61,44 m), prata.
A velocista Ana Cláudia Lemos Silva passou para as semifinais dos 100 m rasos, com 10s96 – a marca seria recorde sul-americano se o vento não estivesse muito acima do permitido, que é 2,1 m/s (+ 4,0 m/s no momento da prova). Ana é a recordista sul-americana da prova com 11s01. “É bom para o ego. É a segunda vez que quebro a barreira dos 11 segundos com vento. Mas eu estou trabalhando duro e não tenho dúvida que uma hora vai sair. É manter a cabeça no lugar, o foco na competição. Venho trabalhando pesado”, afirmou a velocista.
Outro atleta do Clube BM&FBOVESPA que se qualificou para a final foi Higor Alves, no salto em distância, com 7,86 m.
Medalha de argentino tem sotaque português
O pódio do salto com vara não teve um brasileiro, mas o argentino German Chiaraviglio ganhou a medalha de prata (5,75 m) e disse que a conquista foi construída também no Brasil, com o técnico Elson Miranda e Fabiana Murer, no CT do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, em São Caetano do Sul (SP). German tem feito clínicas constantes com o grupo há quatro anos. “Foi muito importante para a medalha o meu técnico argentino, o Elson, a Fabiana. Eles são amigos de uma vida inteira. E eles têm nível internacional”, disse, falando em português. O canadense Shawnacy Barber levou a medalha de ouro (5,80 m) e o americano Jake Blankenship ficou com a de bronze (5,40 m).