LENDAS X IMORTAIS
O dia amanheceu nublado e com fortes chuvas em nossa capital. Abri os olhos e de imediato, lembrei-me que era o dia do jogo festivo contra os imortais da Associação Recreativa de Futebol Sub 100, categoria 70tentão. Eu tinha dado a palavra que a nossa equipe não levaria os atletas Washington Lobo, Washington Luís, Régis Guru e Ademir.
E para piorar a situação, o DM vetou o nosso artilheiro e referência Chico Matemático. Fechei os olhos e tentei dormir de novo, mas não consegui, pois Sérgio Meira me telefonou, dizendo: “professor, estou pronto para substituir o nosso artilheiro”. E completou: “serei nesse jogo o que Amarildo, o possesso, foi em 1962, ao substituir Pelé”…respirei um pouco aliviado e pensei, Deus queira que Paulo Morais capriche muito naquele “suco batizado de acerola”.
Para formar a nova zaga, em substituição aos craques acima, eu tinha Mineiro e Bartolomeu, o primeiro bastante experiente, porém fora de forma, o segundo, também. Nunca tinham jogado juntos. Foram impecáveis. Saíram de campo ovacionados e apelidados de BRITO e FONTANA. Na lateral direita, o sempre regular e competente Toinho Maracanã; na esquerda, Demócrito, com muita conversa e Blá Blá.
No meio de campo, tivemos a luz de convocar Gilson, filho do saudoso Seu Leite do Jangadeiro, Vavá, o carregador de piano do Campinense Clube e Tavinho, filho do saudoso cabeção; este último pensava as jogadas, mas as pernas não obedeciam. Para completar o meio de campo fazendo a ligação com o ataque, Marcílio Petrovick Brás. No ataque, tínhamos Sérgio Possesso Meira, o velho da lancha e Epitácio Borges. E como coringa, o presidente da Acep, Aílton Cavalcanti, assumiu várias posições em campo.
O primeiro tempo terminou 0x0, com a equipe do Sub 100 melhor posicionada em campo e com maior domínio de bola. No intervalo, cada atleta nosso tomou três copos do suco citado e o nosso tesoureiro, Gilson Lima, na presença de Morais, prometeu aumentar o bicho. Fiz uma nova preleção e retornamos. Luciano Santos, o número 1, e Pedro Nunes, o número 10 abrilhantaram ainda mais o evento de aniversário do Sub100 com as respectivas presenças.
Aproveitando os deslocamentos do velho da lancha e os passes milimétricos de Marcílio Petrovick, Sérgio Possesso Meira abriu o placar de forma espetacular, como prometera. Em seguida, a equipe do Sub 100 reagiu e empatou. E quando todos esperavam que o jogo terminasse empatado, Marcílio Petrovick Braz cobra uma falta de forma brilhante, indefensável, digna de ser escolhido o gol do fantástico.
Ao apito final do árbitro, saímos do estádio direto para o bar de Ninas saborear uma gostosa galinha com macaxeira, previamente encomendada pelos amigos Reginaldo Barros e Mário Dornelas. Os goleiros Naná e Valdeci, ambos machucados, mostraram que são imbatíveis em uma mesa portando garfo e faca… haja apetite.
Assim foi o jogo festivo entre os imortais do Sub100 e as estrelas do Causos & Lendas do Nosso Futebol, realizado no dia 26 de março do fluente ano, no estádio Wilsão, em Mangabeira, para deleite dos torcedores que se fizeram presentes. A gente enfeita e até aumenta, mas não inventa!
Por Serpa Di Lorenzo