Liga das Nações: destaque da vitória contra os EUA, Gabi quer resolver “engasgo” com Sérvia
A ponteira Gabi Guimarães entregou muito mais do que a torcida fervorosa que lotou o Maracanãzinho, na última sexta-feira, poderia pedir. A capitã pegou fogo em quadra, com a melhor atuação dos últimos jogos, e liderou a vitória sobre os Estados Unidos, por 3 sets a 1, na Liga das Nações. Para o próximo confronto, contra a Sérvia, no domingo, a jogadora espera resolver o “engasgo” que ficou do Mundial de 2022, e planeja tratar cada jogo como se fosse uma final.
Com 24 pontos, Gabi agora ocupa a sexta posição entre as maiores pontuadoras da edição de 2024 da Liga. Sempre muito ligada e preocupada em exercer seu papel de capitã, a jogadora movimentou as colegas de equipe e decretou o fim do jejum de vitórias sobre os Estados Unidos, que não acontecia desde o Pan-Americano do Peru, em agosto de 2019. Mesmo preocupada com as próximas adversárias, a atleta reforça que é importante focar no crescimento da equipe, em vez de se preocupar com quem irão jogar.
- A gente está com um alerta muito grande. É claro que estamos um pouco engasgada com elas (Sérvia) também, não só com as americanas, pela final do Mundial. Agora é o momento de mostrar ainda mais o nosso compromisso, que é de entrar em todas as partidas para vencer, impor o nosso jogo com muita agressividade. É importante a gente crescer a cada partida e conseguir manter essa invencibilidade aqui no Brasil – contou.
Esse engasgo vem desde outubro de 2022, quando a Sérvia, liderada por Tijana Boskovic, venceu o Brasil por 3 sets a 0 e se sagrou bicampeã do mundo. O resultado levou as brasileiras ao quarto vice-campeonato, já que a seleção nunca conquistou o Mundial, que acontece a cada quatro anos.
Agora, a história é um pouco diferente. Já classificadas para Paris 2024, as maiores estrelas da equipe visitante não vão entrar em quadra contra as brasileiras, por uma decisão do técnico Giovanni Guidetti, que resolveu poupar as jogadoras para as Olimpíadas, deixando-as fora da Liga das Nações. A oposta Tijana Boskovic e as centrais Mina Popovic e Jovana Stevanovic são alguns dos nomes que foram cortados.
- A gente sabe que elas não vieram com o time titular, estão sem as grandes jogadoras como a Boskovic. E é por isso mesmo que temos que ter uma atenção muito grande. Conheço bem o Giovanni, ele trouxe grandes talentos, jogadoras que muitas pessoas de fora não conhecem tanto no cenário internacional, mas que querem aproveitar a oportunidade e bater de frente com a gente. Agora é o momento de mostrar ainda mais o nosso compromisso de entrar para vencer, impor o nosso jogo com muita agressividade – alertou Gabi.
Sobre a vitória contra as americanas, Gabi chamou atenção para a importância da torcida, que entrou em quadra e jogou junto com as brasileiras, nesta sexta-feira.
- Eu estava arrepiada o tempo inteiro com a torcida, porque a cada ponto que eu fazia, eu virava e via as pessoas, e sentia, é isso, vamos ganhar das americanas, sabe? A gente compartilhava esse sentimento de tantos anos sem conseguir fazer uma boa partida. Então, criamos esse compromisso, hoje, de encarar essa partida como se fosse uma final. Consegui sentir a atmosfera, a comissão técnica, as jogadoras olhando nos olhos das outras e nossa linguagem corporal dentro de quadra – contou.
Zé Roberto liga alerta para desgastes
Para Zé Roberto Guimarães, Gabi tem se mostrado uma capitã cada vez melhor. No entanto, o técnico chama a atenção para a forma com que a ponteira tem se doado para as colegas de equipe em quadra, e como isso pode acabar gerando sobrecarga.
- A Gabi está uma capitã melhor, cada vez mais madura, cada vez orientando mais, cada vez mais absoluta dentro da quadra. Espero que ela continue assim, mas às vezes fico preocupado, pois ela dá muita energia para todas as jogadoras. Então, se for muito consumida, acaba faltando. De vez em quando eu falo: ‘Calma,’ tem que chamar a atenção das outras, tem que ajudar. Ela também precisa de ajuda’ – disse Zé Roberto.