Em Juazeiro do Norte, o Ministério Público Federal propôs nesta quinta-feira (9) umaação penal contra um esquema de adulteração de idade de jogadores de futebol, para que os mesmos pudessem ser negociados com se fossem mais jovens, os populares “gatos”.
De acordo com a denúncia feita pelo procurador da República, Celso Leal, a prática era comandada pelo treinador e responsável pela Associação e Empreendimento Esportivo C.T Cariri, Moisés da Silva, que teria como missão fazer o recrutamento e convencer as famílias a fazer a alteração da idade dos jovens.
Além disso, ainda de acordo com o MPF, Moisés seria a pessoa que tratava diretamente da falsificação dos documentos das promessas de atletas.
Esquema
Segundo a denúncia, Além de Moisés, Nacélio dos Santos também fazia o recrutamento dos jogares e cuidava de convencer as famílias, que depois de concordarem com o esquema seguiam até a cidade de Lavras da Mangabeira, onde eram confeccionadas as certidões e RGs com nome e data de nascimento alterados.
Após a fraude consumada, o empresário Kléber Lavôr, então dirigente do Guarani de Juazeiro, seria o responsável por fazer os contatos com vários clubes, com a intenção de negociar os jogadores.
De acordo com o MPF, atletas com idades alteradas foram negociados para clubes importantes como Fortaleza, ABC de Natal, Bahia, Atlético-PR e Corinthians, além de equipes do futebol europeu.
Para o procurador Celso Leal, os envolvidos lucravam, em suas palavras: “iludindo os clubes que adquiriam os atletas, pois pensavam que estavam contratando jovens jogadores promissores, quando na verdade se tratavam de jogadores com idades reais muito superiores às das informadas aos clubes”.
De acordo com a assessoria da Procuradoria da República, os nomes dos atletas estão sendo preservados pelo fato da maioria deles ainda não serem maior de idade.
Lavor nega
Apontado como um dos líderes do esquema, Kleber Lavor nega qualquer envolvimento. O empresário disse a reportagem da rádio Tribuna BandNews FM, que não tem nenhuma ligação com a operação.
Lavor ainda afirmou que Moisés da Silva seria o verdadeiro “cabeça” do esquema.
Ao todo, foram denunciadas nove pessoas. São elas:
- Wandemberg Silva Felix, o “Vandinho”, então jogador do Fortaleza Esporte Clube
- Luiz Kleber Maia Lavor, então dirigente do Guarani de Juazeiro do Norte/CE, ex-dirigente do Icasa
- Antônio Adalberto Rodrigues Brandão
- Cícera Maria Garcia Montenegro
- Cícero Nacélio dos Santos
- Maria das Dores Silva Félix
- Maria Sileude Vale Brandão
- Moisés da Silva
- Osiel Alves Dantas Montenegro
*Com colaboração do repórter Gustavo Vieira, da rádio Tribuna BandNews
